ELEIÇÕES 2018. Aliança ‘dos sonhos’ parece distante e dirigente do PMDB de Sartori fala em outros cenários
Por LUIZ SÉRGIO DIBE, no Correio do Povo, com foto de LÚCIO BERNARDO JR, da Agência Câmara
O presidente do PMDB-RS, deputado Alceu Moreira, admitiu que o partido poderá trabalhar com outro nome que não o do governador José Ivo Sartori para as eleições de 2018. Apesar de dizer que é cedo para uma definição, Moreira reconheceu que há dificuldade em materializar as alianças que havia planejado e afirmou que a sigla não sofre da carência de nomes para concorrer em 2018. “Para o partido não é bom trabalhar com outras hipóteses, mas uma sigla do tamanho do PMDB tem muitos nomes, tem muitas possibilidades, embora isso não esteja em discussão neste momento”, declarou.
Moreira revelou que o governador jamais manifestou o interesse de concorrer à reeleição. E segundo o presidente do PMDB, a decisão de conduzir Sartori à campanha pela reeleição pertence ao partido, mas passa prioritariamente pela definição do próprio governador.
Sartori, no entanto, não toca no assunto publicamente. Chegou ao Piratini repetindo que não tem ambição de reeleger-se e manteve o discurso quando questionado sobre a adoação de medidas impopulares. “Para quem está no governo é bom retardar ao máximo esta decisão (de concorrer), pois já é conhecido dos eleitores.
Além disso, fica numa situação delicada, pois tudo o que fizer pode ser usado pelos opositores para acusações de uso da máquina pública para campanha antecipada”, comentou Moreira. De acordo com ele, ao postergar a decisão, Sartori busca tempo para demonstrar os resultados das políticas de ajuste fiscal e contingenciamento de despesas. “Arrumamos o carro velho. A partir de dezembro vamos ligar a chave e pisar no acelerador”, apontou.
O presidente do PMDB indica que seu desejo é contar com a definição sobre a candidatura até março de 2018, quando a sigla ralizará pré-convenção para referendar o nome ao Piratini.
Sigla ainda sonha com ampla aliança no pleito
O PMDB, segundo o presidente da sigla, Alceu Moreira, não desistiu da ideia de formar uma ampla aliança para as eleições de 2018. A unidade se daria, segundo ele, com os partidos que apoiaram a eleição do governador José Ivo Sartori em 2014. Porém, até o momento, PP e PSDB tendem a frustrar os planos dos peemedebistas, pois ambas as legendas possuem pré-candidatos para o pleito.
Em agosto, Moreira revelou que sonhava com uma “chapa dos sonhos”, formada por Sartori, o tucano Eduardo Leite como vice e Beto Albuquerque (PSB)como candidato a senador. Leite é pré-candidato pelo PSDB. O PSB, que recentemente trocou de comando, substituindo Beto Albuquerque pelo deputado federal José Luiz Stédile, deverá votar internamente, em março, se deixa o governo Sartori para apostar em candidatura própria.
O PP, por sua vez, anunciou no mês passado o nome do deputado federal Luiz Carlos Heinze como pré-candidato ao Piratini. “Todo partido grande quer ver seu nome no topo da cédula, isso é de direito e de responsabilidade de cada um deles. Mas tem muita água para passar debaixo da ponte. Vamos seguir conversando com todos, sem angústia e sem desespero”, concluiu.
Ibsen prefere aguardar
O deputado estadual Ibsen Pinheiro (PMDB) considera que a decisão do governador José Ivo Sartori por concorrer ou não em 2018 precisa ser tomada até março. Para Ibsen, será este o período em que as pré-candidaturas apresentadas até agora irão se consolidar ou se demonstrar inviáveis.
“Não existem candidatos neste momento, nem no PMDB e em nenhum outro partido. Por enquanto, o que existe é apenas projeção e especulações”, apontou o ex-presidente da sigla, que dirigia o partido quando houve a escolha por Sartori, cujo nome figurava depois de diversos outros potenciais candidatos.
“Acredito que as definições ocorrerão a partir de março, quando partidos já terão cumprido todas as etapas internas de discussão. Antecipar qualquer coisa agora seria inaquado. Se perguntássemos a Sartori, ele provavelmente diria que não é candidato”, analisou.
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