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LOBISTAS. Bancadas da bala, do agronegócio, dos servidores e evangélica buscam em massa a reeleição

Deputado Pastor Eurico (Patriota-PE) toca shofar ao lado do deputado do PSC do Paraná Takayama (E) durante culto evangélico na Câmara

Do jornal O Estado de São Paulo, em texto de CAMILA TURTELLI, com foto de DIDA SAMPAIO

Sete de cada dez deputados que atuam nas quatro principais bancadas suprapartidárias do Congresso –servidores, evangélicos, bala e agronegócio – vão tentar a reeleição nas eleições 2018. Entre julho e agosto, o Estado mostrou na série de reportagem Os donos do Congresso como o lobby desses setores atua no dia a dia da Câmara dos Deputados. Dos 513 deputados hoje no País, 285 participam diretamente da defesa de demandas dos setores. Em abril, por exemplo, o grupo conseguiu derrubar um pacote de vetos do Palácio do Planalto para o setor do agronegócio. A conta gerou uma perda de arrecadação de R$ 15 bilhões.

A bancada evangélica da Câmara é a que proporcionalmente tentará reeleger mais membros este ano. De acordo com os registros de candidaturas, atualizados até sexta-feira pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 84% dos 82 parlamentares que compõe esse grupo estão concorrendo para retornar ao mesmo cargo em 2019.

Apenas 13 dos atuais parlamentares da bancada não concorrem nestas eleições como deputado federal. Entre eles está o Cabo Daciolo (Patriota-RJ), que disputa a Presidência da República, cinco parlamentares que buscam o Senado, três que tentam como deputados estadual e distrital, um candidato a governador, um a vice-governador e dois que não participam da disputa eleitoral.

A bancada é um dos quatro mais poderosos lobbies do parlamento, como mostrou o mapeamento feito pela série Os donos do Congresso. Para a próxima legislatura, um dos objetivos é evitar mudanças em questões ligadas ao aborto e às drogas, temas que os parlamentares evangélicos, em sua maioria, se posicionam contrariamente quando se trata da descriminalização.

Os deputados da bancada vêm como natural a quantidade expressiva de reeleições. “Por representar aproximadamente metade da população, que professa a fé evangélica, é natural que os deputados com esse alinhamento se sintam autorizados a buscar a renovação de espaço”, afirma o deputado João Henrique Caldas (PSB-AL), conhecido como JHC e um dos representantes da bancada.

“A bancada é unida”, diz o deputado Missionário José Olímpio (DEM-SP). Se o grupo mantiver sua força na próxima legislatura, Olímpio afirma que os parlamentares vão defender pautas conservadoras como a crítica à questão do aborto. “O Supremo, ao meu ver, tem extrapolado sua competência, já que a alteração do tratamento legal conferido ao aborto deve ser feito pelo Poder competente, no caso o legislativo”, diz.

Campo. A corrida para a reeleição também é expressiva nas demais bancadas. A poderosa bancada do agronegócio, que tem hoje a participação de ao menos 119 deputados federais, também tenta em peso. Do grupo, 77% dos parlamentares registraram candidaturas para o cargo de deputado federal neste ano.

O lobby dos servidores, que conta atualmente com ao menos 132 parlamentares na Casa, tem 98 deputados com as candidaturas registradas no TSE. Dos 32 deputados que compõe a bancada da bala, 22 vão concorrer.

Renovação em baixa. Levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), …aponta que 407 parlamentares são candidatos ao mesmo cargo, um pouco abaixo da média das últimas sete eleições (408), porém maior do que no pleito de 2014, quando 387 tentaram renovar seus mandatos. Segundo o Diap, dos 106 que optaram por não concorrer à reeleição, 31 desistiram da vida pública, não concorrendo a nenhum cargo neste pleito, e 75 disputam outros cargos.

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Um Comentário

  1. Pela abundância de rótulos desqualificadores já se vê que é coisa de vermelhinhos. Para começo de conversa parlamentar eleitor não é lobista, é representante de um setor ou grupo de interesse (servidores representam uma corporação, por exemplo).
    Segundo aspecto são os grupos não citados na matéria porque são ‘do bem’: bancada do MST, bancada pela liberação do aborto, bancada pela liberação das drogas e bancada da OAB (não tão do bem assim).
    Em outros tempos até passaria batido, mas em tempo de redes sociais a tendenciosidade aberta (afinal, ‘não se acredita em neutralidade’) em detrimento do profissionalismo é bem mais evidente.
    Depois da ‘opinião informativa’ e da Fake News vem a ‘informação opinativa’.

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