Por GABRIELE BRAGA (com foto de Arquivo Pessoal), especial para o Site (*)
Dançar é fazer a alma se elevar a um universo diferente e melhor. A dança traz paz a quem a pratica e, quase que por unanimidade quem dança, usa isso como uma distração para os problemas causados pelo dia-a-dia.
As gaúchas são as danças brasileiras mais coreográficas. São marcadas pela influência das culturas espanhola, portuguesa e francesa. Elas estão impregnadas do verdadeiro sabor campesino do Rio Grande do Sul, são legítimas expressões da alma gauchesca. Algumas, também, são caracterizadas por movimentos e sapateados fortes.
O Movimento Tradicionalista Gaúcho, MTG, possui um regulamento de danças, escrito por Paixão Côrtes e Barbosa Lessa há muitos anos, no qual estão contidas todas as regras e maneiras corretas de execução das danças gaúchas, tanto as tradicionais quanto as de salão.
Para o instrutor e avaliador de concursos regulamentados pelo Movimento Tradicionalista, Anderson Luis Donaduzzi, as pessoas que estão estudando e pesquisando e são responsáveis por fazer o regulamento conseguem, a cada ano, deixar mais claro e com mais condições de se fazer um trabalho autêntico e melhor com os pares para esse concurso. Dessa forma, valorizando as apresentações dos concorrentes.
As danças gaúchas de salão são as dançadas, em bailes e concursos, por um casal. Existem oito ritmos considerados em concursos, que são mais comuns nos bailes pelo Rio Grande do Sul: vaneira, xote, rancheira, chamamé, bugio, milonga, polca e valsa. Porém, além desses, existem outros não tão comuns mas que em alguns lugares são cultuados.
CONCURSOS
No Estado existem diversos concursos culturais nos quais as danças são sorteadas e apresentadas por cada casal. Eles podem se utilizar dos diversos passos variantes que cada ritmo possui, além dos obrigatórios, para acumular uma maior pontuação no quesito criatividade e vivacidade.
“As danças de salão vieram para os concursos para abrilhantar e valorizar mais esta modalidade, já que antes só se preparava para fandango, onde os jovens já estavam perdendo um pouco o gosto pela dança de salão”, afirma Donaduzzi. “Agora já podemos ver desde o pré-mirim (os menores), até os xirus (os mais velhos), querendo aprender as danças gaúchas de salão, sendo assim, valorizando mais nossas danças e nossa tradição.”
Em um concurso, um ritmo deve ser coreografado: milonga ou xote. O maior concurso popularmente conhecido, que reúne várias modalidades diferentes, é o Encontro de Artes e Tradição Gaúcha – ENART – que acontece anualmente com diversas etapas até a fase classificatória final, no mês de novembro, em Santa Cruz do Sul, no parque da Oktoberfest.
Isabela Rodrigues Barroso, estudante, participa de concursos de dança de salão desde muito pequena e já ganhou diversas competições, e atualmente compete ao lado do seu namorado, Carlos Eduardo Sevegnani. Ela afirma que dançar proporciona um sentimento de gratidão. “Principalmente depois dos problemas que eu passei antigamente por causa da dança, agora que eu pude voltar a dançar e competir na dança de salão ainda mais com o Carlos é muito gratificante. Saber que eu consigo e que sei que tem pessoas (como ele) que me apoiam e acreditam é mim, é muito bom”, conta Isabela.
(*) Gabriele Braga é acadêmica de Jornalismo da Universidade Franciscana e faz seu “estágio supervisionado” no site
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