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CULTURA. A intervenção em espaços urbanos atrai o público que não procura as artes em locais tradicionais

Um fragmento do espetáculo “Amores aos Montes” do Teatro Por Que Não, acontecido no ultimo sábado, dia 8, no Largo da Locomotiva

Por LARISSA DA ROSA (texto e foto), Especial para o Site

A praça, a rua, a calçada: esses espaços fazem parte do cotidiano da cidade. Carros transitam, pessoas caminham, gente apressada, vida apressada, cidade apressada.  Estamos sempre com pressa. Afinal de que importa a música que toca na rua? De que importa o desenho no muro? A rua acaba sendo apenas trajeto para o fluxo de nossas tarefas, a rua a primeira vista é passagem. Porém, no momento em que se observa por onde anda, nota-se em torno o que dá significado ao passageiro: a arte.

A manifestação artística em espaços públicos visa a fazer com que as pessoas parem suas rotinas por alguns minutos para questionar, criticar ou contemplar a arte, seja com questionamentos sociais, políticos ou estéticos.

Para a artista visual Thais Feistler, a manifestação artística em espaços públicos tem o objetivo de chamar atenção para determinados espaços. A artista, que é responsável pela intervenção urbana de arte têxtil no Largo da Locomotiva de Santa Maria, explica que “o que ocorre na intervenção urbana é a transformação de um espaço comum em um lugar de questionamento”.

A atriz, iluminadora e diretora, Juliet Castaldello, afirma que o teatro de rua também é uma forma de intervenção urbana, que por sua vez leva o espetáculo para além dos limites dos espaços tradicionais. “A gente chega com a cor, com o movimento e com o som e muda o ambiente, ressignifica, transforma o espaço” conta a integrante do Teatro Por Que Não.

Existem intervenções urbanas de vários portes, desde pequenas intervenções visuais até grandes espetáculos e instalações. Juliet ressalta que a intervenção artística deve ser pensada conforme o espaço onde se consolida. “Em cada lugar é muito diferente, depende da ambientação, se tem barulho ou não tem, se tem circulação de pessoas” descreve Juliet, que no último fim de semana integrou o espetáculo Amores aos Montes, no Largo da Locomotiva em Santa Maria.

Além disso, a intervenção urbana também se fundamenta como uma forma de inserção cultural no cotidiano da cidade de maneira acessível. Juliet conta que o intuito principal deste tipo de ação é atingir públicos que tradicionalmente não procurariam o teatro nos espaços tradicionais. “Na rua tem muito isso, de interferir no cotidiano e fazer com que pessoas que nunca na vida delas iriam ao teatro parem, assistam e criem uma relação com o que assistem” relata a atriz. Seguindo a mesma linha de pensamento, Thais afirma que “é muito importante levar arte e questionamento pra fora de museus e espaços acadêmicos”. Para além disso, a artista visual ainda conta que o trabalho artístico que foge dos padrões tradicionais e se fundamenta como intervenção urbana ainda provoca uma mudança de olhar sobre o cotidiano.

Por causa de pressa, às vezes negligencia-se o que se encontra no entorno. Muitas vezes acha-se motivo para não buscar a arte em espaços culturais, já em outras a arte se desloca até o espaço do seu cotidiano. Assim, vale a pergunta: a tua pressa permite intervenção?

A SEGUIR, VEJA MAIS FOTOS DA INTERVENÇÃO DOS ATORES, NO ÚLTIMO SÁBADO:

 

 

 

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