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“WHITE BLOCKS”. Afinal, terão Janio, Collor e Marina algo em comum? Ou nada têm a ver um com o outro?

Marina: “pairando acima dos partidos e das corrupções, une os protestantes de junho com os pentecostalistas da política…”
Marina: “pairando acima dos partidos e das corrupções, une os protestantes de junho com pentecostalistas da política…”

É uma pena que Ronai Rocha não atualize tanto quanto eu próprio gostaria, o BLOGUE dele. Certamente, claro, outros afazeres o impedem. Mas, quando escreve, o cara, no mínimo, faz a gente pensar. Vai daí que, nesses dias estranhos que vivemos, nós que cuidamos um pouco da avaliação da política brasileira, Ronai escreveu sobre…

Bem, creia que vale a pena conferir o texto pois, de uma certa maneira, é possível entender, quem sabe um pouco, o que seria esse fenômeno (permanente?) chamado Marina Silva. E também encadeá-lo com a história recente (sim, 50, 60 anos, não são nada) da maltratada federação brasileira. Acompanhe, a seguir, um trecho (lá embaixo você tem o linque para a íntegra, se quiser). Ah, a foto é do Feicebuqui oficial de Marina. Confira:

Os “white blocks”

Eu era apenas um guri de dez anos quando acompanhei a eleição de Jânio Quadros, em 1960. O símbolo da campanha de Jânio era a vassoura – haviam broches dourados em formatos de vassoura – que ele usaria para varrer os males da política. Os versos eram esses: Varre, varre,varre vassourinha, Varre, varre a bandalheira! Que o povo já ‘tá cansado De sofrer dessa maneira Jânio Quadros é a esperança desse povo abandonado! Jânio Quadros é a certeza de um Brasil, moralizado!“. Jânio elegeu-se de forma arrasadora mas seu mandato – apaixonado, polêmico – durou poucos meses. Ao redor dele tivemos um dos mais intensos momentos de participação coletiva em temas de natureza pública, que terminaram com o golpe de 64. E ali começou o mito da política-técnica, sem malezas e corrupção. Seguiu-se um longo período de calmaria e atividades privadas, apenas rompido nas ruas com as Diretas Já, vinte anos depois. Foi um longo e facilmente explicável ciclo.

A partir de 1985 começa, a meu ver, um período de refluxo de participação coletiva em temas públicos, tendo em vista a normalidade democrática conquistada, com o tão sonhado fim do regime militar. As pessoas foram para casa novamente, e desta vez cada um cuidava mais de si, tentando escapar de uma hiperinflação que chegava a trinta por cento ao mês. Foi nesse cenário que surgiu Collor, em um partido inexpressivo, falando em combater os marajás e terminar com a inflação num golpe só. Derrubou, numa vez só, Brizola, Lula, Covas, Maluf, Afif e o velho Ulysses Guimarães. E também a inflação, por algum tempo. Continuamos em casa, saindo nas ruas apenas para apeá-lo, por corrupção. A partir daí segue-se uma história de estabilização econômica e inserção social, capitaneada pelo PSDB e PT, que permitiu que a gente voltasse para casa, para novamente trabalhar nos assuntos privados, deixando aos políticos a tarefa de cuidar das coisas públicas.

Desde o ano passado, no entanto, a insatisfação com os novos padrões de consumo, criados a partir da estabilidade econômica e de programas de inserção, vem tentando achar uma voz; é, simultaneamente uma insatisfação com o consumo de saúde, transporte e educação, mas também com o consumo da política, a partir de uma visão superficial e moralista da mesma. Mais ainda, a partir de uma visão maniqueísta, que começa agora, com Marina, a falar em bons e maus, e que dá a entender que a corrupção e o mal feito podem ser erradicados da sociedade pelo trabalho dos bem-intencionados.

Temos um Jânio em saia na cena? Temos um Collor em saia na cena? Eu diria que não, pois, se há algo em Marina que pode nos lembrar esses dois casos, há algo mais e mais assustador: um clima de evangelização e santidade pessoal, a biografia fiadora, que vai reunir o que há de bom em nós. Sempre em branco, com xales, pairando acima dos partidos e das corrupções, Marina une os protestantes de junho com os pentecostalistas da política, criando um bloco branco.

Como já escrevi outra vez, sou um velho ranzinza e conservador e não acho que vá sair boa coisa desses blocos brancos. No fundo, eles…”

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2 Comentários

  1. A Direita nos tempo do Cólera -O Retorno.
    O titulo é Janio,Collor e Marina.
    Mas os sem noção insistem em desviar o assunto.
    Falta de capacidade neurológica, grave e aguda.

  2. Mito da política-técnica? A atual presidente foi eleita como técnica e não como política. É a "gerentona", a "mãe do PAC". Nunca foi eleita para nenhum cargo. E o que resultou? Além de carimbador de medidas provisórias, o congresso só aprova leis com muita "negociação". Medidas são impostas sem consultar a sociedade, no máximo algumas entidades aparelhada cheias de marionetes. A imagem é o mais importante. Arrogância, incompetência e improvisação.
    Muita gente fala: vamos tirar este povo daí e depois a gente vê. Qualquer coisa é melhor que isto.
    Para a economia, 2015 já acabou. E ano passado, muita gente foi para a rua. Como na época do aliado Collor. Alás, o que será que ele conversa com o Lindberg no Senado? Deve render boas risadas.

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