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INTERCÂMBIO. As experiências em outros países. Confira os exemplos de três jovens santa-marienses

Experiências: Mariama com as crianças mexicanas, Clarissa em sua experiência na America do Norte e Luisa, que estou em Portugal

Por GABRIELE BRAGA (com fotos de Arquivo Pessoal), especial para o Site (*)

Existem diversos motivos para fazer intercâmbio, como conhecer uma nova cultura, aprender um novo idioma, fazer amigos de diversos lugares do mundo e muito mais. A palavra intercâmbio significa relações cultural, comercial, educacional, que são desenvolvidas de maneira recíproca entre nações ou instituições. Como fazer intercâmbio é uma dúvida para muita gente. Saiba que o mais importante é estar determinado a concretizar este objetivo.

A acadêmica de jornalismo Mariama Granez já participou de duas experiências diferentes fora do Brasil. “Comecei a fazer curso de inglês muito nova, na verdade eu nem queria estudar inglês, porque meu sonho era falar espanhol, tanto que eu sempre disse que iria morar na Espanha, naquela inocência de criança que só lá que se falava espanhol, mas meu pai insistiu e eu fiz curso por 10 anos e meio. No meio do curso eu tive uma professora que morou em Londres e me apaixonei pelo lugar e passou a ser um sonho fazer um intercâmbio e colocar meu inglês em prática. Passei anos com tentativas frustradas, mas em 2016 surgiu a oportunidade de realizar esse sonho antigo da forma mais despretensiosa e surpreendente que eu poderia ter imaginado”, conta Mariama.

Mariama Granez também teve uma experiência inesquecível no Canadá

A primeira experiência de Mariama foi em um intercâmbio no México, no qual ela foi como voluntária até o país para trabalhar junto a crianças menos favorecidas no que funcionava como uma colônia de férias. “Eu e mais diversos outros intercambistas do mundo todo para ensinar sobre as metas da ONU e sobre a nossa cultura e costumes”, explica.

Mariama conta que gostou muito da sua primeira experiência sendo mais especial do que ela mesma havia sonhado durante anos. “Foi incrível, a cultura deles é maravilhosa, e a comida é uma delícia. A experiência com as crianças foi a melhor possível elas eram incríveis, inclusive nos escreveram recados que eu guardo até hoje. E por fim a família que me recebeu, que se tornou minha família, mantemos contato sempre e no ano passado quando fui visitá-los. Foi a maior surpresa, porque cheguei no aeroporto e a família toda foi me receber com ursinho e chocolate”, afirma a acadêmica.

Já a segunda experiência da estudante foi um intercâmbio linguístico, no qual ela viajou e passou um mês em Vancouver, no Canadá, aprimorando a língua inglesa e a colocando em prática com os nativos. “Aprendi bastante e conheci lugares lindos, aprendi muito sobre a cultura e história deles também, desde a chegada no aeroporto” conta.

Mariama afirma que o mais importante, além da experiência e aprendizados, são as pessoas. “São elas que fazem a sua viagem ser incrível, então se tem algo que realmente me marcou foram as pessoas com quem eu convivi e que me ensinaram muito. O intercâmbio é uma forma de se aprender e respeitar outras culturas, e quem faz sempre vai voltar pra casa com um olhar diferente”, acrescenta

CANADÁ E ESTADOS UNIDOS

Já a estudante de psicologia Clarissa Silva Chaves fez seu primeiro intercâmbio aos 16 anos para Toronto, no Canadá. “Ao chegar na escola a gente pode escolher entre diversas matérias. Eu estudava gramática, fazia resenhas de filmes, redações e  conversações. Eu ia para a aula no turno da manhã e ficava até o início da tarde, quando saía e tinha tempo de conhecer mais a cidade. Enfim, era muito interessante, pois tinha contato com estudantes de diversos países e bastante oportunidade em sala de aula de conhecê-los melhor.”, explica Clarissa. A estudante ficou na casa de uma família canadense que é responsável por fornecer prioridades básicas, como estadia e alimentos, durante o tempo em que estava participando do intercâmbio.

A segunda experiência de Clarissa foi nos Estados Unidos, na cidade de Mercersburg, Pensilvânia, e se chama Work and Travel, que é um programa específico para universitários, no qual a ideia é ir trabalhar nos Estados Unidos durante as férias de verão, durante 3 meses. “A agência de intercâmbio faz a ponte entre o estudante e o local de trabalho, então, escolhi o resort que me interessava, fiz uma entrevista com eles por Skype e alguns dias depois recebi um email sendo contratada”, afirma a estudante.

Clarissa Chaves esteve nos países da América do Norte: Canadá e EUA

“De maneira resumida, a gente recebe em dólar por hora trabalhada, sendo o mínimo 8 horas/dia. O trabalho é cansativo, mas com toda a certeza vale a pena. Eu recebia moradia do resort e dividia casa com cerca de 25 pessoas de diferentes países (Argentina, Chile, África do Sul e Brasil), o convívio era um desafio, mas talvez essa seja a parte mais interessante também. Além disso, tive a oportunidade de conhecer diferentes cidades enquanto estava lá, fui duas vezes pra Nova York e uma para Washington”, completa.

Clarissa afirma que não sabe exatamente de onde surgiu a iniciativa de realizar essas experiências em outros países junto á pessoas de culturas diferentes. “Não conhecia pessoas próximas que já tivessem feito intercâmbio, mas acho que desde cedo tenho esse instinto de buscar coisas novas, desafiadoras e que me permitam crescer”, afirma. “Cresci e amadureci de maneiras diferente nas duas viagens, pois foram as melhores experiências que já tive. Ter a oportunidade de conhecer diferentes culturas, a sensação de independência, tomar decisões e fazer escolhas estando longe de casa e da rede de apoio, é muito desafiador. Mudei muito em cada uma das experiências que tive. Acho que experiências longas e distantes, como essas, são um ótimo exercício para a gratidão. Fiz amizades que vou levar para a vida inteira, a gente conhece pessoas que se tornam muito especiais, que convivem 24 horas por dia e compartilham cada situação nova com a gente.” conta Clarissa. “Enfim, sair do Brasil também me fez perceber todas as coisas boas que tenho aqui; amigos, família, e claro, a cultura e a comida brasileira. Definitivamente não tem nada nem parecido com isso em outros lugares”, finaliza.

PORTUGAL

Luísa Peixoto também é acadêmica de Jornalismo e seu intercâmbio foi para a cidade do Porto, em Portugal. Ela conta que sempre foi um sonho fazer intercâmbio. “Quando entrei na UFN e soube dessa oportunidade, comecei a enxergar como uma meta a ser cumprida enquanto eu estivesse na faculdade. Fiz intercâmbio pois tinha muita vontade de estudar fora do país por um período, conhecer pessoas novas, viajar para outros lugares e aprender sobre culturas diferentes”, conta.

Luísa participou de um intercâmbio de estudos, através da Assessoria de Cooperação Interinstitucional, pelo programa de Mobilidade Acadêmica da Universidade Franciscana. É possível estudar por um período entre seis meses a um ano em outra instituição de ensino de outro país que possui convênio com a UFN. Ela optou pelo Instituto Politécnico do Porto em Portugal. Assim que o edital é aberto no site, é preciso se inscrever, juntar alguns papéis acadêmicos e esperar o resultado para ver se foi selecionado.

Luísa Peixoto aproveitou e muito seu intercâmbio de estudos em Portugal

“Foi a melhor experiência que eu já tive. No começo foi difícil, chegar sozinha em país totalmente desconhecido, demorei um pouco para me acostumar ao jeito das pessoas e a cultura do local. Depois de me adaptar pude aproveitar melhor todas as oportunidades, conhecer lugar novos e fazer amizades que levo comigo até hoje. Também tive a oportunidade de conhecer outros países além de onde eu estava fazendo intercâmbio, e isso foi incrível. Eu amo viajar e na Europa isso é bem mais acessível de fazer”, conta Luísa.

“Aprendi a valorizar muitas coisas. Principalmente as coisas que o Brasil tem de bom, me fez ver que nosso país precisa sim melhorar em muitos aspectos, mas há coisas maravilhosas aqui, e que nem sempre eu valorizava. E a Universidade também, onde estudava em Portugal era muito bom, mas minha Universidade no Brasil, principalmente em relação aos professores é muito melhor. Mudou muito minha visão de mundo, me tornei mais flexível, passei a ver o mundo e as outras pessoas de uma maneira diferente, aprendi a me desprender de coisas materiais e também a lidar com a saudade da família e amigos. Enfrentei muitos medos, passei a ter mais independência e mais desprendimento de coisas materiais, passei a valorizar mais as pequenas coisas e gestos”, acrescenta a acadêmica.

A DICA

Quando as três entrevistadas foram questionadas sobre qual conselho dariam para aqueles que possui interesse em fazer intercâmbio mas ainda possuem alguma dúvida, todas têm a mesma opinião: faça! Segundo Clarissa, nada se compara a essa experiência, independente do tipo de intercâmbio feito. “Hoje em dia existem inúmeras possibilidades, valores e opções, é só uma questão de organizar e pesquisar. A vida e os valores se transformam muito com essas situações, e, quem tiver a oportunidade, não vai se arrepender”, afirma.

“Se joga, se desprende e não crie expectativas, é melhor se surpreender do que se decepcionar. Não tenha medo de viver experiências novas, conhecer pessoas diferentes, culturas diversas. Vai sem medo e principalmente, seja aberto a todas oportunidades que cruzarem teu caminho, saiba aproveitar cada uma delas. Se permita vivenciar coisas diferentes, fazer um mochilão, aprender uma nova língua, conhecer pessoas de diferentes nacionalidades, entender as culturas e respeitar a diversidade. E não menos importante, pesquisar sobre o lugar para onde está indo, ver como é o custo de vida, o clima, o jeito das pessoas, procurar relatos de quem já teve a experiência”, diz Luísa.

Já Mariama diz que o intercâmbio é algo que todo mundo deveria ter a oportunidade de fazer e experienciar. “Muda completamente a vida de quem o faz e é uma forma de impactar, mesmo que minimamente a vida de outras pessoas, eu lembro até hoje de pessoas que vieram fazer intercâmbio no meu colégio há anos atrás e espero ter tido esse efeito com as pessoas com as quais eu vivi durante os meus”, a estudante dá a dica.

(*) Gabriele Braga é acadêmica de Jornalismo da Universidade Franciscana e faz seu “estágio supervisionado” no site

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