Santa Maria e a UFSM
Por PAULO PIMENTA (*)
No dia 14 de dezembro de 1960, Santa Maria se tornava a primeira cidade do interior do Brasil a ter uma universidade pública. Ao longo destes quase 59 anos de funcionamento, a UFSM se tornou o grande patrimônio do nosso município e da região. A instituição que já formou quase 180 mil profissionais das mais diversas áreas do conhecimento, figura entre as 15 melhores universidades do país e as 50 melhores da América Latina, motivo de orgulho para os santa-marienses e para aqueles que se tornaram meus conterrâneos por adoção após passarem por ela.
É importante ressaltar que hoje a UFSM conta com mais de 20 mil estudantes, que ao lado de professores e servidores desenvolvem pelo menos 5 mil projetos de ensino, pesquisa e extensão, gerando 5 mil empregos diretos, sendo responsável por 25% do PIB de Santa Maria. Atualmente o Hospital Universitário de Santa Maria – HUSM é referência em saúde na região central do Rio Grande do Sul, atendendo em média 1 milhão de pacientes por ano, oriundos de 45 municípios.
A Universidade marcou a minha vida, assim como a de muitos santa-marienses, gaúchos, brasileiros, e de tantos outros oriundos das mais diversas nacionalidades. Foi ali, que aos treze anos iniciei meus estudos e minha militância política no Colégio Agrícola, onde fui presidente do Grêmio estudantil. Mais tarde, nessa mesma instituição, cursei agronomia e acabei me formando em jornalismo, fui presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e foi nessa comunidade que aprendi muitas coisas, entre elas lutar pelo justo, defender a democracia, os direitos dos excluídos, a democratização do conhecimento e do saber e a educação como um direito.
Tive a honra de presidir a primeira Assembleia da Comunidade Universitária nos idos dos anos 80 em plena ditadura militar e ainda trago comigo as marcas das lutas em defesa de Diretas Urgente Para Reitor e Presidente. Foi por meio destas lutas que fui construindo minha formação política e cidadã.
Como eu, milhares de pessoas tiveram a vida transformada pela UFSM. O cenário do final da década de 70 e início dos anos 80 era de recessão na economia e recrudescimento da ditadura militar. O ingresso ao ensino superior era para poucos e somente a interiorização de uma universidade pública permitiu que um adolescente, filho de funcionários públicos estaduais pudesse ter acesso a um ensino gratuito e de qualidade. Eu tive essa oportunidade e, desde o primeiro dia que adentrei ao Campus entendi a importância dessa instituição para a formação pessoal, bem como de seu papel estratégico para o desenvolvimento não só de Santa Maria, mas do Rio Grande do Sul e do Brasil. Por isso, no decorrer de minha trajetória tenho sido um dos tantos defensores da UFSM, e como parlamentar, meu mandato tem estado à disposição da Universidade para colaborar com seu fortalecimento e expansão.
Nós, que de algum modo participamos dessa construção, não aceitaremos ataques e insultos de quem não conhece nem respeita a nossa história. A UFSM é fruto do sonho e da ousadia de pessoas que dedicaram e dedicam suas vidas a esta instituição. Quem ofende a UFSM, ofende Santa Maria e a toda nossa comunidade.
Seguiremos na defesa da educação pública, gratuita, de qualidade e de suas instituições.
(*) Paulo Pimenta é Jornalista e Deputado Federal, líder da Bancada do PT na Câmara dos Deputados
OBSERVAÇÃO DO EDITOR: A foto que ilustra este artigo é do reprodução.
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