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“OUTUBRO ROSA”. Conheça aqui a história de uma professora que enfrentou (e venceu) o câncer de mama

Rosangela Chiamenti Both, em uma viagem nos Lençóis Maranhenses, após curar o câncer de mama seguindo o tratamento indicado

Por VICTÓRYA AZAMBUJA (com foto de Arquivo Pessoal), Especial para o Site

O mês de outubro é marcado pela campanha que acontece anualmente e tem como objetivo incentivar a participação da população, especialmente as mulheres, no controle do câncer de mama. Além disso, segundo o site do INCA (Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva), outra finalidade do movimento do “Outubro Rosa” também é trocar informações a respeito do câncer de mama, promover a conscientização, facilitar o acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e, assim, auxiliando na redução da mortalidade.

Em Santa Maria, a Casa Maria, que trabalha no amparo Assistencial a Pessoas em Tratamento Oncológico, promove durante o mês diversas palestras e encontros com a finalidade de impactar a mensagem sobre a prevenção do câncer de mama.

A professora aposentada Rosangela Chiamenti Both, 53 anos, conta que em junho de 2013 havia realizado o exame de mamografia e ecografia, conforme tinha rotina e não havia mostrado nada, mas em setembro do mesmo ano surgiu um cisto liquido na mama esquerda, que acabou inchando.

– Passaram-se mais de vinte dias e não desinchava. Conversando com a minha filha mais velha, ela me aconselhou a procurar um mastologista, em vez de retornar ao ginecologista. Consegui consulta só em novembro. Levei os exames dos dois últimos anos, mas fui bem tranquila. Após ele examinar e olhar os exames disse que o cisto não preocupava, mas que ele tinha visto uma sombra na parte inferior da mama esquerda, e me pediu uma ressonância com contraste e uma ecografia com dopler. – relata Rosangela.

A aposentada conta que fez os exames pedidos no dia 23 de dezembro do mesmo ano. Após a ressonância, fez uma ecografia com a mesma médica que havia acompanhado o ultimo teste.

– Ela me disse que ia pedir uma biópsia porque tinham aparecido dois nódulos que eram suspeitos. Fiz a biópsia no dia 14 de janeiro, dia do meu aniversário de 48 anos. Nessa altura já estava admitindo que seria algo mais grave, mas ainda tinha esperança. E então no dia 24 de janeiro o exame estava pronto, liguei para o laboratório e pedi o exame por email. Na mesma hora mandaram e quanto abri vi que era um carcinoma invasivo, sou bióloga, então tinha noção do que constava. Na hora não queria acreditar, liguei para o médico amigo da família e ele disse que era isso mesmo – afirma Rosangela.

Ela fala que não podia chorar, pois no dia seguinte era a formatura da sua filha mais nova.

– Eu não queria estragar a festa dela. Contei para o meu marido e minha secretária. A minha filha mais velha mora no exterior. Passou a festa, contei para as minhas filhas e pessoas muito próximas. Comecei a fazer os exames de rastreamento e a cirurgia foi marcada o dia 18 no mês seguinte. – conta a professora.

Rosangela relata que em primeiro momento ficou apavorada, chorou muito, mas que hoje agradece por ter descoberto a doença a tempo.

– Agora eu tenho consciência do quanto eu sou uma pessoa privilegiada no sentido de que eu consegui descobrir a doença quando veio a confirmação da biopsia e em menos de um mês eu já estava fazendo a cirurgia, e em maio já tinha terminado o tratamento. É uma doença para a qual existe cura, desde que se descubra a tempo, e hoje vejo a importância da gente conhecer o corpo da gente, fazer o autoexame e procurar o médico, desabafa a aposentada.

Juarez Chiesa, médico oncologista, fala que a prevenção compreende cuidados alimentares e observar a história familiar, visando detectação precoce – e o tratamento é sempre voltado para curar, cirurgia antes ou depois da Quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia são envolvidos com particularidades para cada caso. A decisão dos tipos de tratamento a serem aplicados é tomada conjuntamente entre Mastologista, Oncologista e Radioterapeuta – afirma Chiesa.

O médico ainda fala que os estágios 1, 2, e 3 sempre são tratados com finalidade curativa, sendo estes os mais agressivos.

– O estágio 4 nem sempre pode ser curado; cabe a avaliação dos profissionais envolvidos neste caso para decidir os possíveis tratamentos. E os estágios 1 a 3 são tratados mais agressivamente, pois podem ser curados – conta Chiesa.

O médico ainda deixa uma recomendação para as mulheres que estão em tratamento do câncer de mama:  – seguir as orientações dos médicos, não dar atenção a opiniões negativas, valorizar o esforço de estar em tratamento e quando necessário procurar apoio de profissionais que melhorem os aspectos físicos e emocionais relacionados ao momento.

Rosangela que já enfrentou (e curou-se) o câncer de mama, ainda deixa uma mensagem para que as mulheres nunca percam a fé, e acreditar, seguir as recomendações dos médicos e procurar apoio com os familiares.

– A gente tem que acreditar que vai estar curada e que vai dar certo; é importante ter este pensamento. Olhar para frente e ver que tudo isso passa. Eu mudei drasticamente meu jeito de ver a vida e o jeito como eu era dando importância para coisas que não tinham tanta importância-, revela a professora aposentada.

Então, a recomendação que fica para as mulheres, é que se deve cuidar do corpo, fazer sempre o autoexame e, além disso, procurar o médico para realizar os exames de rotina e participar dos eventos que promovem esta conscientização.

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