A retomada do crescimento econômico e o agronegócio brasileiro em tempos de covid-19
Por DANIEL ARRUDA CORONEL, NELSON GUILHERME MACHADO PINTO e LEONARDO SANGOI COPETTI (*)
A economia mundial está passando por uma forte crise devido aos efeitos deletérios do novo coronavírus (Covid-19) com impacto em todos os setores da sociedade, sendo que, para a economia brasileira, as projeções de queda do Produto Interno Bruto (PIB) variam de 5 até 10%, conforme vários órgãos e economistas.
Não obstante a isso, mais uma vez o agronegócio brasileiro vai ter um papel estratégico como forma de minimizar os efeitos desta crise, visto que as projeções de crescimento para o setor, conforme análise do Ministério da Agricultura (2020), são de aproximadamente 2,5%. Além disso, a participação desse setor no PIB é de 23,6%, e o país tem grande protagonismo nas exportações de grãos, carnes, suco de laranja, celulose dentre outras commodities.
Esta não é a primeira vez que o agronegócio vem “socorrer” a economia brasileira. Nesse contexto, os exemplos mais recentes são a forte contribuição do setor para a geração de divisas na consolidação do plano real, o boom das commodities, a partir da década de 2000, e a geração de divisas no período recente que contribui para que a crise econômica iniciada no Governo Dilma não tivesse um impacto ainda maior nas já sofridas contas públicas.
Estes resultados são frutos, além das áreas agriculturáveis e condições edafoclimáticas, dos investimentos em ciência e tecnologia, principalmente, através de órgãos como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do aumento da produtividade que, conforme o Ministério da Agricultura (2020), mais que triplicou da década de 1970 até os dias atuais.
Outrossim, o setor tem vários desafios a superar, tais como os relacionados à preservação ambiental, à questão de infraestrutura e logística, à maior participação nos fóruns e organismos internacionais, visando à maior abertura de mercados e, principalmente, agregação de valor, o qual é fundamental para o aumento dos preços deste setor bem como para a geração de divisas.
Enfim, mais uma vez, o setor agrícola terá um papel estratégico, em mais uma crise. Contudo, faz-se urgentemente necessária a reversão do processo de desindustrialização da economia brasileira, o qual é estratégico e necessário para fazer o seu catching-up e conseguir ter taxas sólidas de crescimento econômico para não ter que conviver com mais uma década perdida.
(*) Daniel Arruda Coronel é Professor Associado do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Doutor em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Bolsista de Produtividade do CNPq. E-mail: [email protected]
Nelson Guilherme Machado Pinto é Professor Adjunto do Departamento de Administração da UFSM, Doutor em Administração pela UFSM. E-mail: [email protected]
Leonardo Sangoi Copetti é Mestre em Administração pela UFSM e aluno do Curso de Especialização em Estatística e Modelagem Quantitativa. E-mail: [email protected]
OBSERVAÇÃO DO EDITOR: a imagem que ilustra este artigo (sem autoria determinada) é uma reprodução da internet.
As pessoas têm que comer. Nem todo país pode ofertar alimentos na quantidade que o Brasil oferta.
Maior parte dos investimentos mundiais são fundos soberanos, fundos de pensão e fundos de investimento, os últimos com milhares de participantes. Precisam de retorno. Na hora de pagar não existe esta de ‘o meio ambiente’. Tem que haver dinheiro em caixa. O resto é jogo de cena. Rating de risco é fator importante.
Brasil dependia do café. Ensaiou industrialização com Vargas. Atrasou-se tecnologicamente. A China voltou a cena. Desindustrialização acelerou-se. China é grande comprador de commodities, querendo quebra nosso país (mais ainda). Não interessa a eles nossa industrialização. Agronegócio não gera sozinho a riqueza necessária para resolver os problemas tupiniquins.
Como pode ser resolvida esta sinuca de bico?