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ELEIÇÕES 2018. Candidatos ao Piratini podem abrir seu ‘palanque’ para mais de um candidato presidencial

Presidenciáveis terão apoio de candidatos ao Palácio Piratini. Mas pode haver uma grande mistura, que talvez até confunda o eleitor

Do portal do Correio do Povo, em texto de Flávia Bemfica, com foto de Leandro Osório (Palácio Piratini) 

Negociações em curso nos partidos que apresentarão candidatos ao governo gaúcho nas eleições deste ano desenham uma mistura de palanques no Estado, com postulantes ao governo apoiando candidatos adversários entre si na corrida presidencial. Entre as siglas que terão candidatos ao Piratini, o PP saiu na frente. A sigla não terá candidato à Presidência da República, e o pré-candidato ao governo, o deputado federal Luis Carlos Heinze, já anunciou uma composição com PSL, Dem e Pros, de forma a garantir palanque no Estado para o pré-candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro.

O PP ainda tenta ampliar a composição e, entre outras siglas, negocia com o Podemos, que tem como pré-candidato ao Planalto o senador Álvaro Dias, e com o PRB, que apresentou a pré-candidatura de Flávio Rocha. Parte do partido pretende fazer campanha para o governador licenciado de São Paulo e pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. O tucano tem seu próprio palanque em solo gaúcho. O PSDB terá como candidato ao governo o ex-prefeito de Pelotas Eduardo Leite. Nacionalmente, no entanto, Alckmin negocia aliança com o PSD, partido do vice-governador do RS, José Paulo Cairoli, que disputará a reeleição na chapa a ser encabeçada pelo governador José Ivo Sartori (MDB). Além do palanque próprio, o tucano pode participar de outros dois no RS.

Diversidade

A mesma multiplicidade vale para Leite. “Meu candidato é o Alckmin, e o PTB, que está conosco, também deve apoiá-lo nacionalmente, então a composição da nossa chapa está alinhada. Mas o próprio Alckmin nos deu a condição de fazer coligações e apresentar presidenciáveis de outros partidos aqui. Não nos parece um problema fechar aliança com partidos que tenham outros candidatos à Presidência”, adianta Leite, que também tem mantido tratativas com o PRB.

Situação semelhante à do PSDB se dá com o PDT. O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, terá palanque próprio no RS. O PDT tem o ex-prefeito de Canoas Jairo Jorge como pré-candidato ao governo. Nacionalmente, Ciro negocia aliança com o PSB que, no Estado, vai integrar a coligação de Sartori. O sonho de Ciro subir ao palanque do MDB no RS chegou a ser cogitado por integrantes do PSB caso a aliança nacional se confirme, mas é rechaçado pelo presidente estadual do PDT, o deputado federal Pompeo de Mattos.

“Se o PSB optou por Sartori aqui, terá que carregar o Temer e seu candidato junto. Se quiser nosso apoio, deve estar conosco. Queremos muito, por exemplo, estar com o Beto Albuquerque (pré-candidato do PSB ao Senado e articulador da aliança do partido com o MDB no Estado), mas nós apoiarmos ele, se ele apoiar o Sartori, pode esquecer”, assegura. No RS, o PDT mantém conversações também com o Podemos, o que pode abrir outro palanque para Álvaro Dias, e com o Solidariedade, do presidenciável Aldo Rebelo.

MDB gaúcho retarda definições

O MDB gaúcho trabalha para adiar ao máximo possível sua definição a respeito da oferta de palanques presidenciais no Rio Grande do Sul. O objetivo é evitar atritos com o presidente Michel Temer e o comando nacional do partido. “O fato é que o MDB aqui no Estado precisa dos recursos financeiros que virão da direção nacional e também precisa manter essa cordialidade em função da questão da dívida. Então, por enquanto, não vai abertamente ficar oferecendo palanque para candidatos de outros partidos”, resume um dos articuladores do Executivo.

Embora o partido mantenha a pré-candidatura do ex-ministro Henrique Meirelles à Presidência da República, entre lideranças do MDB no Estado, o entendimento é o mesmo que corre o país: ela não prospera. A direção gaúcha do MDB ainda tenta fechar a formação do chamado “chapão” para apoiar a candidatura à reeleição do governador José Ivo Sartori. O bloco incluiria, além do PSB e do PSD, também o PR, o PRB e o Solidariedade. Caso a coalizão se confirme, o MDB gaúcho poderá ofertar palanque a três candidatos à Presidência da República diferentes.

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