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CIDADANIA. Educação como direito, um ideal para a Escola Marista Santa Marta, que atende a região oeste

A boa estrutura das quadras de esporte e das salas da aula ajudam também na educação de qualidade oferecida pela Escola Marista

Por AMANDA SOUZA (texto e fotos), Especial para o Site

A visão do horizonte e longínqua dos morros de Santa Maria trazem um ar de sonhos e novos caminhos. Uma das poucas escolas particulares em bairros periféricos da cidade chama a atenção pela sua disposição e dedicação para a mudança social, igualdade e valores dentro da comunidade. A Escola Marista – Santa Marta promove inúmeros projetos e investe na educação: 100% dos alunos são moradores do bairro e possuem bolsa integral.

A orientadora educacional Branca Diva Maciel fala sobre como os alunos contam aos professores sobre seus problemas particulares dentro de casa. Todos os casos e problemas são encaminhados para os órgãos parceiros da escola, como o Conselho Tutelar, que é acionado quando situações fogem do controle e da alçada do papel do professor.

Os problemas são abordados e cuidados de forma positiva, a realidade dos alunos é respeitada, a família participa de algumas atividades da comunidade escolar. Há inúmeros projetos para trabalhar questões sociais, além de temas transversais, de acordo com cada disciplina. Os pais são convidados para vir até a escola, quando há oficinas e projetos, além de conversas para saber como lidar melhor com determinada situação. “Não há como desvincular a realidade da criança do que vai ser trabalhado dentro da sala de aula, olhar o potencial de cada um e ver de que forma podemos assumir outra postura diferente”, afirma Branca.

O diretor da escola Marista, Irmão José Bittencourt, acredita que as dificuldades (drogas, violência, bullying) sempre existiram, mas hoje é um pouco maior devido à mudança de valores e a potencialidade que tomaram. “Trabalhamos de forma dialética, fazemos a ponte com a família, em círculos restaurativos e mediando conflitos”, afirma. A mediação é feita pela assistente social Graciele Ribeiro.

“Sempre apresentamos a escola como possibilidade de caminho, damos a possibilidade dele ir por aqui ou por lá, quem vai fazer a escolha final é o estudante, a família ou a comunidade, mas nossa função social é possibilitar uma experiência diferente”, conta o Irmão José.

A escola tenta dar todo o suporte para os estudantes. Por exemplo, para alunos que já têm filhos e têm de trabalhar para sustentar a família, o Marista faz a ponte com uma instituição que possa auxiliar, como o Programa Jovem Aprendiz ou o Serviço de Aprendizagem. Dessa forma, o aluno consegue assistir às aulas sem prejudicar sua educação e consegue uma oportunidade no mercado de trabalho.

Tem muitos projetos na escola que possibilitam oportunidades. Além do Coral, há oficinas de robótica, ciência, esporte. Entre eles, há o PES Escola (Projeto Escola Saudável), o Circuito Saúde e parcerias com a Secretaria de Desenvolvimento Social. Nas disciplinas são trabalhados temas de saúde, sociedade, preconceito, cidadania.

A partir do 6º ano, os alunos têm a matéria de Protagonismo Juvenil, que fala sobre Direito, para se desenvolverem como cidadãos. “Trabalhamos os temas como bullying e drogas de forma diferente, não o conceito em si, pois os alunos já sabem o que é bullying, já sabem os malefícios das drogas. Nós falamos sobre de que forma eles podem se comportar de forma diferente, saudável, serem criativos e aproveitarem as oportunidades da vida, em vez de ir por aquele caminho”, conta o diretor. Além de valores humanos, éticos, familiares, que os professore sempre abordam em aula.

O Irmão José ressalta que tudo é uma engrenagem, a escola é a base, e é preciso que empresas e instituições oportunizem para esses estudantes que terminaram a escola uma possibilidade de ingresso no mercado de trabalho também. Assim, tudo funciona em rede e aquele ex-aluno consegue ascender socialmente, trabalhar, crescer. Ainda, o diretor fala sobre a falta de política pública e acesso para todos os jovens, independente de sua classe social, e que a educação precisa ser prioridade, trabalhar com mais escolas e mais possibilidade de acesso à educação.
“Sabemos que o processo histórico dessa comunidade foi muito forte. Pelo que conheço conversando com moradores e convivendo aqui, sempre houve lideranças que se mobilizaram com postura mais crítica e conquistaram muito do que o bairro tem hoje. Isso é a chave para o desenvolvimento de uma comunidade, pessoas chaves que mobilizam e constroem seus direitos e políticas para aquele local”. O bairro Santa Marta tem 27 anos, a escola Marista está há vinte anos lá e foi uma conquista das lideranças da comunidade na época.

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Um Comentário

  1. Ótima lembrança sobre a extrema importância da educação para as nossas vidas. E abnegados e heróis aqueles que se esforçam para dar uma educação de qualidade e vistam a camisa como missão, independente das condições.

    Infelizmente muitos pais e alunos não veem a educação como um DEVER (vejam bem como a coisa é interessante olhando por esse aspecto) para o bem deles mesmos.

    Infelizmente o Estado brasileiro comandado pelo “Mecanismo” de partidos que se alteraram no poder desde 1989 nunca deu importância para uma educação pública como prioridade, pois afinal de contas, quando mais desqualificado o voto (daí o voto por ideologia), melhor para o “Mecanismo”.

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