Convivência. Receber adversários faz bem à saúde política. E nem é preciso concordar
Está certo que receber Fernando Collor de Mello com salamaleques é um pouco (ou muito) exagerado. Mas conversar com Antonio Carlos Magalhães, que aparentemente está no ocaso de sua carreira política e que tem até um neto (no nome inclusive) como herdeiro, não me parece que seja uma coisa ruim. Nem boa, aliás.
Em todo caso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, nesta quarta-feira, a visita de ACM – a quem também tinha brindado com a presença, quando este esteve internado no Instituto do Coração, em São Paulo, no mês passado.
Mas não foi uma visitinha qualquer, com certeza. Afinal, duas horas de papo dá pra falar um moooonte de coisas. E fazer bastante fofoca. E até negociar alguma coisa, se for o caso. E fazer política, por que não.
O encontro, havido no Palácio do Planalto com uma única testemunha (que nada falou a respeito, aliás), o ministro das Relações Constitucionais Walfrido dos Mares Guia, certamente serviu, no mínimo, para uma eventual distensão das relações políticas entre o veterano DEM (ou ex-cacique pefelista) e o Presidente da República.
Aliás, tenho o palpite que, se em outros níveis – estadual e municipal, pra ser mais exato – houvesse assim uma reunião entre contrários, para discutir todos os assuntos, não é improvável que a política estivesse bem melhor de saúde do que está hoje. Ou, no mínimo, mais arejada.
PS. Mas o Collor e outros semelhantes seria um pouco demais, cá entre nós.
SUGESTÃO DE LEITURA – leia aqui a reportagem Lula recebe ACM e quer aproximar oposição, publicada pelo G1, o portal de notícias das Organizações Globo.
Confira também, aqui, a nota Troca de afagos, publicada pelo jornalista Ricardo Noblat, na página dele na internet.
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