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Não é pouca coisa. Os dois desafios (mais ou menos) imediatos à espera de Cezar Schirmer

Tratei dos dois assuntos, de forma separada, ao longo da semana passada e, mais detidamente, na coluna Observatório, que publico no jornal A Razão aos sábados e reproduzo neste sítio na madrugada do mesmo dia. Ambos são, ao lado das preocupações administrativas e estratégicas do governo, os principais desafios à espera do prefeito Cezar Schirmer. E os dois, penso, terão que ser destrinchados ainda este mês, com o envio à Câmara de Vereadores dos projetos de lei a eles correspondentes. Vamos explicitá-los, a seguir.

 

1) Ainda que o Chefe do Executivo não afirme isso, e voltou a fazer menção em rápida conversa que tivemos na última segunda-feira, é fato que Schirmer se mostrava contrário à eleição direta para subprefeitos. Ele entende (e, embora se possa contestar, é legítimo que assim pense) que os líderes distritais são braços do governo no interior. Correu risco, o que também contesta, ao propor um plebiscito que, ao final, referendou a idéia que sempre acreditava ser a mais correta.

 

E agora? Agora, é preciso nomear subprefeitos em nove distritos. Antes, enviar ao Legislativo o projeto que cria os conselhos distritais. Um para cada localidade. Na proposta, uma questão a ser desvendada: quem e como serão escolhidos os conselheiros que terão poder, inclusive, para recomendar a demissão do subprefeito? Não é nada, não é nada, mas isso significa no mínimo 45 pessoas (cinco para cada comunidade, pelo menos). Como se dá de barato que os projetos serão aprovados, é tarefa do prefeito, concomitantemente, já ir atrás dos nomes principais, os subprefeitos.

 

Se depender dos vereadores da base governista, como revelei com exclusividade (desculpa a imodéstia momentânea), eles já lotearam os distritos. E vão atrás de impor seus nomes, quaisquer que sejam. Eis o primeiro grande desafio do prefeito: negar que isso significa loteamento sem descontentar os edis e colocar pessoas da confiança dele, Schirmer, antes de qualquer outro político. Até porque será dele, e não do vereador, que a comunidade vai cobrar. E/ou elogiar. Mas não é coisa pequena, quando se sabe da, digamos, voracidade que uns e outros tentam se colocar como donatários das capitanias – ops, distritos.

 

2) A segunda grande tarefa, e que redunda também no outro desafio dos maiores a ser enfrentado nos próximos dias está a questão das fundações. Uma, de Assistência Social; outra, de Meio Ambiente. Já definidas na reforma administrativa, têm que ser formatadas por lei específica. Os projetos também dêem ser enviados este mês para apreciação na Câmara.

 

Para efeitos públicos e com aplausos gerais a reestruturação aprovada há dois meses resultou na redução significativa dos postos para Cargos de Confiança (com admissão sem concurso) e de Funções Gratificadas (do quadro geral da administração). Tudo junto, no máximo 270, com até 190 CCs e o restante FGs.

 

Pois é. Pooois é. Mas, como fiquei sabendo, a par da redução do número de secretarias e de CCs/FGs, têm as fundações. E a formatação delas dirá quantos cargos serão de livre nomeação ou do quadro geral. E se, no segundo caso, haverá concurso ou o remanejamento de servidores. A sensação, que só o prefeito pode modificar, é que estarão nessas duas fundações exatamente os CCs adicionais, cortados na reforma.

 

Estará o repórter errado? Tomara. Do contrário, quem vai perder politicamente é o prefeito. Terá vendido uma coisa e entregado outra. O máximo que se poderia tolerar, diante da opinião pública, seria uma dezena de CCs/FGs nas duas fundações. É isso, ou o custo será alto. E não apenas financeiro, para o contribuinte, mas político, para o administrador. É um desafio e tanto, diante da gula com que se mexem os apoiadores do prefeito.

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