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COVID. Diretores de escolas estaduais denunciam falta de segurança para conter proliferação do vírus

Fórum que reúne diretores junto ao 2º núcleo do CPERS divulga nota oficial

Por Maiquel Rosauro / Da Assessoria de Imprensa do 2º Núcleo do CPERS (com foto Pixabay/Divulgação)

As escolas estaduais de Santa Maria e região não possuem segurança para impedir a disseminação de Covid-19. O alerta é do Fórum de Diretores e Diretoras do 2º Núcleo do CPERS/Sindicato.

“Dispomos apenas de termômetro, álcool, máscaras de eficiência duvidosa e poucos funcionários para garantir os frágeis protocolos sanitários”, informa o Fórum em nota (leia abaixo).

Os diretores alegam que as instituições de ensino não possuem testagem contra o novo coronavírus, os equipamentos de proteção individual (EPIs) têm qualidade questionável e a grande maioria das escolas não possui laudo de Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI). Além disso, a Secretaria Estadual de Educação (SEDUC) não dialoga com as comunidades escolares.

“A SEDUC ignora a gravidade da Pandemia de Covid-19, tenta esconder da sociedade os dados no que diz respeito ao grande número de servidores que estão sendo contaminados dentro das escolas antes e após o retorno presencial. Assim, impõe uma suposta normalidade em uma realidade grave de contaminação comunitária”, diz trecho da nota.

O Fórum aponta que ninguém educa e aprende com medo e insegurança. Os diretores exigem, entre outras coisas, que a SEDUC apresente um plano de testagem e vacinação aos profissionais de educação, além de um planejamento adequado e seguro para o retorno às aulas presenciais quando a pandemia estiver realmente sob controle.

Confira o comunicado na íntegra:

Nota pública do Fórum de Diretoras e Diretores do 2º Núcleo do CPERS/Sindicato

Os gestores das Escolas Estaduais da região Central, organizados através do 2º Núcleo do CPERS/sindicato, através do Fórum de Diretores, vêm através deste documento manifestar repúdio e preocupação com a forma pela qual a SEDUC está determinando o retorno das aulas presenciais em momento de altíssimo grau de contágio comunitário, sem testagem Covid-19, com EPIs de qualidade duvidosa, sem escutar as comunidades escolares e na grande maioria das escolas, sem laudo de PPCIs.

1- Julga-se necessário ressaltar o grande esforço realizado pelas equipes diretivas e seus quadros de professores no sentido de qualificar o ensino remoto e atender, da melhor forma possível, àqueles alunos que se encontram na condição de vulnerabilidade, como a entrega constante das atividades impressas, busca ativa, logagem aos e-mails institucionais e internet patrocinada, entrega de kits de alimentação, quando permitido, e permanente suporte nas diferentes redes sociais.

2- Cabe ressaltar que a SEDUC ignora a gravidade da Pandemia de Covid-19, tenta esconder da sociedade os dados no que diz respeito ao grande número de servidores que estão sendo contaminados dentro das escolas antes e após o retorno presencial. Assim, impõe uma suposta normalidade em uma realidade grave de contaminação comunitária. Dispomos apenas de termômetro, álcool, máscaras de eficiência duvidosa e poucos funcionários para garantir os frágeis protocolos sanitários nesse contexto.

3 – Nunca paramos e estamos na linha de frente desde o início da pandemia. Realizamos muitos encontros com as comunidades escolares no sentido da consulta e orientação. As comunidades se manifestaram de diferentes formas, mas de forma majoritária e evidente pela manutenção e melhoria no ensino remoto. Entendemos a gestão democrática da escola como princípio e não apenas como conveniência.

4 – As equipes gestoras das escolas estaduais se encontram num momento de adoecimento e de insegurança. Padecemos diante das instruções e reuniões virtuais marcadas sem antecedência mínima que possibilite a organização e adequada sequência das pautas. E negligenciando o fato de que hoje nas escolas são poucos ou mesmo inexistem profissionais para demandas financeiras e administrativas ou que possuem dedicação exclusiva para a rede estadual de ensino.

5 – Seguidamente precisamos dar satisfação às famílias e muitas vezes não obtemos as respostas necessárias da mantenedora, gerando maior insegurança e complicando a manutenção da saúde mental de toda comunidade escolar.

6 – Sobre a alimentação escolar, a qual é um direito de todos, questionamos: por que negar este direito a imensa maioria das famílias que optam pelo ensino remoto? Foi autorizado apenas o serviço para os poucos que optaram pelo presencial, mesmo com recursos em conta para atender a todos que necessitavam e com prazo de execução. Foi interrompido o processo de distribuição dos kits de alimentação que cumpre um importante serviço social para as famílias que penam perante a grave crise econômica.

7 – Exigimos a divulgação diária e pública dos dados do Comitê Covid-19/escolas. Exigimos o princípio da publicidade, ciência e verdade! Não podemos ser informados pela imprensa antes do Estado.

8 – Nas “orientações” para o ensino híbrido 2021, impostas pela Seduc, é evidente a precarização e desmonte do ensino remoto, o qual está atendendo majoritariamente os estudantes. Isso implica, novamente, em descontinuidade de processos de ensino que, embora necessitem de estrutura para professores e alunos, foi conquistado com muito trabalho e investimento, em especial dos educadores regentes que, além de receberem as turmas no seu ambiente particular, necessitam de suporte, formação permanente especializada e sobretudo reconhecimento.

9 – Outra preocupação deste Fórum diz respeito à decisão repentina de realizar uma avaliação diagnóstica em toda a rede estadual “Avaliar é Tri”. Vale lembrar que, além de ser onerosa às finanças públicas, o momento sanitário é grave e que na proposta pedagógica das escolas e do conselho estadual de educação está prevista avaliação processual. Neste momento, estamos realizando as avaliações trimestrais e conselhos para analisar o processo em curso. Uma avaliação cruzada com outra não é avaliação e sim mero provão.

Portanto, concluímos que a Seduc deveria trabalhar e investir para dar melhores condições àqueles estudantes sem equipamentos e acesso à internet, autorizar e intensificar a distribuição de kits de alimentação às famílias necessitadas, garantindo a segurança alimentar dos nossos alunos, apresentar um plano de testagem e vacina aos profissionais de educação e apresentar um planejamento adequado e seguro para o retorno das aulas presenciais quando a Pandemia estiver realmente sob controle, garantindo assim, processualidade pedagógica e segurança à vida de educadores e estudantes. Ninguém educa e aprende com medo e insegurança!

Fórum de diretores e diretoras 2º Núcleo do CPERS/Sindicato

Santa Maria, 20 de maio de 2021″

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