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CÂMARA. Sessão é encerrada após manifestação do MBL na plateia e empurra-empurra entre vereadores

Coordenadora do MBL/SM, Roberta Pereira Leitão, durante a execução do Hino Nacional nas galerias. (foto Mateus Azevedo/AICV)

Por MAIQUEL ROSAURO, da Equipe do Site

A Câmara de Vereadores de Santa Maria foi novamente palco de cenas constrangedoras. Na manhã dessa quinta-feira (29), a sessão foi encerrada após total desordem no Plenário, com direito a empurra-empurra entre parlamentares. O incidente ocorreu após uma manifestação inesperada do Movimento Brasil Livre (MBL) nas galerias.

A ação ocorreu no meio da fala do vereador Admar Pozzobom (PSDB), no Período das Comunicações. Integrantes do MBL estenderam uma faixa no qual estava escrito “A Casa do Povo envergonha Santa Maria” e começaram a entoar o Hino Nacional com um aparelho de som, interrompendo o tucano.

De imediato, o presidente Alexandre Vargas (PRB) suspendeu a sessão e pediu silêncio nas galerias, uma vez que havia um parlamentar discursando. Contudo, a manifestação prosseguiu sem ser interrompida até o final da execução do Hino.

A coordenadora do MBL/SM, Roberta Pereira Leitão, começou a ler um manifesto após a finalização do Hino, momento em que Vargas determinou a retirada dos integrantes do movimento das galerias. Porém, Admar, ainda na tribuna, protestou, uma vez que, na sessão de 15 de março, militantes petistas não foram retirados da Casa enquanto interrompiam a defesa da moção de repúdio contra o PT em razão da visita do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A atitude de Admar foi a deixa para os edis se reunirem junto à Mesa Diretora, enquanto Roberta seguia lendo aos gritos o documento (confira o texto no final da matéria). Nas imagens da TV Câmara e, também em um vídeo feito pelo MBL, é possível ver Admar e o vereador Marion Mortari (PSD) discutindo e trocando ao menos um empurrão, mas logo são separados por João Ricardo Vargas (PSDB) e Daniel Diniz (PT).

Confira o vídeo da TV Câmara:

Agora, confira o vídeo do MBL:

 

Ato visava repudiar derrubada de moção contra o PT

O objetivo da manifestação era protestar contra a rejeição da moção de repúdio de Admar contra o PT. Em 20 de março, a moção foi derrubada por 11 votos a 10.

“Estamos indignados e envergonhados com a rejeição da moção de repúdio ao Lula, que abriu as portas da cidade para que nós, cidadãos trabalhadores de bem, fossemos covardemente agredidos dentro da UFSM”, explica Roberta.

A coordenadora do MBL/SM ainda criticou o fato de os vereadores não terem respeitado a execução do Hino Nacional e também de o presidente ter mandado os seguranças retirarem os manifestantes da Casa.

Admar garante que não tem participação no ato

Já Admar, que criticou a ação do presidente na tribuna, disse que não tem envolvimento com o ato do MBL.

“Os vereadores acham que foi eu quem armou esse manifesto, mas eu não sabia de nada. Não tem ninguém filiado ao meu partido ali e nem eleitor meu”, disse o tucano.

Após a sessão ser encerrada, os vereadores realizaram duas reuniões ao longo da manhã. Em uma delas, segundo fontes do site, Admar foi duramente cobrado pela oposição e não foi defendido pelos vereadores da base do governo.

Há o entendimento de que o ato do MBL ocorreu no pior momento possível para o Legislativo. Após um mês de ferrenhos debates, oposição e governistas haviam, finalmente, começado um diálogo construtivo e, inclusive, alcançado um consenso, na terça (27), na formação da Comissão Especial do Plano Diretor. Agora, há dúvidas de como será o recomeço dos trabalhos em abril.

Presidente desistiu de retirar o MBL para evitar agressões

Alexandre Vargas relata que terminou a sessão devido à falta de ordem que se instalou no Plenário, evitando desta forma que pessoas acabassem fisicamente feridas.

“No momento em que vi que seria muito difícil para os nossos vigilantes retirar o pessoal (do MBL), pois estavam muito enfurecidos, inclusive os vereadores, eu encerrei a sessão e não retirei ninguém, pois vi que traria prejuízo”, argumenta o presidente.

Em relação à crítica de Admar sobre não ter retirado os manifestantes do PT, em 15 de março, e ter ordenado a retirada do MBL nessa quinta, Vargas ressaltou que as situações eram diferentes.

“Àquele dia havia cerca de 100 pessoas nas galerias e tínhamos a presença de dois lados, os manifestantes a favor do Lula e os contrários ao ex-presidente. Poderia ter ocorrido uma briga generalizada caso eu ordenasse uma intervenção. Já nessa quinta, havia no máximo dez pessoas de apenas um lado”, explicou Vargas.

A polêmica sessão com militantes pró e contra Lula acabou sendo encerrada, já que também não se conseguiu ordem na Casa (AQUI). Dessa vez, o presidente considera que o encerramento da sessão não trouxe prejuízos, já que os projetos na Ordem do Dia já haviam sido votados.

Confira o manifesto do MBL/SM lido nas galerias da Câmara:

Nós povo de Santa Maria, detentores do Poder, hora exercido pelos senhores, declaramos que estamos profundamente envergonhados. A Casa do Povo permitiu que nossa amada Santa Maria recebesse, com honras, um condenado por crime de lesa pátria, por roubar a pouca riqueza do povo. Os senhores nos colocaram de joelhos negando a honra farrapa que não aceita cabresto. Negaram nossos valores quando alguns pelegos viraram o voto rejeitando a moção de repúdio.

A UFSM foi vilipendiada. O povo de Santa Maria, ordeiro e trabalhador, foi covardemente agredido por estar manifestando pacificamente repúdio à Caravana da Vergonha.

Portanto, nós, povo de Santa Maria, no uso do poder que de nós emana, prometemos diante de Deus, de vossas Senhorias, no altar de nosso Poder, que não desistiremos do Brasil, do nosso Estado, da nossa cidade e de nossa família.

A nossa luta apenas está começando, pois não tá certo o que fazem com o nosso dinheiro, com a nossa saúde, coma nossa educação.

Prometemos ensinar a nossos filhos que essa nação não será dividida pelo ódio da luta de classes, pois somos um único povo que preza pela liberdade, pela propriedade, por democracia e pela verdade.

Nós declaramos que estaremos presentes na defesa desses ideais e altivos na luta por um país justo, digno, ético e livre de toda e qualquer corrupção.

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7 Comentários

    1. É bom para dar risada. Operação de mudança de sexo na cabeça de um septuagenário não aconteceu (podia ser bem pior, um afundamento de crânio, um traumatismo, etc). Todo mundo que estava manifestando contra o Molusco era do MBL. Petistas são vítimas. Quer dizer, parece um disco riscado, sempre o mesmo trecho de uma música que ninguém gosta.

  1. Algumas questões que são necessárias colocarem. Quem estava na Universidade, durante a vinda do Lula, independente do lado ideológico que defende, viu que os agressores foi o povo do MBL e os agredidos e os agredidos foram os que estavam recebendo Lula. Tanto que os agressores se vangloriaram de “dar surra de relho nos petistas. Ou seja, o MBL já demonstram mal caratismo ao distorcer um fato. Outra, os onde vereadores que votaram contra a moção de repúdio representam uma parte bem significativa dos eleitores e do povo santa mariense, já este povinho do MBL demonstra total desrespeito a democracia a não aceitarem que foram derrotados, no voto democrático, nesta votação. Portanto o MBL não está autorizado a falar pelo povo de Santa Maria, pois não representa a população, não me representa e não representa a maioria dos cidadãos desta cidade. São apenas uns moleques inconsequentes com veias autoritárias.

  2. Por conta da “frente parlamentar de apoio ao tecnoparque” parece que alguns edis irão passear em Floripa gastando dinheiro público. Desculpas mil, inclusive “fomos convidados”, como se convite não fosse fácil de arrumar.
    Palavras bonitas de sempre são mencionadas, “desenvolvimento”, “avanço tecnológico”, “inovação”.

  3. Quando se tem garantido a possibilidade de manifestar-se, todos sabemos que terão os prós e contras. O que devemos estar atentos são os direitos mas também os deveres. Ninguém pode impor sua vontade com base em sua ideologia, pois vivemos em um país democrático. Respeitar a opinião contraria faz parte do desenvolvimento da sociedade. Não faço questão de ideologia partidária, o que me importa se toda opinião é para o bem comum, para o crescimento social, não restrito para determinado fim. Quando vereadores, já que o ato foi na câmara, respeitarem opiniões contrarias e tirarem as melhores partes e usarem no senso comum a todos, quem ganha sempre será a sociedade.

  4. Já não há paz nos corações. Todos demonstram desconforto e se atropelam. Impera as provocações. Quando alguém pede que a boa palavra seja ouvida, recomeça os tumultos, por isso em todos os tempos surgem mentes que usam de sabedoria e mostram o bem que não pode ser transferido, porque vem em prejuízo de todos. Pois Deus não faz acepção de pessoas. “O que aplaca o ruído dos mares. o ruído das suas ondas, e o tumulto dos povos…. tu fazes alegres as saídas da manhã e da tarde.”

  5. Gostaria que retirassem do manifesto o “Nós o Povo de Santa Maria…” pois não autorizei ninguém a falar em meu nome. Sou cidadão dessa cidade, maior de idade e responsável por meus atos, pensamentos e em plenas condições físicas e mentais para decidir quem pode me representar. E, com certeza, esse MBL não me representa.

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