Na versão online d’O Estado de São Paulo, por Luciana Dyniewicz, Renée Pereira e Fernando Scheller
Com dívida de quase R$ 1,3 bilhão, o Grupo Abril anunciou nesta quinta-feira (19) que Marcos Haaland, sócio da consultoria americana de reestruturação financeira Alvarez & Marsal, assumiu a presidência da companhia, que publica as revistas Veja, Exame e Claudia, entre outros títulos. Em comunicado interno, a Abril afirmou que a mudança faz parte de uma “nova fase de seu processo de reestruturação operacional”.
Giancarlo Civita, neto do fundador do grupo, que havia assumido a presidência executiva em março, ficará como membro permanente do conselho editorial, ao lado do irmão Victor Civita Neto. “A família continua no controle da empresa, com sua posição acionária inalterada”, afirmou a Abril, em e-mail enviado aos funcionários.
O comunicado diz ainda que Haaland “já atuou em projetos de renegociação de dívidas e melhoria de desempenho para empresas dos setores indústria, químico, entre outros”.
Desde o fim de 2017, a Abril vinha empreendendo um esforço de redução de custos, com a ajuda da consultoria Legasi (antiga 44 Capital), que foi agora substituída. Dentro desse processo, no mês passado, o grupo saiu de sua tradicional sede paulista, em Pinheiros, para um edifício menor, no Morumbi. Procurada, a Legasi não respondeu os contatos da reportagem.
O Estado apurou que a Alvarez & Marsal vai montar uma equipe para iniciar o desenho de um plano de reestruturação para a editora. Procurada, a consultoria confirmou apenas que assumiu a gestão para “dar continuidade ao processo de reestruturação operacional da companhia”.
A empresa vem fechando no vermelho nos últimos anos, segundo relatório da PriceWaterhouseCoopers. No ano passado, o prejuízo foi de R$ 331 milhões.
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Que morra sem paz, apesar dos empregos perdidos.