Por FRITZ R. NUNES (texto e foto), com informações também do DCE, da Assessoria da Sedufsm
“Não aceitamos a entrega das universidades ao setor privado. E isso tem sido expressado através das assembleias que realizamos nos vários campi da UFSM”. A manifestação é do professor Júlio Quevedo, presidente da Sedufsm, o primeiro a falar, no final da tarde de quarta (28), na assembleia dos três segmentos da UFSM que ocorreu no Largo do Planetário com a presença de centenas de pessoas. As intervenções dos representantes das diversas entidades presentes – Atens, DCE, APG, UNE, Assufsm – tiveram um mesmo tom: de rechaço ao projeto do governo federal que quebra com a autonomia, criando uma Organização Social (OS) para participar da gestão das universidades.
Além disso, as falas também apontaram para uma rejeição à ideia de construir uma proposta alternativa ao ‘Future-se’. Para Jéssica Erd Ribas, da Associação de Pós-Graduandos (APG), a posição da comunidade universitária deve ser de rejeição ao programa governamental e sem substitutivo. “Não é não”, afirmou ela. Natália San Martins, da diretoria do sindicato dos técnicos (Assufsm), ressaltou ainda que devemos ficar alertas, pois nada que vem do governo Bolsonaro é bom.
Lucas Reinehr, estudante da UFSM e membro da diretoria da União Nacional dos Estudantes (UNE), frisou seu entendimento de que a proposta do MEC, que poderá ser encaminhada via Medida Provisória (MP) ao Congresso Nacional, precisa ser rechaçada. E disse também que é uma rejeição sem fazer qualquer “remendo”. Conclamou estudantes e demais segmentos para irem às ruas, a começar pelo dia 7 de setembro, data em que o movimento estudantil está preparando uma agenda nacional de protestos.
Entrega do patrimônio
Clóvis Senger, da diretoria do Sindicato dos Técnicos de Nível Superior (Atens) na UFSM, comentou que a universidade é uma instituição construída pelo esforço de toda a sociedade, e que está na mira das “aves de rapina”. Acrescentou que “seremos julgados pelas futuras gerações caso permitamos que o patrimônio nacional seja entregue ao mercado”. Sublinhou ainda que não há o que negociar em relação ao ‘Future-se’.
A estudante de jornalismo e integrante do Diretório Central de Estudantes (DCE), Franciéli Barcellos de Moraes, ressaltou a imposição da proposta do MEC, sem qualquer diálogo com as comunidades universitárias. Esse programa, avaliou ela, levará a um desmonte estrutural da universidade. Franciéli destacou também que a reitoria da UFSM foi convidada para participar da assembleia dos segmentos, mas que a resposta da gestão foi negativa…”
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