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CIDADE. Curso de Artes Visuais da UFSM desenvolve um projeto de Extensão que dá cor a espaços públicos

Pelo projeto, cerca de 30 dias foram necessários para trazer à vida três pinturas que atualmente colorem o Colégio Estadual Coronel Pilar

Da Revista Arco, da UFSM, com texto de TAÍSA MEDEIROS e foto de KARINE PEREZ (arquivo pessoal)

Cerca de 30 dias foram necessários para trazer à vida três pinturas que atualmente colorem o Colégio Estadual Coronel Pilar, no bairro Nossa Senhora das Dores, em Santa Maria. PortalDespertar e Germinação são ilustrações criadas por alunos do curso de Artes Visuais da UFSM, participantes do projeto de extensão Ações Pictóricas Itinerantes: Produção e Difusão Artística em Espaços Públicos. A iniciativa está vinculada ao Grupo de Pesquisa Processos Pictóricos (o GPICTO), coordenado pela professora Karine Perez.

O Grupo supriu a necessidade de estudos mais aprofundados sobre a pintura, mas foi com a vontade de colorir ambientes externos que a iniciativa foi pensada. “A ideia era sair de espaços institucionais, como a Universidade, museus e galerias, além de experimentar a produção coletiva, porque costuma ser desafiador trabalhar em conjunto”, destaca Karine. A estudante de Artes Visuais Gabriela Cappa, participante do grupo, afirma que a convivência durante o trabalho foi gratificante. “Foi minha primeira experiência com trabalho artístico coletivo, de grandes dimensões e aberto ao público, mas posso dizer que não tem como dimensionar o que significaram as vivências ali construídas”, relata.

Além do trabalho coletivo, outros desafios precisaram ser enfrentados pelo grupo durante as pinturas. A temperatura do verão santa-mariense entre novembro a dezembro foi um deles. “Os dias que a gente foi de fato era muito calor, e batia sol nos lugares que a gente trabalhava, então só conseguíamos pintar pela manhã ou a tardinha”, conta Karine. Ainda havia a variável de o colégio estar em período letivo, o que fez com que o grupo precisasse lidar com o trânsito intenso de pessoas. “No curso de Artes Visuais é predominante o trabalho de atelier, cada um com sua maletinha, seu cavalete, sua mesinha. No Colégio, precisamos ter consciência de nos adequarmos ao espaço, porque nós também mudamos a rotina do lugar”, afirma a professora.

No processo de escolha de um lugar que receberia as pinturas, cada aluno levou opções para que o grupo decidisse em conjunto. A sugestão de Gabriela foi o Colégio Coronel Pilar, onde fazia o estágio curricular de seu curso, dando aulas para o ensino médio. “Quando apresentei nosso projeto e nosso Grupo à escola, a proposta de pintura mural foi muito bem acolhida. A partir daí foram muitas semanas preparando os projetos e os materiais, um trabalho que desde o princípio construiu-se em coletivo”, relata a estudante.

Na visão da professora, a receptividade no Colégio também foi positiva. “A curiosidade que despertou em quem acompanhou a gente trabalhando foi bacana. Teve aluno do colégio que gostaria de pintar junto, de fazer o curso de Artes Visuais. Teve até quem pedisse pra pintar a fachada da sua casa”, relembra Karine. Os comentários de que a arte trouxe vida para o ambiente foram os mais ouvidos pelo grupo, o que despertou a vontade de seguir realizando o projeto.

“Foi bem mais trabalhoso do que imaginamos. E só conseguimos atender a esse colégio. Desde então surgiram pessoas convidando para irmos pintar outras escolas, hospitais, e também queremos fazer um trabalho nos ambientes públicos da cidade”, adianta Karine. Assim, o Ações Pictóricas Itinerantes,  previsto para encerrar em dezembro de 2018, foi renovado para 2019. Ainda não há definição da próxima pintura e do local, mas o objetivo segue o mesmo: “dar vida” a espaços coletivos e públicos.

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