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Brasília. Interessado em encontrar um santo? Passe beeeem longe da Câmara dos Deputados

A revista Veja, que já está circulando na cidade, traz reportagem assinada por Diego Escosteguy, sobre a demissão de 1,2 mil funcionários da Câmara dos Deputados. Eram, pelo menos parte deles, nada além de fantasmas. Havia, até, quem sequer sabia qual a sua função em Brasília. Alguns, simplesmente, estavam em seus Estados.

Pior que isso é o fato de muitos desses “servidores” pagos com o dinheiro do contribuinte serem simplesmente parentes dos parlamentares. Além de alguns curumilhas, havia gente graúda se locupletando com a situação. Ou há outro verbo para ser utilizado? Hein? Entre os peixes grandes a se aproveitar está até um candidato a vice-presidente da República – no caso, o senador do PFL, José Jorge, vice de Geraldo Alckmin. Ou então o relator da famosa CPI dos Correios, o senador Ephraim Moraes.

Ao ler a reportagem, chega-se a conclusão que, definitivamente, se você quer buscar algum santo, passe longe da Câmara dos Deputados. Duvida? Então, leia a reportagem:

”Empreguismo e trambicagens
A Câmara anuncia demissão de 1 200 funcionários e diz que é para cortar excesso. VEJA teve acesso à lista dos demissíveis e descobriu que não é só isso: há uma teia de bandalheiras

Depois de se tornar palco de mensaleiros e sanguessugas, a Câmara dos Deputados tem feito um esforço para recauchutar sua imagem diante da opinião pública. Recentemente, aprovou o fim do voto secreto, uma medida que, na hora da cassação do mandato de parlamentares enrolados, poderá ajudar a evitar a corrente de impunidade que se viu no caso do mensalão.

Na semana passada, em mais uma iniciativa simpática aos olhos dos eleitores, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, anunciou que vai cortar pela metade o número de ocupantes dos chamados “cargos de natureza especial”, apelidados pela burocracia de CNEs. Atualmente, existem 2 365 funcionários nessa categoria, recebendo salários que variam de 1 500 a 8 200 reais mensais. Até o dia da eleição, em 1º de outubro, 1 163 serão demitidos, proporcionando uma economia anual de 47 milhões de reais para a Câmara. O anúncio merece aplausos, mas, mesmo com a demissão de quase 1 200 funcionários, a Câmara dos Deputados brasileira permanecerá na vexatória condição de ser um dos parlamentos mais inchados das democracias modernas.

No fim da década de 50, a Câmara dos Deputados tinha um funcionário para cada deputado. Esse número só tem crescido desde então, mas, depois de 1984, quando o país começa a voltar ao regime democrático, deu-se um salto estratosférico. Naquele ano, a Câmara tinha nove funcionários por deputado. Hoje, a relação disparou para 32 por deputado. No México, com sua economia de porte semelhante ao da brasileira, há seis funcionários por deputado. Na Índia, com sua imensa população de 1 bilhão de pessoas, há 5,5 funcionários por deputado.

Um combustível para a explosão do empreguismo na Câmara foi justamente a criação dos tais “cargos de natureza especial”, em 1992. Originalmente, esses cargos seriam ocupados por técnicos, como economistas que ajudam na análise do Orçamento da União ou advogados que orientam na confecção de projetos de lei. No princípio, seriam menos de 800 funcionários, mas logo os parlamentares perceberam a brecha para montar um cabidão de empregos de apaniguados. Por isso, a lista hoje beira os 2.400 nomes.

Apesar da saudável decisão de demitir metade, a lista dos CNEs ainda é um dos segredos mais bem guardados da Câmara. No dia 26 de julho passado, o procurador da República Paulo José Rocha Júnior solicitou a lista completa à direção da Câmara. Deu um prazo de dez dias. A Câmara até hoje não forneceu os dados e, para garantir o sigilo, chegou a editar uma portaria na surdina determinando que apenas o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, teria competência para pedir a lista. Um mês atrás, respeitando a mudança de última hora, o procurador-geral refez o pedido – e, até agora, nada.

Há seis semanas, VEJA também pediu a lista, cujos dados são oficialmente públicos. Até a última semana, o pedido ainda estava sob “apreciação” da cúpula da Câmara. Apesar da embromação das autoridades, VEJA teve acesso à lista completa atualizada até o dia 24 de junho passado. Lendo-se o documento, é possível entender a razão de tantos segredos e manobras para impedir a divulgação: a lista é um catálogo de bandalheiras.

Existem casos de nepotismo, desvio de função e funcionários fantasmas, envolvendo desde simples assessores até membros da alta cúpula de partidos políticos. Na lista, há pelo menos 37 dirigentes de dez partidos. É gente que recebe salário da Câmara, mas trabalha para sua respectiva legenda, o que é irregular. O recordista é justamente o PCdoB do presidente da Câmara, Aldo Rebelo. O PCdoB tem oito dirigentes empregados na Câmara, mas todos moram em São Paulo. Um dos membros da bancada dos comunistas-fantasma é Walter Sorrentino, secretário de…


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página da revista Veja na internet, no endereço http://www.veja.com.br. Observação: se não for assinante, talvez necessite a senha do comprador em banca. No caso, a expressão “BANACH”.

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