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SAÚDE. Os relatos de pacientes da Covid-19 e a dose de dor, angústia e muito medo que os cercam

Leia depoimentos de quem vivenciou no próprio corpo os sintomas do vírus

Tatiane recebendo oxigênio no hospital hamburguês e, ainda internada, em vídeochamada com o filho Lorenzo (fotos Arquivo Pessoal)

Por Andriele Hoffmann da Cruz (*)

Medo, desespero, solidão e preocupação são alguns sentimentos daqueles que contraíram a covid-19 e vivenciaram os níveis graves da doença. Os relatos revelam  momentos de sofrimento vividos pelos sobreviventes da covid-19 após a contaminação, internação e o isolamento total. Tatiane Fontela, 34 anos, que foi internada no Hospital Geral de Novo Hamburgo/RS com 50% dos pulmões comprometidos, desabafa sobre o desespero em ficar isolada da família  – justamente em um momento de fragilidade emocional – e a incerteza sobre os próximos dias. “A parte mais difícil acredito que foi essa, deixar minha casa, minha família, sem saber se voltaria”, desabafa Tatiane.

Respirando com o auxílio de oxigênio, Tatiane ficou três dias internada. A angustia só aumentava pois seu marido também contraiu o vírus e os sintomas estavam tão graves quanto os dela, porém com 25% dos pulmões comprometidos, o tratamento dele foi em casa.  Na ala covid do hospital, Tatiane recebia a todo momento medicamentos, injeções, verificação de saturação e febre, pois se ela conseguisse ficar 24 horas sem baixar a saturação e sem febre poderia ir para casa. “Eu só pensava, respirar sozinha e não ter febre que vou para casa. Essa era minha meta, conseguir respirar sozinha”, revela Tatiane.

Esposa e mãe de um menino de cinco anos, Tatiane revela que se sentiu abalada emocionalmente por deixar sua família e, quando voltou ainda não ter tido a liberdade de abraçar seu filho, em que os contatos era apenas por videochamadas. A doença da forma como avançou surpreendeu e assustou a família, pois todos são saudáveis, sem nenhum tipo de doença crônica e mesmo assim vivenciaram os níveis graves da covid-19. “Sou saudável e mesmo assim fiquei mal. Então entendi que não existe regras para essa doença. Tudo é incerto”, finaliza.

PREVENÇÃO

Gessi Peixoto de Oliveira, 52 anos, após 10 dias com dores fortes de cabeça, náuseas, vômito, dor no corpo, febre e até desmaios foi encaminhada para a UPA de Santa Maria – em que ficou dois dias – e posteriormente encaminhada para os Hospital Regional. Gessi relatou que, além de todos sintomas da doença, vivenciou momentos de incerteza e angústia, pois após ir duas vezes ao posto de saúde receber medicamentos e ser orientada a retornar para casa, testes de covid-19 que negavam a contaminação, os sintomas continuavam a se agravar. 

Quando Gessi internou após 10 dias de sintomas, foi quando constataram a pneumonia: 25% dos pulmões comprometidos. Ela relatou que após a internação o tratamento começou a fazer efeito e dentro de dois dias obteve melhora. A doença pode ter deixado sequelas definitivas ou não. “Até hoje eu sinto cansaço se eu caminhar ligeirinho. As coisas não ficam normais como eram antes. Acho que essa doença deixa sequelas mesmo”, finaliza Gessi.

O Brasil registra hoje mais de 5, 5 milhões de casos de contaminação por covid-19 em que 4,9 milhões de pessoas encontram-se recuperadas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) segue orientando para que as pessoas se previnam: use máscara sempre que sair de casa, higienize bem as mãos sempre que possível e evite aglomerações.

(*) Andriele Hoffmann da Cruz é acadêmica de Jornalismo da Universidade Franciscana e faz seu “estágio supervisionado” no site

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