Política

ARTIGO. Fogo no cabaré! “Nessa luta de laranjas com milicianos eu torço pela briga”, diz Luciano Ribas

Pega fogo, cabaré

Por Luciano Ribas*

Alguém escreveu que é frustrante não precisar nem fazer oposição para o cabaré do bolsonarismo pegar fogo. Muito menos “torcer contra” pois, com o controle de um fundo partidário polpudo em questão, por eles mesmos todos os limites e pudores são mandados às favas.

Vale tudo. De se intrometer na sexualidade alheia a chamarem de VA-GA-BUN-DO o mito que tanto endeusavam até bem pouco tempo atrás, passando por ameaças mútuas de revelações bombásticas e pela arapongagem generalizada. Capitães, delegados, majores, entre outras profissões e patentes agregadas aos nomes de guerra dos corajosos combatentes da moral e cívica, estão revelando suas entranhas ao mundo. Tudo isso no seio da família tradicional brasileira, entre “conjes” e homens de bem e sob a herança do onipresente combate à corrupção.

Mas nessa luta de laranjas com milicianos eu torço pela briga. Torço com a mesma intensidade com a qual torço contra esse governo (?) de ignorantes e espertalhões.

Acho que a briga é a coisa menos nociva ao país que fizeram nesses quase onze meses, o que revela o tamanho do estrago feito ao país e ao povo. Aliás, não sei se todos se deram conta de que já faz praticamente um ano que a pandilha assumiu o poder e que absolutamente nada para tirar a economia brasileira da recessão foi feito. Nem a experiência do Eduardo no ramo dos hambúrgueres ajudou…

Voltando ao título, embora aqui no sul o significado mais comum de cabaré seja o de casa de prostituição, o sentido original da palavra é outro. Aliás, se escrita em francês, cabaret, um outro imaginário é evocado, tão bem traduzido por Toulouse-Lautrec e sua genialidade (mesmo que com uma certa melancolia e até com alguma decadência, em certos casos): arte, música, alegria, convivência e mélange. Coisas que o bolsonarismo ignorante escolheu como inimigas, ao lado da educação e da ciência.

Outra forma antiquada de se referir aos espaços destinados à prostituição é a expressão “casa de tolerância”. Esta última palavra, no seu sentido mais comum, me é útil por ser outro termo que essa gente hipócrita de dedos esticados e raciocínio curto não consegue exercitar. E não estamos falando de aceitação, mas do simples ato de tolerar, que seria o tratamento mínimo que um ser humano deveria manter pelas outras pessoas.

De qualquer forma, o fato é que nessa metade de outubro o Moulin Orange (perdoem-me o péssimo trocadilho, mas não resisti, mesmo sem saber se essa forma de escrever está correta) do Bolsonaro arde mais do que floresta sem fiscalização. Se sobrará alguém vivo não sabemos – inclusive no sentido literal da palavra, diga-se de passagem.

Estouremos, então, uma pipoca para aguardar os próximos lances.

* LUCIANO DO MONTE RIBAS é designer gráfico, graduado em Desenho Industrial / Programação Visual e mestre em Artes Visuais, ambos pela UFSM. É um dos coordenadores do Santa Maria Vídeo e Cinema e já exerceu diversas funções, tanto na iniciativa privada quanto na gestão pública. Para segui-lo nas redes sociais: facebook.com/domonteribasinstagram.com/monteribas.

FOTO: Banco nas cores do arco-íris, encontrado numa rua do Barrio Bellas Artes, em Santiago do Chile.

NOTA DO AUTOR: AQUI uma definição de tolerância.

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