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Olha o pavor (2). Sobrou para a periferia de ACM Neto. Mas, há mesmo mérito na denúncia?

Escrevi, na nota imediatamente anterior a esta, que a mídia grandona, ao “espalhar rumores sem confirmação”, o faz ao sabor do interesse “apenas eventualmente fixado na qualidade da informação”. Acrescento, muito antes de retirar, que normalmente as vítimas são as mesmas de sempre. Mas nem semprel

 

Agora, por exemplo, informa-se de um grampo dos federais que atinge diretamente Antonio Carlos Magalhães Neto, deputado baiano e sucessor presumido de ACM, o cacique baiano hoje no ocaso. O grampeado, no caso, é um assessor do parlamentar do DEM, que estaria “negociando” com Joel de Almeida de Lima e Francisco Catelino. O primeiro, ex-superintendente da PF e o segundo um lobista. Ambos acusados na “Operação Navalha” de ajudar o famoso Zuleido Veras, dono da empreiteira Gautama.

 

A questão toda é: será verdade? Isto é, o vazamento da “informação” sobre o grampo, prontamente publicada, trata de fato que vai além da conversa? Afinal, não é proibido a ninguém conversar com ex-federal ou lobista. Pelo menos o segundo tipo é pra lá de comum no Congresso Nacional. Ninguém pode mais se relacionar com ninguém?

 

Esse é o ponto. Relações de amizade, ou até mesmo de interesse ideológico comum (como o que certamente une ACM Neto a Veras) são criminosos, necessariamente? Podem ser. E talvez até sejam, no caso, vamos conceder. Mas quem garante isso, sem que o inquérito esteja terminado? E nem se está falando do processo transitado em julgado, como se exige no Estado de Direito.

 

Atenção: longe de mim dizer que a publicação desse tipo de informação seja proibida. Muuuuito pelo contrário. O que questiono é o fato de se acreditar piamente numa única fonte, num caso como este, que pode estraçalhar biografias. Ou alguém, para ficar num caso gaúcho, esqueceu do que a revista Veja fez (e só se soube 15 anos depois, por obra e graça de um repórter que confessou) com Ibsen Pinheiro? Eu, não.

 

Por essas razões, e várias outras que ainda circularão por esta (nem sempre) humilde página de internet, tomo a liberdade de desconfiar. Talvez valha a pena rememorar aquele ditado que não é exatamente muito querido por minha categoria. Qual? O que diz que o jornalista separa o joio do trigo. E fica com o joio.

 

SUGESTÃO DE LEITURAconfira aqui a reportagem “Grampo flagra assessor de ACM Neto negociando com dois acusados”, de Ricardo Brandt, da sucursal de Brasília do jornal O Estado de São Paulo.

 

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