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ARTIGO. Luciano do Monte Ribas faz sua pergunta: o que há para comemorar nesse Dia da Independência?

A palavra “luto” precisa ser verbo

Por LUCIANO DO MONTE RIBAS (*)

O mesmo país que, em 2018, gastou R$ 1 bilhão com o auxílio-moradia de juízes e promotores e que já torrou, em 2019, mais R$ 246 milhões em auxílio-paletó para militares de alta patente, está destruindo sua pesquisa científica.

A imoralidade e a safadeza dessa irracionalidade são tão evidentes que todos os adjetivos que a desqualificam são insuficientes para defini-la com exatidão. Afinal, mesmo para um país fundado sobre privilégios e que tem como traço definidor da sua história uma desigualdade criminosa, essa situação beira o surrealismo.

Pior ainda, a passividade da maioria, a conivência de alguns e a ignorância de outros tantos fazem com que os efeitos de um governo que oscila entre a insanidade e a traição à pátria se multipliquem. E eles não atingem apenas os que bovinamente (ainda) o aplaudem, mas também o presente e o futuro de todos os brasileiros e de todas as brasileiras, o bem-estar do mundo e a estabilidade de toda a América do Sul.

E, mesmo assim, há entre os membros desse conluio (começando pelo néscio que o unificou) quem convoque os brasileiros a celebrarem o 7 de setembro.

Celebrar o que nesse 2019? A inexistência de qualquer iniciativa para ativar a economia, a entrega do patrimônio público, os cortes na saúde, a destruição das universidades, os milhões de brasileiros que perderam o atendimento que o Mais Médicos lhes garantia, o exponencial aumento do desmatamento e das queimadas, a prostração frente aos EUA, a crescente irrelevância do Brasil na geopolítica, a volta da censura, o massacre da indústria audiovisual e da cultura como um todo, a quebra da pesquisa científica, a ignorância elevada à condição de política oficial? Ou os laranjas da família Bolsonaro, os milicianos, a cocaína na aeronave da FAB, a diarreia verbal do presidente, o depósito do Queiroz na conta da primeira-dama, os delírios da Damares, o terraplanismo do ministro do Exterior, o descaso do ministro do Meio Ambiente, a queima dos dólares das reservas internacionais, o elogio à tortura?

O que mais precisa ser acrescentado a essa lista de horrores para que, EM DEFESA DA PÁTRIA, o preto seja usado ostensivamente ao lado das cores nacionais, como forma de denúncia dos horrores a que o Brasil está submetido?

Ufanismo não é patriotismo. É uma alienação da vida real e uma lembrança amarga dos anos de chumbo, onde coturno era autoridade, tortura e morte eram “argumentos” e o silêncio era a única forma de sobreviver.

Daqueles dias, sinto saudade da minha Monareta Mirim cheia de papel crepom colorido no desfile em Itaara, da Rural Willys do meu pai e de outras coisas da infância. Da ideologia autoritária que exilou, matou e oprimiu, guardo apenas profunda repulsa.

(*) LUCIANO DO MONTE RIBAS é designer gráfico, graduado em Desenho Industrial / Programação Visual e mestre em Artes Visuais, ambos pela UFSM. É um dos coordenadores do Santa Maria Vídeo e Cinema e já exerceu diversas funções, tanto na iniciativa privada quanto na gestão pública. Para segui-lo nas redes sociais: facebook.com/domonteribas – instagram.com/monteribas

OBSERVAÇÕES DO AUTOR: Foto: manifestação contra a intolerância e em defesa de um país para todas as pessoas.

Aqui uma definição para “bovinamente”: https://www.dicio.com.br/bovinamente/

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