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Crise ianque.Creia em jornalista. Ele sabe tudo. Claro que depois que o tal tudo já aconteceu

É o tal “profeta do acontecido”, referido aqui outro dia. Não faltam doutos nessa (minha) profissão. Principalmente na área econômica – que, aliás, adentrarei logo logo, numa tentativa de mudança de perfil do trabalho que desenvolvo. Acredite: se não notou, o título desta nota é uma ironia. Afinal, a gente sabe tudo mesmo.

 

A propósito dessa onisciência dos profissionais das letras (embora nem todos saibam usá-las corretamente) vale a pena ler a sempre saborosa coluna “Circo da Notícia”, do experiente Carlos Brickmann. O texto é publicado semanalmente no sítio especializado Observatório da Imprensa.

 

Às vezes indignado, mas quase sempre bem humorado, e nunca sem uma certa corrosão, o jornalista entra firme nas entranhas da profissão. Acompanhe, especificamente, o que ele escreve acerca da cobertura do cassino financeiro iniciado nos esteites. A seguir:

 

 

“COBERTURA DO DESASTRE – A nossa parte da crise

Conforme as diferentes tendências ideológicas, os meios de comunicação decretam o fim do capitalismo, o fim do neoliberalismo, o fim do liberalismo, o fim do mercado, a instauração do socialismo linha Bush nos Estados Unidos, a estatização geral, uma crise episódica, uma crise da qual o capitalismo sairá mais forte, livre do parasitismo dos especuladores. Ninguém ainda parece ter falado em Kondratieff, o russo que teorizou sobre crises cíclicas, em períodos determinados. Mas, não demora muito, vão falar.

Ninguém falou, entretanto, sobre o papel desempenhado pelos jornalistas na parte brasileira da crise. Como na alta da Bolsa, na época da ditadura, os meios de comunicação insuflaram o ânimo do leitor-futuro-investidor. Reportagens sobre ágeis manobras de grandes investidores brasileiros, que se transformaram rapidamente em bilionários; ou matérias do tipo “Ganhei um milhão na Bolsa”. Ou ainda a hagiografia de um misterioso coreano, que trabalha principalmente com os conterrâneos imigrantes, e cujos infalíveis fundos de investimentos batiam todos os recordes de lucratividade (um destes fundos, a propósito, está sendo dissolvido, depois de derreter-se). Pelo volume dos lucros, só podia ser especulação das bravas – mas isso não consta da reportagem…”

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a íntegra da coluna “Circo da Notícia”, de Carlos Brickmann, no sítio especializado Observatório da Imprensa.

 

 

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