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EDUCAÇÃO. Docentes da UFSM debatem os “riscos à universidade com resultado do pleito” para Presidente

Plenária convocada pela Seção Sindical dos Docentes aprovou a “construção de manifesto em que voto em Bolsonaro é rechaçado”

Por FRITZ R. NUNES (texto) e IVAN LAUTERT (foto), da Assessoria de Imprensa da Sedufsm

A vitória de Jair Bolsonaro à Presidência da República representará o fim da universidade pública, vaticinou o diretor da Sedufsm, professor Gihad Mohamad, também docente do curso de Engenharia Civil, durante a assembleia chamada pela seção sindical, na manhã desta terça, 16, no Audimax (Centro de Educação). A atividade tinha o objetivo de discutir a gravidade do momento que vive o país a partir do processo eleitoral.

O alerta de Gihad se baseia em declarações de lideranças ligadas ao candidato do PSL, que antecipam que o ministro da Educação pode ser um militar, e que a prioridade seria “inverter a pirâmide de investimentos”, ou seja, tirar recursos do ensino superior para aplicar no ensino básico. Da mesma forma, o diretor do sindicato alertou que já existem falas de assessores de Bolsonaro, de que podem ser reduzidas gratificações de servidores públicos, o que atingiria diretamente o salário do magistério federal.

Esse quadro catastrófico não foi traçado apenas pelo diretor da Sedufsm, mas pela grande maioria dos 24 presentes à plenária. Para o professor Adriano Figueiró, por exemplo, que é do departamento de Geociências e ex-presidente da Sedufsm, a “assembleia era tardia e esvaziada”, e, disse também, que o sindicato tomar posição no cenário eleitoral tem relação com o fato de que é a única forma de “defender a possibilidade de continuar lutando”. Na avaliação do docente, “sem democracia não há luta”.

O argumento de Figueiró é referendado pelo professor João Carlos Gilli Martins, vice-presidente da Sedufsm. Para ele, “votar em Bolsonaro é inviabilizar qualquer possibilidade de luta”. Gilli defendeu que é preciso rechaçar Bolsonaro, votar 13, mas, sobretudo, avançar na organização dos professores para que, independente de quem ganhar as eleições, se consiga reunir forças para manter a resistência aos ataques.

Débora Ortiz de Leão, docente do Centro de Educação, usou o microfone e disse que, pela primeira vez, estava se sentindo à vontade para falar. Ela disse que viveu na pele os anos 70 e 80, quando o país passava por um regime autoritário. “Vivemos uma época de silenciamento que agora querem trazer de volta”, alertou ela. Para Débora, a assembleia esvaziada talvez indicasse que “o medo já está instalado”.

Docente aposentado da área de Física, o professor Dartanhan Figueiredo se manifestou e disse que em mais de 30 anos de universidade, tinha consciência de que há setores conservadores na instituição e que estes não tinham coragem de admitir o voto em Jair Bolsonaro. Figueiredo argumentou em favor de uma nota que defendesse o voto em Fernando Haddad, frisando a condição dele de professor universitário, e que esse documento ressaltasse também a defesa da universidade.

Encaminhamentos

Conforme deliberação da ampla maioria dos presentes à assembleia, os encaminhamentos, resumidamente foram:

– Construir um manifesto, rechaçando o voto em Bolsonaro, indicando voto em Fernando Haddad (13);

– Realizar aulas públicas sobre democracia nos centros de ensino, seguindo o exemplo do CE, e também em praça pública;

– Sistematizar dados sobre investimentos em políticas sociais nos últimos anos;

– Falar sobre a importância da expansão e da qualificação da educação;

– Divulgar posição da assembleia nos meios de comunicação locais.

As deliberações aprovadas na assembleia docente das UFSM serão encaminhadas para o ANDES-SN, que terá, na quinta, 18, reunião unificada dos setores (federais,e staduais e municipais) para avaliar retorno de assembleias.

A Sedufsm também ficou disponível para participar de atividades dos outros segmentos da instituição para discutir o tema dos riscos a partir do processo eleitoral do país. Na tarde desta terça, uma representação da diretoria do sindicato participaria da assembleia estudantil chamada por DCE e APG.

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