Artigos

Reflexões em tempos de Feira do Livro – por Luiz Carlos Nascimento da Rosa

SAMSUNG CAMERA PICTURES

#

A Praça Saldanha Marinho, no coração de Santa Maria, em maio transforma-se num imenso acampamento com gigantescas barracas de lona que dão aconchego não apenas aos transeuntes que alegremente produzem encanto ao lugar, resguardam, também, livros que estão ansiosos pelo toque de delicadas mãos que o manuseiem e os levem carinhosamente para suas casas.

Mentes aguçadas vão absorver, decifrar e, a partir de seus mágicos e sábios textos e contextos, contribuir para germinar e alimentar formas de vida cada vez mais alegres, solidárias e generosas. As pessoas, os diálogos fraternos, os livros e as ideias que transitam pela praça, neste período, são catalisadores espaço/temporais que servem, pelo menos, para nos repensarmos e pensarmos de forma lírica e crítica sobre o mundo que vivemos e auxiliamos em sua consolidação ou desconstrução.

Navegar pelas páginas instigadoras e mágicas de um livro é uma forma de romper com as amarras do tédio e da alienação que a vida cotidiana de uma sociedade de consumo quer, por sua ideologia, nos impor coercitivamente. Infelizmente, caso não tenhamos o sadio hábito de visitar, de forma constante, nossos grandes mestres filosóficos e literários teremos a inefável tendência em assumir, consciente ou não o modus operandis de uma sociedade de seres sociais alienados e reprodutores de vontades que nos são, absurdamente, estranhas.

Estranhamentos me causa quando vejo que, de forma hegemônica, pessoas não possuem o agradável costume de tornar a literatura como parte integrante e inseparável de suas vidas. Nos últimos tempos tenho dedicado, com prazer, muitas horas de meus dias à leitura do grande e único Dostoievski. Ler e reler Crime e Castigo, Notas do Subsolo, O Jogador, O Eterno Marido e O Idiota se constituem em um imenso alimento para minha sôfrega alma. Dostoievski escreveu no século XIX, mas quando navegamos pela universalidade de sua obra e seus temas nos parece que estamos desvelando, contemporaneamente, os mais profundos porões da alma humana e os, inevitáveis, fantasmas que nela habitam.

Vamos para a Praça Saldanha Marinho e nos coloquemos de forma alegre a caminhar por entre as barracas que estão, carinhosamente, guardando os lindos livros da feira, conversemos com nossos pares e vamos escolher alguns livrinhos para criarmos uma filosofia que gere um novo conteúdo e forma às nossas possíveis e novas formas de vida.

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo