TOXOPLASMOSE. Enquanto casos confirmados já são 569, autoridades ainda procuram pela origem do surto
Por MARIANA FONTANA (texto) e JOÃO ALVES (foto), da Assessoria de Imprensa da Prefeitura
Os órgãos de Saúde envolvidos na investigação do surto de Toxoplasmose identificado em Santa Maria seguem mobilizados para buscar o foco da contaminação. Nesta segunda-feira (18), a equipe de técnicos do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (EpiSUS) finalizou a primeira etapa da investigação e parte, agora, para uma segunda fase de trabalho.
Em uma coletiva de imprensa realizada nesta tarde, o coordenador geral de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Renato Vieira Alves, junto ao superintendente da Vigilância em Saúde do Município, Alexandre Streb, e ao delegado adjunto da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS), Roberto Schorn, detalhou o trabalho desenvolvido até aqui e as próximas etapas. Conforme Alves, as avaliações até aqui indicam que o pico do número de casos registrados da doença estabilizou, o que se pode sinalizar que a fonte de infecção não estaria mais produzindo casos. No entanto, o coordenador ressalta que isso não significa que novos casos não irão ocorrer.
“A Toxoplasmose é uma doença que acontece de maneira usual em todo o país. Novos casos poderão ocorrer na cidade, mas não necessariamente eles terão relação com o surto”, destacou.
O representante do Ministério da Saúde explicou que, na primeira fase de investigação, os técnicos realizaram uma pesquisa de campo, com coleta de dados. Agora, os profissionais passam a um segundo estágio, que seria a análise detalhada das informações. A intenção é que, a partir do cruzamento dos dados, possa se chegar a uma potencial fonte de infecção, que ainda permanece desconhecida.
“As investigações de surto de Toxoplasmose são muito complexas, demandando um tempo maior que o que desejamos. Os dados que temos até aqui são preliminares e precisam ser analisados de maneira cuidadosa, porque é fundamental identificar com precisão qual a possível fonte de contaminação, para que se consiga identificar se há, ainda, algum fator que permanece produzindo casos. A investigação segue na tentativa de se descobrir a origem do surto, mas é preciso deixar claro que nem sempre essas investigações apontam categoricamente a fonte de infecção”, explicou Alves.
Com relação a prazos para análise das informações coletadas, Alves explicou que não há uma data estipulada para conclusão, no entanto, ressaltou que, por se tratar de um surto, o trabalho será realizado no menor tempo possível.
NÚMERO DE CASOS E MEDICAMENTOS
Na coletiva de imprensa, também foi divulgado o novo Boletim de Investigação do Surto. O documento aponta que, até o momento, são 1.430 casos notificados. Desses, 1.103 são considerados suspeitos, 57 foram excluídos e 270 ainda necessitam de classificação. Com relação aos casos suspeitos, 569 foram confirmados a partir de contraprova em laboratório (CLIQUE AQUI para conferir o boletim completo. Em anexo, também confira a relação de casos por bairro).
Na oportunidade, o coordenador geral de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Renato Vieira Alves, destacou que, para análise mais aprofundada do surto, foi feito um recorte de 88 casos dos 569 confirmados. A opção pela seleção da amostragem obedece a um método técnico e científico, que possibilita um estudo mais preciso para investigação.
Na coletiva também foi abordada a questão relacionada ao tratamento e disponibilização de medicamentos para os pacientes diagnosticadas. Na oportunidade, os órgãos ressaltaram que os medicamentos estão sendo providenciados pelo Município e pelo Estado e que o Ministério da Saúde já está com uma licitação em andamento para que se supra a demanda posteriormente.
TRABALHO DE FISCALIZAÇÃO SEGUE INTENSO
Ainda, mesmo com uma possível estabilização dos casos, os gestores dos três entes destacaram a necessidade de se manter as medidas de prevenção, como consumir apenas água filtrada ou fervida, higienizar adequadamente os alimentos, evitar o consumo de carnes malpassadas, entre outros.
“Embora tenhamos, até aqui, dados preliminares, seguiremos com ações preventivas e de investigação. Essas informações iniciais nos ajudam a identificar as regiões com mais casos e, assim, focarmos as ações nesses locais. Mas, o fato de não termos o foco de contaminação especificado, faz com que nós sigamos realizando a fiscalização de diferentes tipos de comércio e de hábitos alimentares, por exemplo. Também é muito importante que as pessoas sigam realizando as medidas de prevenção até que tenhamos dados mais conclusivos”, destacou o superintendente da Vigilância em Saúde do Município, Alexandre Streb.
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