ELEIÇÕES 2018. Já são 16 nomes colocados para a Presidência. 11 deles têm menos de 3% nas pesquisas
Por RENATA GOMES, JOÃO CORREIA e PEDRO IBARRA, no portal especializado PODER360
Partidos nanicos são siglas muito pequenas, que têm pouca ou nenhuma representação eleita no Congresso, nos Estados e nas cidades. O Brasil tem hoje 35 agremiações partidárias registradas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A lista completa está AQUI.
Em eleições presidenciais, muitas dessas legendas pequenas lançam candidatos, mas quase sempre não conseguem obter sucesso nas urnas. E mais relevante de tudo: as siglas nanicas têm pouco ou nenhuma influência no resultado geral, pois a soma de seus votos é bem baixa.
O Poder360 fez 1 levantamento de todas as disputas pelo Planalto desde 1989 (a 1ª eleição direta pós-ditadura), considerando candidatos nanicos os que têm menos 3% nas urnas.
É raro 1 partido pequeno ter sucesso eleitoral. A única exceção ocorreu em 1989, com Fernando Collor de Melo sendo o vencedor da disputa pelo antigo PRN (Partido da Reconstrução Nacional), que hoje se chama PTC (Partido Trabalhista Cristão). Muitas análises têm sido publicadas sugerindo que hoje o quadro eleitoral pode repetir 1989, pois haverá muitos candidatos e há uma grande rejeição aos políticos tradicionais. Embora, de fato, existam algumas similitudes entre o cenário atual e o de 1989, a sucessão de Michel Temer não será exatamente como a da 1ª eleição direta pós-ditadura.
É necessário lembrar alguns aspectos definidores daquela disputa de 1989:
a) pulverização de nomes – foi a eleição presidencial com maior número de candidatos, com grande pulverização (21 nomes);
b) partidos jovens – as legendas que hoje são “mainstream” (PT, PSDB etc.) estavam ainda na sua infância. Não tinham nem de longe a musculatura atual;
c) só presidente em disputa – tratava-se de “eleição solteira” (só o cargo de presidente estava em disputa, o que permitia a formação de alianças mais facilmente, sem que os partidos se preocupassem com os cenários estaduais);
d) propaganda partidária no 1º semestre – Fernando Collor montou uma aliança com outras legendas que lhe cederam tempo amplo de TV e rádio ainda no 1º semestre de 1989. À época isso era possível. Collor, que era governador de Alagoas, popularizou seu nome e surfou na onda de renovação que o eleitorado queria (ele tinha 40 anos). Hoje, a lei eleitoral eliminou a propaganda partidária no 1º semestre de ano eleitoral.
Neste ano de 2018, como se sabe, a eleição não é solteira. Haverá também renovação do Congresso (513 deputados e 2/3 do Senado), eleição de 27 governadores e mais de 1.000 deputados estaduais. Isso torna muito complexo para 1 candidato nanico construir amplas alianças.
E sempre vale repetir: agora não há propaganda partidária no 1º semestre, que serviria para promover nomes desconhecidos.
A única semelhança que pode existir entre 2018 e 1989 é que agora parece haver a disposição de muitos políticos para entrar na disputa. Quando se considera os que já pontuam mais de 3% e os que se dizem pré-candidatos, chega-se 16 nomes (não considerando especulações do tipo Luciano Huck, Rodrigo Maia, Henrique Meirelles, Joaquim Barbosa e outros).
Pré-candidatos a presidente com mais de 3% já são 5: Lula (PT), Bolsonaro (que deve entrar no PSL), Marina (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Alckmin (PSDB).
Nomes com menos de 3% nas pesquisas e que já se dizem pré-candidatos somam 11: Álvaro Dias (Podemos), Levy Fidélix (PRTB), José Maria Eymael (PSDC), Doctor Rey (Prona), Valéria Monteiro (PMN), João Amoêdo (Novo), Manuela D’Ávila (PCdoB), Paulo Rabello de Castro (PSC), Cristovam Buarque (PPS), João Vicente Goulart (PPL) e Fernando Collor de Mello (PTC). Eis uma galeria de…”
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Infelizmente o de perfil estadista tem chance zero de vencer, até porque não é um estadista populista, é um de conceito, Porém, mesmo se vencesse não teria condições de fazer um ministério técnico (de competências é que precisamos, não de politicos) porque pertence a um partido pequeno, teria de se coligar com partidos-quadrilhas para vencer no segundo turno e isso macularia os ministérios; outro ponto negativo é não teria maioria no Congresso, ou seja, de pouca chance de avançar questões primordiais como uma correta e doída reforma na Previdência como tem de ser feita, que viabilizaria novamente o caixa do Estado brasileiro. Se fosse eleito teria de “molhar a mão” de boa parte do Congresso. Muito complicado. Mesmo um estadista não é solução porque o sistema é carcomido, pequeno, corrupto e incompetente por natureza. Política: a arte de apequenar mentes e desqualificar competências. Somos um país medíocre sem esperança.
É uma lista bem “vergonhosamente” democrática: alguns são criminosos/corruptos já sabidos (deveriam estar na cadeia), outros são não qualificados para o cargo (mesmo que tenham milhões de votos), há as celebridades (é de chorar), outros com ideologias dos tempos das cavernas (“uivemos”), alguns são nada mesmo e outros são brigões temperamentais com sérios problemas cognitivos (que se abra os hospícios de novo). Um (ou no máximo dois) têm o perfil de estadista, centrado, com pés no chão.