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OLHAR DE FORA. Site especializado publica perfil de Osmar Terra, o “ex-comunista” do governo Bolsonaro

Em nota a ZH: “deixei a militância de esquerda há mais de 40 anos porque fui, com o passar dos anos, aprendendo com a vida que pessoas de boa-fé, que querem honestamente melhorar o mundo, podem ser vítimas de ideias erradas e da manipulação de líderes inescrupulosos”

Do portal especializado Congresso em Foco, com reportagem de FLÁVIA SAID e foto da Agência Brasil

Sempre que a queda de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde parece estar prestes a se concretizar, o nome do gaúcho Osmar Terra (MDB) é o primeiro cotado na lista de substitutos. Médico com especialização em saúde perinatal pela Universidade de Brasília (UnB) e mestrado em neurociência pela PUC do Rio Grande do Sul, Osmar Terra tem 70 anos e está no sexto mandato como deputado federal pelo MDB.

Na última sexta-feira, a CNN Brasil DIVULGOU um diálogo entre o emedebista e o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, seu conterrâneo e aliado político, em que ambos defendem a saída de Mandetta. “Eu ajudo, Onyx. E não precisa ser eu o ministro, tem mais gente que pode ser”, disse o deputado.

Grande parte dos especialistas da área da saúde temem pela ida de Terra para o ministério. O deputado, que foi ministro da Cidadania ano passado, tem propagado as mesmas ideias que o presidente sobre o coronavírus: defende o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento da doença e o isolamento apenas de idosos e pessoas com doenças preexistentes (o chamado grupo de risco).

A identificação entre os dois hoje indica uma “conversão ideológica” do emedebista. Na década de 1970, enquanto Bolsonaro frequentava o curso da Academia das Agulhas Negras, Terra era um militante político de esquerda, ligado ao Partido Comunista do Brasil. Ambos moravam no Rio.

Líder no movimento estudantil na PUC-Rio, sua esposa (na época, namorada) foi presa e torturada pelo coronel Brilhante Ustra, primeiro militar a ser condenado na Justiça por tortura e um dos ídolos do presidente da República. Depois que Monica Tolipan foi solta, o casal se autoexilou em Buenos Aires, onde Terra trabalhou como médico em regiões carentes e fez cursos relacionados ao marxismo.

Um ano e meio depois, os dois se mudaram para Porto Alegre, onde moraram por pouco tempo. Temendo ser perseguido pela ditadura, o casal migrou para Santa Rosa (RS). Militante sindical da categoria, o então médico ganhou projeção e logo entrou para a política. Deslocou-se para o centro, filiando-se ao MDB.

Na terça (7), dia em que Mandetta admitiu ter limpado as gavetas para deixar o ministério, Osmar Terra negou ter recebido convite de Bolsonaro para assumir o comando do ministério. “É melhor que o ministro Mandetta se afine com o presidente. Acho que não precisa trocar ministro. Não sou candidato. Pode ser qualquer um, se tivesse que trocar. Tem muita gente mais competente do que eu”, disse ele à rádio Bandeirantes.

Em que pesem as negativas, o deputado tem aparecido mais na agenda oficial do presidente do que o próprio ministro da Saúde – um dos fatos que o mantém na bolsa de apostas para o posto. O Congresso em Foco procurou Terra várias vezes para ouvi-lo nesta reportagem. Mas ele preferiu não se manifestar.

Em nota enviada ao jornal Zero Hora, no fim do ano passado, o deputado reclamou de outra matéria, que mostrava como se deu sua mudança de visão da política. “Se esse era o objetivo, qual o problema então de o jornal me perguntar o que me fez dar essa guinada política? Quero dizer que deixei a militância de esquerda há mais de 40 anos porque fui, com o passar dos anos, aprendendo com a vida que as pessoas de boa-fé, que querem honestamente melhorar o mundo, podem ser vítimas de ideias erradas e da manipulação de líderes inescrupulosos”, respondeu.

Carreira política

O primeiro cargo público de Osmar Terra no Executivo foi o de prefeito de Santa Rosa (RS), entre 1993 e 1996. Depois, foi secretário de saúde no governo do Rio Grande do Sul, ministro do Desenvolvimento Social no governo Temer e ministro da Cidadania de Bolsonaro.

A saída de Terra do governo Bolsonaro, 14 meses após o início do mandato, ocorreu por problemas na gestão do programa Bolsa Família e também para reacomodação do ministro Onyx Lorenzoni, fiel aliado do presidente,  que vinha sendo criticado pela condução da Casa Civil…”

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Um Comentário

  1. Osmar Terra tem qualidades e defeitos, pessoal do PT e do PDT da aldeia não gostam do sujeito.
    Matéria trata da década de 70, mais de 40 anos atrás. Há quem não aceite, até o Muro de Berlim caiu. Logo a dita cuja só serve para encher linguiça e requentar assuntos.
    Mandetta não é o demônio, mas também não é o santo que pintam. Alás, existe duvidas a respeito da candidatura ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Dem em 2022, vai ser o ministro da saúde ou a ministra da agricultura?
    Midia divulga uma parte da história por motivos óbvios e imagina que o resto vai permanecer ‘em segredo’?

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