Bolsoflix, a máquina de guerra contra o Capitão – Por Michael Almeida Di Giacomo
Aparece um instrumento de confronto de ideias. Não se sabe o gestor. Ainda!
O denominado “Gabinete do Ódio” – exposto por aliados do Capitão no inquérito que apura o a estrutura posta na disseminação de notícias falsas e ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal – é a materialização da ação de seus apoiadores, os quais se prestam a desferir ataques a opositores, conteúdo de ódio, incitar a subversão da ordem democrática e a tentativa de enfraquecimento das instituições da república.
Esse contexto, inflado pela extrema-direita bolsonarista, há muito é presente no cenário político brasileiro por meio do disparo em massa de vídeos e “cards” via aplicativos de comunicação instantânea, como o Whatsapp, Telegram, e pela plataforma Youtube, entre outros.
A partir dessa realidade, alguns segmentos sociais contrários às políticas beligerantes e ações totalitárias do Capitão – não necessariamente o campo da esquerda – vem buscando formas de organização e ação semelhante à dos militantes bolsonaristas.
Um dos instrumentos foi divulgado na última semana sob o nome de “Bolsoflix”, uma espécie de serviço de streaming antibolsonaro. No site há inúmeros vídeos – de poucos minutos – a desmentir o discurso do Capitão e a apresentar a versão oficial/verdadeira dos fatos e atos por ele defendidos.
Mais do que colocar os vídeos à disposição das pessoas, há um chamamento: “Os melhores conteúdos antibolsonaro para você colocar nas suas redes”. A galeria de vídeos é dividida por temas como corrupção; economia; pandemia; mentiras; violência; arrependimentos; e uma especial com destaques do momento.
Além do procedimento similar à trupe bolsonarista, uma outra característica de fácil percepção é o fato de não haver autoria dos vídeos. O grupo (ou pessoa) responsável pelo site, se mantém anônimo e afirma que a plataforma “foi produzida com indignação por um coletivo independente e apartidário que não aguenta mais o desgoverno Bolsonaro”.
Para ter acesso aos vídeos há a necessidade de fazer um cadastro, com endereço de e-mail e número de telefone que disponha de Whatsapp. A seguir você recebe um convite para fazer parte de linhas de transmissão de novos vídeos. O número de telefone cadastrado e responsável por lhe enviar os vídeos escolhidos, conforme divulgado no Portal DCM, tem origem na província de Alberta, Canadá.
Eu fiz o cadastro e me dispus a assistir alguns vídeos.
Detive a minha atenção no “Manual dos Ditadores”, que trata sobre violência e tem por chamada: “Um povo tenta parar um aspirante a ditador antes que seja tarde demais”. No vídeo, de 3:31segundos, é feita uma exposição de como muitos regimes totalitários foram implantados.
Nele são apresentados ditadores, tanto à esquerda, quanto à direita, em diversos espaços do tempo, em especial no último século. Parece que o coletivo/pessoa quer transmitir uma mensagem de deslocamento político em relação a qualquer viés ideológico.
O tempo que o portal ficará à disposição é difícil de mensurar ou opinar.
O fato de se manter anônimo e de recolher dados para formar um cadastro o envio de mensagens, pode levar a questionamentos sobre o real objetivo a que se dispõe. Isso, pois já se especula que está a se formar uma verdadeira “arma de guerra” para a eleição de 2022.
Esse é o ponto.
Sendo um coletivo/pessoa que vive sob às sombras da internet, qual o grau de confiabilidade possível de se conferir ao seu objetivo inicial? E o recolhimento de dados das pessoas, será usado de que forma na eleição de 2022?
Após uma primeira navegada pelo portal, em princípio, não há nada que possa depor contra a ação de guerra contra o Capitão. Mas, enquanto seus gestores ou gestor permanecerem no anonimato, é preciso ter cautela, pois falta saber a quem você estará servindo.
(*) Michael Almeida Di Giacomo é advogado, especialista em Direito Constitucional e Mestre em Direito na Fundação Escola Superior do Ministério Público. O autor também está no twitter: @giacomo15.
Observação do Editor: a imagem que ilustra este artigo, é uma reprodução da internet, sem autoria determinada. Originalmente, você a encontra clicando AQUI.
Kuakuakuakua! Não tem espaço para desenhar, logo negócio é dar umas pistas.
“Gabinete do Ódio”, conteúdo de ódio, ‘não necessariamente o campo da esquerda’ (se fosse verdade a maioria concordaria), “Os melhores conteúdos antibolsonaro para você colocar nas suas redes”, ‘a desmentir o discurso do Capitão e a apresentar a versão oficial/verdadeira dos fatos e atos por ele defendidos’, ‘fato de não haver autoria dos vídeos’, ‘há a necessidade de fazer um cadastro, com endereço de e-mail e número de telefone que disponha de Whatsapp’, ‘“foi produzida com indignação por um coletivo independente e apartidário (kuakuakuakua! que nem o Diário Vermelho da Aldeia, órgão oficial dos gatopardianos do Partido dos Herdeiros da Comuna) que não aguenta mais o desgoverno Bolsonaro”. ‘Eu fiz o cadastro (exemplo!)’, ‘ verdadeira “arma de guerra” para a eleição de 2022. (uma bolha)’, ‘não há nada que possa depor contra a ação de guerra contra (isto não é ódio?)’.
Identidade não interessa, laranjas existem para isto, ‘tem origem na província de Alberta, Canadá’, quem paga a conta? Processar lá fica bem mais difícil, ou seja, injuria, calunia, difamação, é coisa da Globo.
Resumo da ópera: tem o pessoal do Bolsoflix (esquerda, não adianta fingir), tem o pessoal do Patriabook (que pelo menos não estão toda hora enchendo o saco) e tem o pessoal que dois anos antes da eleição já está de saco cheio. Quanto ao ‘tentativa de enfraquecimento das instituições da república’, não precisa tentar, já são o Balança mas não cai.
Não vai acontecer nada dramático, a ‘narrativa’ não cola. Militares não irão intervir, condição sine qua non, motivo simples: teriam que intervir a cada quatro anos e, segundo fontes, os tupiniquins que aprendam a votar. Não vai rolar. O resto é ‘retorica’ de campanha.
Não tinha conhecimento desse site. Mas nota se que são pessoas com certa inteligência. É válido ter uma posição sobre a situação do país que se vive. É mentira o que postam? Essa pergunta é direcionada ao autor do artigo. Que nunca escondeu sua tendência de direita. Será que é uma estratégia política ou o autor simplesmente não está querendo acusar os opositores ao “capitão”?