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ELEIÇÕES 2020. Do Fundo Eleitoral, a cada 1 pila destinado aos brancos, 8 centavos vão para negras

Até agora, R$ 459 milhões para candidaturas brancas. Pretas? R$ 35 milhões

Do portal Congresso em Foco / por Thais Rodrigues

Apesar de serem maioria nas eleições de 2020, as candidaturas negras – considerando pretos e pardos – receberam 42% menos dinheiro dos fundos Partidário e Eleitoral que os candidatos brancos. Isso quer dizer que, de um total de R$ 1,1 bilhão oriundos dos fundos públicos, candidaturas negras ficam com apenas 36% contra 63% destinados a candidatos brancos. 

Os dados são retirados das declarações entregues pelos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e são compilados pela plataforma 72 horas, que faz o acompanhamento da distribuição dos recursos públicos de financiamento de campanha.  

Fefa Costa, idealizadora da plataforma 72 horas (foto Arquivo Pessoal)

Além da diferença entre negros e brancos, também há desigualdades de gênero. A jornalista Fefa Costa, uma das idealizadoras da plataforma 72 horas, mostra que as candidaturas de homens brancos ainda são as mais bem financiadas dentro dos partidos, independentemente da ideologia. Além disso, ela explica que os repasses de verbas estão desequilibrados quando avaliamos gênero, raça e etnia. 

“Nossos estudos demonstram que a cada R$ 1,00 repassado do Fundo Especial para candidatos homens e brancos, apenas R$ 0,08 foi repassado para candidatas mulheres pretas e R$ 0,0018 para candidatas mulheres indígenas”. 

O total de repasses do fundo eleitoral declarado por candidaturas masculinas brancas até o momento foi de R$ 459 milhões. Já as mulheres pretas declararam ter recebido R$ 35 milhões

Para fomentar as candidaturas negras, em agosto o TSE  aprovou a imposição aos partidos de que o dinheiro do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral seja destinado de forma proporcional às campanhas de candidatas e candidatos negros. A obrigação passará a valer a partir da eleição de 2022, mas já pode ser aplicada para o pleito deste ano. 

A deputada federal e candidata a prefeita do Rio de Janeiro, Benedita da Silva, diz que este financiamento é um passo importante na busca por mais representatividade. “Nossas candidaturas sempre estiveram nos partidos, só não éramos vistas. Sempre fizemos política, inclusive na cotidiana, na política da sobrevivência. Essa conquista não é o final, pois precisamos garantir que estejamos lá, nos espaços de poder”, afirma. 

Segundo o cientista político Carlos Jacomes, essa disparidade é um problema estrutural, tanto da sociedade como da conformação política do país. “Tanto os partidos de esquerda como os de direita estão baseados em uma política embranquecida, pois foram fundados pela elite ou por pessoas brancas”, disse. Além disso, é  importante perceber onde estão as candidaturas negras, se é em um território pequeno ou grande, com ou sem renda. “Avaliando os indicadores, pode-se avaliar a quantidade de recursos que essas candidaturas irão receber”, completa…”

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Um Comentário

  1. Sim, até porque segundo o IBGE é a proporção da população que é negra. Quem está com porcentagem reduzida são os pardos. Se tivesse que apostar colocaria dinheiro na hipótese ‘há pardos se declarando negros por motivos eleitoreiros e há pardos se declarando brancos’. Há também uma forte correlação entre vermelhice e desafios cognitivos também, mas é outro assunto.
    Alás, Kamela, vice-presidente eleita ianque, é neta de mulatos jamaicanos e indianos. Declara-se negra, é direito dela. No Brasil seria parda em qualquer comissão de cotas por aí. Fenótipo, cientificamente, não é questão de discurso.

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