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Operação. Lula sente o (ou é avisado do) perigo e vai chamar Michel Temer para conversar

Os sete governadores eleitos pelo PMDB se reúnem de amanhã a domingo em Florianópolis. Parte eles – Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, à frente – quer aderir de mala e cuia ao governo Lula, no segundo mandato. E outro tanto está, no mínimo, reticente, isso pra não dizer contrário. Inclusive o anfitrião, o reeleito Luiz Heinrique da Silveira.

Aos sete vai-se juntar o presidente da sigla, o deputado paulista Michel Temer. Este, desde o final da semana passada, tem tornado público o descontentamento dos dirigentes do PMDB com o que consideram um erro do Presidente Lula, que prefere conversar com setores específicos do partido, em vez de institucionalizar a discussão sobre uma possível participação peemedebista no governo.

Esta opção preferencial por grupos não necessariamente representativos do conjunto do PMDB é considerada um erro grave. E um perigo nada desprezível. Isso é o que já foi dito a Lula por seus aliados, inclusive do próprio PT. Não é por outra razão, aliás, que o Presidente se deu conta (ou se deram conta por ele) da necessidade de conversar com o próprio Michel Temer. E isso, a convite de Lula, deverá acontecer na próxima semana, depois do colóquio dos governadores.

Sobre o que será conversado entre Lula e Temer, e a forma como se dará o convite, vale a pena ler a reportagem que Cida Fontes e Christiane Samarco assinam na edição de hoje do jornal O Estado de São Paulo. Confira:

”Lula planeja reunião com Executiva para contornar rebelião no PMDB
Como Temer, grupo de deputados está insatisfeito com negociação concentrada em trio próximo ao Planalto

Preocupado com o andamento das negociações com o PMDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu chamar ao Planalto o presidente nacional da legenda, deputado Michel Temer (SP), para tratar da participação do partido no segundo mandato. Para que o encontro não fique restrito a Temer, com quem Lula está rompido há mais de um ano, a idéia é fazer reunião com toda a Executiva Nacional, abrindo a negociação institucional com o partido ao mesmo tempo em que o presidente amplia sua interlocução com os peemedebistas.

Lula já foi alertado de que há uma rebelião em curso na bancada peemedebista na Câmara, que não aceita que a interlocução passe apenas pelo trio composto pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pelo senador José Sarney (AP) e pelo deputado Jader Barbalho (PA).

Na mesma linha de Temer, que na quarta-feira fez um protesto público contra ‘as conversas de natureza pessoal, em detrimento da relação institucional com o PMDB’, um grupo expressivo da bancada federal sente-se alijado da negociação com o Planalto e articula um movimento para desautorizar a atuação do trio. A revolta deve-se não só ao monopólio da interlocução, mas à predileção de Lula por peemedebistas que são considerados mais da cota pessoal do presidente do que do partido – como Nelson Jobim ou Roseana Sarney, que pode se filiar ao PMDB.

‘Sugeri ao presidente que busque trazer todo mundo, oferecendo a todos condições de conversar com dignidade’, relata o deputado Geddel Vieira Lima, salientando que todos os grupos estão representados na Executiva. Ele, o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), e o ministro Tarso Genro acreditam que no encontro da próxima semana Lula deverá apresentar aos peemedebistas as principais medidas que pretende submeter ao Congresso no segundo mandato.

Só a partir dessa iniciativa Lula começará a definir o espaço do PMDB no governo. No momento, a sigla enfrenta a divisão interna e ainda está em guerra aberta com o PT por cargos na Esplanada dos Ministérios. Lula entra no circuito para abortar a rebelião dos deputados, que só serviria para dividir mais o partido e dificultar a montagem da coalizão.

Temer também levará ao Planalto uma posição dos sete governadores peemedebistas eleitos, que se reúnem amanhã, em Florianópolis. Nessa frente, também será difícil que haja consenso…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página do jornal O Estado de São Paulo na internet, no endereço http://www.estado.com.br/editorias/2006/11/16/pol-1.93.11.20061116.9.1.xml.

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