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ARTIGO. Giuseppe Riesgo, a proposta do NOVO que acaba com privilégios e um recado discreto mira 2020

Exemplos são mais fortes que discursos

Por GIUSEPPE RIESGO (*)

Essa semana completo pouco mais de um mês como deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Esse início de mandato tem sido desafiador e de grande aprendizado. O envolvimento com a política num país em que as pessoas se sentem tão afastadas dos políticos não é fácil.

Foi pensando nisso e porque comungo desse sentimento sobre a classe política que, logo ao chegar na Assembleia, abri mão dos meus privilégios. Cortei na própria carne e renunciei ao auxílio mudança de mais de R$ 25.000. Cortei metade da verba de R$ 80 mil que disponho no gabinete e, como vocês sabem, tenho apenas 6 assessores dos 17 possíveis.

Meu mandato economizará, em 4 anos, mais de R$ 2 milhões do dinheiro do pagador de impostos. Creio ser possível fazer política limpa e eficiente custando muito menos para o bolso do povo gaúcho que, afinal é quem paga a conta.

Só para o leitor ter uma ideia: segundo cálculos da bancada do partido NOVO, se todos os demais partidos fizessem a mesma economia, em quatro anos, teríamos mais de R$ 217 milhões poupados. Seria o suficiente para construir mais dois hospitais do porte do nosso hospital regional.

Não há dúvidas: a democracia no Brasil é muito cara. Foi pensando nisso que percebi, ao assumir na Assembleia, que não bastava somente que eu economizasse. Percebi que precisaríamos pautar esse debate para que meus colegas percebessem nossos privilégios e também cortassem na própria carne, diminuindo-os.

Foi por isso que redigi, junto ao meu colega de bancada Fabio Ostermann (na foto), uma carta de intenções ao Presidente da Assembleia Legislativa Luís Augusto Lara solicitando que a mesa diretora da Casa extinguisse a imoral ajuda de custo ao menos para os deputados reeleitos.

Não faz o menor sentido que um deputado reeleito ganhe ajuda de custo sendo que o mesmo não terá que fazer mudança para Porto Alegre. Tampouco faz sentido ajudar o deputado que já mora em Porto Alegre. Tais auxílios nada mais são do que um privilégio fantasiado de auxilio-mudança.

Para ser sincero com você, leitor, eu considero esse auxilio, por inteiro, um privilégio. A depender de mim eu o revogaria por completo. No entanto, compreendo que na democracia o diálogo com meus pares é importante e, portanto, aceitei a contraproposta da mesa. Acordou-se que se manteria o auxílio “de vinda” para os deputados em primeiro mandato e “de despedida”, para quem está em último mandato. Em resumo, enquanto o deputado for sendo reeleito, não receberá mais o auxílio-mudança.

E a grande notícia da semana veio, terça-feira passada, no colégio de líderes. O Presidente da Assembleia atendeu nossa proposta e irá levar ao Plenário a extinção do auxílio-mudança para deputados reeleitos ou residentes na capital. Esse é um passo fundamental na diminuição dos privilégios dos políticos. Não é a proposta perfeita, mas é um significativo avanço.

Isso diz muito sobre a força das ruas. Sobre a força da população. A voz da população tem que ser ouvida; afinal, é para isso que serve a democracia. Por muito tempo, o povo se afastou dos seus representantes e isso não ajuda a ninguém.

Quando deixamos de nos sentir representados e passamos a demonizar a política e os políticos começamos a desistir de acompanhar e cobrar. É o caminho perfeito para o aumento dos privilégios e da servidão do povo perante os políticos.

Felizmente, isso está começando a mudar. O civismo da população cresceu. Nos insurgimos e, assim, estamos mudando a política aos poucos. A eleição de alguém jovem, completamente de fora da política, que não usa dinheiro público, que fez uma campanha barata, com a imensa maioria da equipe completamente voluntária e sem coligar com os partidos da velha política é prova disso também.

A liberdade chegou com tudo. O povo brasileiro cansou. O surgimento do partido NOVO e de candidaturas nesses moldes é um sopro de esperança e renovação no nosso cenário político. Quem ainda não enxergou isso deveria repensar sobre nosso atual cenário político.

O brasileiro acordou e é questão de tempo para que renovemos tudo em Santa Maria também, afinal, 2020 é logo ali.

*) GIUSEPPE RIESGO é Deputado Estadual, que cumpre seu primeiro mandato pelo Partido NOVO. Ele escreve no site todas as quintas-feiras

OBSERVAÇÃO DO EDITOR: A foto que ilustra este artigo é uma reprodução.

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