Artigos

Estephania Berthon (sec XIX) – por Elen Biguelini

Não encontramos dados biográficos sobre esta autora, para além do fato que era a parteira mestra da Santa Casa de Misericórdia nos anos 1830 e 1832. Segundo o periódico “O Moderador” foi a madame Berthon foi escolhida pelo próprio imperador para a função que iria exercer na então recém fundada Santa Casa de Misericórdia. O local havia sido inaugurado seguindo modelos franceses de saúde maternal, e a autora escolhida por ser parteira e “examinada pela faculdade de medicina de Paris” (O moderador, 20 de outubro de 1830, pg 2 e A Aurora, 3 de outubro de 1830, pg 4).

Possivelmente tenha sido a mãe de Amandine Celestina Berthon, filha de Francisco e Estephania Berthon e casada com Antonio Dobrevil em 28 de agosto de 1847 na Sé do Rio de Janeiro e batizada na Freguesia de São José, também no Rio de Janeiro (os dados referentes ao batismo não foram encontrados).

O sobrenome Berthon figura em periódicos cariocas durante a primeira metade do século XVIII como “Berthon Hobker Comp” (Jornal do Commercio, 30 de janeiro de 1832, pg 3: Diario do Rio de Janeiro, 29 de julho de 1830, pg 3), “Berthon Robinson e Comp” (Jornal do Commercio, 12 de julho de 1834, pg 6), a primeira uma casa de comercio, o segundo como corretores, sendo quem em 1839 João Robinson assume sozinho a firma (O despertador, 2 de janeiro de 1839, pg 3). Também aparece um John Berthon, inglês, que chega e sai do Brasil em data posterior aos textos de nossa autora.

Foi autora de dois textos encontrados na Fundação Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, sobre a saúde feminina.

“Compendio das doenças e outras indisposições das mulheres, para servir de guia as parteiras na arte dos partos: precedido d´huma dissertação sobre o tacto / obra dedicada ás mãis de familia por Mma. Estephania Berthon”. – Rio de Janeiro: Typ. Imperial de Seignot-Plancher, 1830.

“Memorial para se consultar quando se tratar de huma nova Organisação da Escolas Medicas / Estephania Berthon”. – Offerecido a sabia consideração da Augusta e dignissima Assemblea Legislativa por Mme. Berthon, parteira mestra da Santa Casa da Misericordia, 27 de julho proximo passado, e enviado pela Camara, a Comissão de Saude Publica. Rio de Janeiro]: Typ. Imperial e Constitucional de Seignot e Plancher, 1832].

Zan, Sara Fernanda: Santos, Christian Fausto Moares dos. “Evidenciando o feminino: o corpo da mulher no XIX por meio do Ofício da parturição”. Apresentado no 28º encontro anual de iniciação científica. Encontrado em :
https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=0CDgQw7AJahcKEwjw7cGK2MWAAxUAAAAAHQAAAAAQAw&url=https%3A%2F%2Frdu.unicesumar.edu.br%2Fbitstream%2F123456789%2F4099%2F1%2FSara%2520Fernanda%2520Zan.pdf&psig=AOvVaw24ub2Bu5jTpl-1lYUwfTcu&ust=1691330727374582&opi=89978449

Registro de Casamento de Amandine Celestina Berthon : (https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:6X8Y-43JQ : Wed Jul 26 20:59:32 UTC 2023), Entry for Antonio Dubrevil and Thomaz Dubrevil, 28 Aug 1847.

(*) Elen Biguelini é doutora em História (Universidade de Coimbra, 2017) e Mestre em Estudos Feministas (Universidade de Coimbra, 2012), tendo como foco a pesquisa na história das mulheres e da autoria feminina durante o século XIX. Ela escreve semanalmente aos domingos, no Site.

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo