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ELEIÇÕES. Na Nova Santa Marta, Lula dispara contra ruralistas e Gleisi denuncia a “perseguição de milícias”

Milhares de simpatizantes acompanharam (e se empolgaram com) o discurso de 22 minutos de Lula no bairro Nova Santa Marta

Por MAIQUEL ROSAURO (com foto de Ricardo Stuckert/Divulgação), da Equipe do Site

Eram 21h24min, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começou o seu discurso para milhares de pessoas na Nova Santa Marta, na região Oeste de Santa Maria. Uma multidão estava no local desde as 17h, momento que iniciou a concentração de militantes na área verde em frente à Escola Sinos de Belém.

Lula falou durante 22 minutos e fez duras críticas aos ruralistas que tentaram impedir o avanço da comitiva, na segunda-feira (20), em Bagé.

“Quando a gente dá R$ 10 para uma pessoa humilde, ela fica o resto da vida agradecida. Quando você dá um R$ 1 bilhão para os grandes fazendeiros daqui comprarem essas máquinas modernas e camionetes, eles não só não são agradecidos como passam o tempo inteiro falando mal do governo do PT. Por mais que a gente financiasse a agricultura aqui no Rio Grande do Sul, eles se colocavam contra nós”, disse Lula.

O ex-presidente também relembrou uma passagem pelo Estado para criticar os grandes produtores rurais.

“Em 2006 vim aqui, as camionetes eram tudo do último tipo, as mais modernas, e o fazendeiro que pegava dinheiro emprestado do governo Federal tinha dois prazeres na vida: um quando pegava o dinheiro e outro quando dava calote no governo”, afirmou.

Lula ainda ressaltou ações realizadas durante os governos petistas no Estado e também enumerou diversos motivos que fazem a elite “temer sua volta ao poder”.

Confira abaixo o discurso na íntegra:

Antes de Lula, a ex-presidente Dilma Rousseff realizou um longo discurso e criticou o impeachment sofrido em 2016. Ela também defendeu Lula das ações da Operação Lava-Jato. Outro a falar foi o ex-governador Olívio Dutra, que foi muito aplaudido pela multidão.

Em geral, todos os petistas que discursaram tinham um objetivo bem claro: ressaltar as virtudes do ex-ministro Miguel Rossetto, que é pré-candidato a governador do Rio Grande do Sul pelo PT. Durante todo o ato, Rossetto ficou na linha de frente do palanque.

Contudo, um bom parâmetro da popularidade das lideranças petistas pode ser medido logo no início do ato, quando o anfitrião, deputado federal Paulo Pimenta, apresentou os políticos presentes. A multidão aplaudiu Rossetto e todos os demais citados, mas foi mesmo ao frenesi quando ouviu os nomes de Olívio, Dilma, Lula e do deputado estadual Valdeci Oliveira.

Gleisi diz que integridade física de ex-presidentes está em risco

Antes das grandes estrelas petistas subirem ao palco, a senadora e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann concedeu uma entrevista coletiva em uma esquina da Santa Marta. Ao lado do deputado federal, Pepe Vargas, e do coordenador da caravana, Marcio Macedo, ela denunciou que milícias armadas estão perseguindo a caravana.

“Essas milícias querem impedir a caravana de prosseguir e utilizam de violência, inclusive física em relação os manifestantes que estão junto com Lula”, disse Gleisi.

A senadora relatou que a situação é grave e que a integridade de Lula e Dilma está em risco. Ela solicitou apoio do Ministério da Justiça e do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Apesar das ameaças, a caravana não deve ser interrompida. A próxima parada, nesta quarta-feira (21), será em São Borja.

Vereadores comemoram naufrágio de moção de repúdio

No palanque, os vereadores petistas e a presidente municipal do PT, Helen Cabral, comemoraram (e muito) a queda da moção de repúdio ao PT em virtude da visita de Lula a Santa Maria. Mais cedo, na Câmara de Vereadores, o Grupo dos 11 votou unido barrou a iniciativa defendida pelo vereador Admar Pozzobom (PSDB).

No Plenário a votação ficou no 10 x 10, sendo desempatada pelo voto do presidente da Casa, Alexandre Vargas (PRB), contrário à moção. Placar final, 11 x 10 pró-Lula.

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7 Comentários

  1. Quem começou com o discurso “nós-eles”? Vão dizer que não foi o PT e badalhocas?
    Outro detalhe, o discurso. “Quando a gente DÁ R$10…quando você DÁ….”.
    Auto-vitimização, desqualificação (produtores rurais são todos caloteiros).
    Milícias? Não me façam rir. E os ônibus cheio de jagunços? Se revistarem os ônibus, o que irão encontrar?

    1. Vale a pena ver vídeo da chegada dos Ônibus de Lula em São Vicente do Sul.
      Param dois ônibus da “delegação”, atrás para um mais simplório, deste desce uma turma de boné vermelho e correm para a porta de onde está Lula.
      Filmagem desde um barranco onde estão manifestantes contra a caravana.
      Não colocam policial fardado, nem segurança de terno, colocam os de boné vermelho, MS”alguma coisa”. Seria interessante verificar a cintura e sovado deles, periga e tem coisinha proibida.
      Vitimização da Gleisi mas pudemos ver excessos de ambos.
      Chicote X Pedrada
      Até faca.

  2. Comício eleitoral pode? Esqueci petralhas são os mais honestos, sempre estão certos, não fazem discurso de ódio. E os politicos com cargo estavam com despesas pagas pelos órgãos oficiais? Com certeza essa gente é assim. Afinal é um culto, culto ao condenado em segunda instância.

  3. Fico imaginando quanto que o deputado pimenta junto com a sua ” equipe” não deve ter gasto ontem pra compra tanto pão com mortadela e kisuco pra essa gente.
    Vergonhoso!
    Defender corruptos!

    1. Que comentário mais desnecessário e infantil! Eu moro em Florianópolis, mas cresci na Nova Santa Marta e boa parte da minha família esteve junto ao Movimento Nacional de Luta pela Moradia no início da ocupação. Sempre convivi com a dificuldade de centenas de famílias que ao longo dos anos foram sabendo o que significava dignidade, fato que se deu após os governos Lula e Dilma. Ninguém, nunca, nos pagou pão com mortadela para participarmos de campanhas e eventos, mas sempre estivemos ao lado daqueles que lutavam conosco. Aliás, este é sempre um dos principais argumentos da direita na tentativa de desmoralizar os pobres: dizer que ganhamos pão com mortadela para que, em troca, sejamos massa de manobra e volume em eventos. Porém,usam disso, justamente por não conhecerem o significado real de um partido que tem militância. A direita, sim, a cada eleição precisa pagar centenas de pessoas para que saiam às ruas entregando santinhos e falando abobrinhas , mas, do nosso lado, eu cresci vendo as pessoas indo às ruas por acreditarem em um projeto, por sentirem-se parte e terem garra de lutar junto, foi essa força que deu ao Lula a força necessária para que seu partido ganhasse 4 eleições consecutivas. E o pão com mortadela? Talvez, quem nunca enfrentou a necessidade e a fome, possa usar disso como forma de deboche, mas a gente sabe que após dias longos de caminhada e construção coletiva, um lanche vai muito bem para militantes que tem como pagamento ver o projeto que escolheram ser eleito pela maioria. Democracia é assim! (ou deveria ser)

  4. Campanha eleitoral pura, nas barbas do TST, TRT e outros T. O discurso de ódio que denunciam dos “outros” continua sendo o grande combustível do MAIS HONESTO e sua troupe.

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