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ECONOMIA. Lojistas estimam em R$ 1 bilhão o troco que circula a cada ano no comércio informal da cidade

No levantamento apresentado pelo Sindilojas, nesta segunda a estimativa de que comércio informal movimente R$ 1 bilhão em Santa Maria – “mais do que a Prefeitura tem à disposição, no orçamento, para a realização de obras públicas e investimento em saúde e educação”

Por GUILHERME BICCA (texto e fotos), da Assessoria de Imprensa do Sindilojas

O Sindilojas Região Centro apresentou nesta segunda-feira (30) um levantamento do comércio informal no centro de Santa Maria aos participantes do Fórum das Entidades Empresariais. O encontro aconteceu na Churrascaria Bovinu’s e reuniu presidentes e representantes da sociedade civil organizada.

O levantamento que contém dados relacionados ao comércio informal em todo o Brasil, Rio Grande do Sul e Santa Maria e ainda mapeamento fotográfico dos pontos de vendas em espaços públicos e relação dos produtos vendidos foi apresentado pelo presidente Ademir José da Costa e o diretor Everaldo Trilha.

O objetivo da apresentação é, através da elucidação do problema, congregar outras entidades e órgãos responsáveis para a formatação de um planejamento estratégico e plano de ação capazs de erradicar o problema que enfraquece o comércio local, priva a população de empregos formais e ainda serve de instrumento para exploração de cidadãos em situação de vulnerabilidade social.

“Existe um entendimento da nossa sociedade que ao tirar o informal da rua, estamos impedindo um trabalhador de alimentar sua família. Mas o que as pessoas não percebem é que esses ambulantes são explorados, aliciados, e ali estão por falta de outras oportunidades. Existe uma organização poderosa que explora essas pessoas e não lhes dá garantia alguma. E muitas vezes se trata de uma organização criminosa”, pondera o presidente.

O presidente do Fórum das Entidades Empresariais, Souvenir Machado, demonstrou-se impressionado com os números apresentados na reunião e convocou os presentes para uma participação mais efetiva acerca da questão. “O que precisamos fazer agora é colocar todos os envolvidos em uma mesa, traçar um plano e dividir responsabilidades. O Sindilojas está de parabéns pelo que fez até aqui, mas não podemos deixá-lo sozinho nesse combate. E tampouco declarar que perdemos essa guerra”.

O secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Ewerton Falk, frisou o caráter social que não pode ser esquecido, no que se refere ao combate à informalidade. “Não se trata apenas de empresários e governo lamentando uma queda no faturamento ou arrecadação em detrimento do comércio informal. Existe um déficit social muito grande causado por esse fenômeno. Ninguém vende produtos ilegais em uma esquina, dez, doze horas por dia, abaixo de sol e chuva, sem direito a férias, fundo de garantia e outros direitos, se não foi aliciado. Essas pessoas que trabalham na ilegalidade estão sendo exploradas por organizações que desconhecemos. Não podemos cair na armadilha de assumir o papel de vilão, que apenas visa o lucro”.

Após a apresentação do levantamento às entidades pertencentes ao Fórum, o próximo passo é a realização de uma reunião entre os representantes convidados durante o encontro e órgãos responsáveis pelas mais diversas áreas ligadas à fiscalização de questões que permeiam o comércio informal, como Prefeitura, Receita Federal e Estadual, Ministério Público, Polícia Federal e Estadual, Brigada Militar e até Ministério do Trabalho.

Representaram o Sindilojas Região Centro no encontro, o presidente Ademir José da Costa, os diretores Everaldo Trilha e Ricardo Diaz, e o gerente executivo Rafael Pacheco.

O Comércio Informal

Diz-se por comércio informal a prática de comercializar produtos sem procedência, muitas vezes contrabandeados, seja em estabelecimentos regularizados ou através de ambulantes, na maioria das vezes em espaços públicos. Além de não arrecadar impostos, o comércio informal prejudica a geração de emprego e renda; degrada espaços públicos e onera os municípios; aumenta a insegurança; e financia organizações criminosas, muitas vezes ligadas ao tráfico de drogas que, por sua vez, explora mão de obra escrava e infantil.

Dados do IBGE apontam que em 2016 o comércio informal movimentou R$ 983 bilhões, o equivalente a 16,3% do PIB brasileiro (mais que o dobro da indústria automobilística nacional). O ano de 2017 fechou com 34, 2 milhões de trabalhadores informais. Pela primeira vez na história os informais superaram os trabalhadores formais, que somam 33,3 milhões. No Rio Grande do Sul, o comércio informal movimenta cerca de R$ 52 bilhões e a estimativa é de que em Santa Maria esse número chegue a R$ 1 bilhão. Isso é mais do que a Prefeitura tem à disposição no orçamento do município para realização de obras públicas e investimento em saúde e educação.

O ranking dos principais produtos vendidos pelo comércio informal no país é encabeçado pelo cigarro e bebidas, seguidos dos eletrônicos e componentes de informática; vestuário; perfumes; relógios; brinquedos; óculos; medicamentos e cosméticos. Em Santa Maria, o levantamento feito pelo Sindilojas mostra que as peças de vestuário e calçados, acessórios, perfumes e cosméticos encabeçam a lista, deixando os eletrônicos de menor valor em segundo plano.

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2 Comentários

  1. Uma sugestão,. por que não trocam informações sobre este tema as seguintes secretarias municipais e as instituições e entidades: secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, secretaria de Estruturação e Regulação Urbana, Sindilojas SM, Cacism , Brigada Militar, Polícia Federal e Receita Federal?

  2. Tenho impressão de que estes números estão chutados lá para cima (não é só o sonegômetro, alás, se os números estivessem corretos a metade da sonegação estaria na informalidade ).
    PIB da aldeia é perto de 6,5 bilhões por ano. Perto de 1000 vezes menor que o brasileiro que é 6,5 trilhões de reais.
    Ou seja, pegaram a estimativa chutada de 16,3% do PIB nacional e aplicaram a mesma percentagem na aldeia.
    Com um bilhão anual (um seguido de 9 zeros), o comércio informal teria que funcionar os 365 dias do ano e faturar perto de 3 milhões todo dia. Salvo melhor juízo.
    Ou seja, estatística não é só feita só de médias, também existe um negócio chamado ‘distribuição’.

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