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EDUCAÇÃO. Docentes da UFSM avaliam criticamente programa que deverá criar as Escolas Cívico-Militares

Ministro da Educação, Abraham Weintraub (no púlpito), durante o lançamento do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, no dia 5

Por AMANDA XAVIER e FRITZ R. NUNES (com foto de Divulgação), da Assessoria da Sedufsm

O que o presidente Jair Bolsonaro pretende com o Decreto nº 10.004/2019, que institui o Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares (Pecim), assinado no dia 5 de setembro, no Palácio do Planalto?  A lei assinada por Bolsonaro tem “a finalidade de promover a melhoria na qualidade da educação básica no ensino fundamental e no ensino médio”. Além disso, prevê que o Programa será desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC) com o apoio do Ministério da Defesa e será implementado em colaboração com os Estados, os Municípios e o Distrito Federal na promoção de ações destinadas ao fomento e ao fortalecimento das Escolas Cívico-Militares (Ecim). Mas, em algum momento, educadores ligados às universidades, foram ouvidos?

A Assessoria de Imprensa da SEDUFSM conversou com alguns professores da Universidade Federal de Santa Maria com a intenção de obter deles avaliações em relação ao decreto, que tem gerado bastante polêmica, especialmente a partir de declarações do Presidente da República, que faz comparações procurando realçar o ensino de escolas militares como o grande modelo pedagógico para o ensino do país.

Para Diorge Konrad, docente do departamento de História da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), “promover a melhoria de educação básica, ensino fundamental e no ensino médio através de escolas cívico-militares”, ao invés de ampliar o necessário investimento nesses níveis, esconde a intenção doutrinária do atual governo, que se demonstra em uma lógica da moral e cívica, implantada durante a Ditadura Civil-Militar no país.

Gestão em excelência

Segundo o MEC, o modelo será desenvolvido a partir de aspectos como: “gestão de excelência nas áreas educacional, didático-pedagógica e administrativa, baseada nos padrões de ensino adotados pelos colégios militares do Comando do Exército, das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares”.

Descreve o Capítulo V do decreto que “a gestão na área educacional será alcançada por meio de ações destinadas ao desenvolvimento de comportamentos, valores e atitudes, com vistas ao desenvolvimento pleno do aluno e ao seu preparo para o exercício da cidadania”.

Já a “gestão na área didático-pedagógica será alcançada por meio de ações relacionadas à supervisão escolar, ao apoio pedagógico, à psicopedagogia, à avaliação educacional e à proposta pedagógica”.

No que tange à gestão na área administrativa, “esta será alcançada por meio de ações que contemplem a administração, de forma sustentável, nas áreas de pessoal, de serviços gerais, de material, patrimonial e de finanças”.

Diorge Konrad se refere a esses aspectos tratados pelo Pecim da seguinte forma: “Neste caso em específico, este tipo de concepção de recorte meritocrático (e isto está explícito no decreto, quando se trata de “gestão de excelência nas áreas educacional, didático-pedagógica e administrativa, mesmo que o decreto fale em atender escolas com “vulnerabilidade social”) acaba por excluir os estudantes, ao invés de uma educação inclusiva. Segundo o professor de História, isso “não resulta em melhoria das condições de educação e acesso, haja vista confundir disciplina e valores supostamente cívicos (pois ser patriota é defender a soberania nacional e não prestar continência para bandeiras forasteiras, nem colocar símbolos estadunidenses em frente a estabelecimentos comerciais) com qualidade da educação, acesso universal e políticas de permanência”, pontua Konrad.

A ‘gestão em excelência’ do Pecim traz pontos duvidosos na visão de Reginaldo Perez, professor de Ciência Política lotado no departamento de Ciências Sociais da UFSM. “Salvo engano meu, parece haver motivos para algumas dúvidas: presume-se ali que as Escolas Militares são ‘melhores’ em relação a outras (não-militares) e propõe a consideração daquelas (gestão e procedimentos didático-pedagógicos) em relação a outras. Ocorre que há outros ‘sistemas escolares’ – que não são militares – cujo desempenho não fica atrás das escolas militares; ou seja, não parece ser pelo fato de serem militares que as escolas que se pretendem referências poderiam sê-lo; Se associarmos ‘gestão de excelência’ (termo empregado no Decreto) a desempenho escolar, a decorrência lógica é que o desempenho ótimo em escolas não-militares presume ‘gestões de excelência’ nessas últimas – e não sei se é possível estabelecermos essa correlação”, destaca Perez…”

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2 Comentários

  1. No Canadá existe o programa ‘Cadets Royal Canadian Air Force’. Na França o ‘Cadets de la Defense’. Nos EUA o ‘Junior ROTC’. Jovens em áreas de vulnerabilidade passam o tempo que não estão na escola dentro de uma unidade militar. Fardados.
    Poderia-se discutir as escolas do MST, mas o debate não teria futuro.
    Questão é que algo tem que ser feito com relação a falta de disciplina em certas escolas. Também o tempo livre há que ser ocupado com alguma coisa. França tem outras alternativas, país tem mais de 5 mil academias de judô, por exemplo.
    Quanto a doutrinação, Tarso, o intelectual, é oficial da reserva de artilharia. Cursou no Mallet. Obviamente foi bem ‘doutrinado’ por lá.

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