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ATO DE AMOR. Confira aqui as histórias de quatro professores da UFSM que optaram pela adoção

E ainda explicações sobre a morosidade dos processos, no caso do Rio Grande

Por Bruna Homrich / Da Assessoria de Imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm)

“A dica que eu sempre dou é: se tu vislumbras a possibilidade, vai lá e te cadastra. Coloque esse projeto para andar. Assim a espera fica menos traumática e cansativa. Hoje é difícil explicar como era a vida sem ela. Parece que ela sempre fez parte da família. Não é uma caridade. É um ato de amor que completa a família inteira” – Guilherme Dhein, docente do Colégio Técnico Industrial da UFSM e pai da Amanda (6 anos) e da Alice (10 anos).

“Ter paciência e acreditar que você conseguirá. A emoção e o amor que você sente são indescritíveis. E saber que você está dando uma oportunidade de vida melhor para uma criança vale toda a espera e desgaste do processo” – Olga Garcia, docente aposentada do departamento de Documentação da UFSM e mãe da Angélica (13 anos).

“Levou cerca de um ano para começarmos a aproximação com nossa filha. Começamos no final de 2020 e agora está se encaminhando para a oficialização. Ainda vai levar alguns meses para estarmos com a guarda definitiva. Temos expectativa de que no próximo aniversário dela, já vai ser tudo oficial. Estamos programando um batismo para ela na família” – Ricardo Rocha, docente do curso de Arquitetura da UFSM em Cachoeira do Sul e pai da Natália (11 anos).

“No dia em que eu a conheci e olhei para ela, não tive dúvidas de que ela era minha filha. Hoje estamos super felizes e eu não faria nada diferente do que fiz. Tenham resiliência e persistência, porque a espera vale a pena” – Francisco Mendonça Júnior, docente do departamento de História da UFSM e pai da Athena (5 anos). 

Em 25 de maio lembrou-se o Dia Nacional da Adoção. Embora seja um processo muitas vezes visto como demorado e desgastante – para quem se candidata a adotar e, especialmente, para as crianças e adolescentes que aguardam nos abrigos -, os relatos acima dão conta de mostrar que os desafios impostos tanto pelas debilidades estruturais quanto por concepções possivelmente defasadas da justiça brasileira não são sequer comparáveis ao amor que se constrói no encontro entre pais, mães e filhos.

Segundo dados coletados em maio de 2021 junto ao Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), o Brasil registra, hoje, 2.062 crianças e adolescentes aptos a serem adotados e 32.961 pretendentes para adotá-los. No Rio Grande do Sul, há 311 crianças e adolescentes aguardando adoção, e 3.843 pretendentes para adotá-los.

Sobre o perfil de tais crianças e adolescentes, sabe-se que 55,1% são do gênero masculino, e 44,9% do gênero feminino. Quanto à etnia, 53,5% são pardos; 24,8% são brancos; 18,5% são negros; 0,5% são amarelos; 0,4% são indígenas e 2,2% não tiveram sua etnia informada. Outro dado que salta à vista é que quase metade (42%) dos disponíveis para adoção são irmãos.

Cinara Braga, promotora de Justiça da Infância e Juventude de Porto Alegre, e os motivos da lentidão (foro MPRS/Divulgação)

No que tange à idade, a maioria (45,5%) das pessoas disponíveis para serem adotadas têm mais de 15 anos. Em segundo lugar, com 30,5%, estão crianças de 12 a 15 anos; seguidas da faixa etária de 9 a 12 anos (12,7%); de 6 a 9 anos (6,1%); de 3 a 6 anos (3,5%); e de 0 a 3 anos (1,4%).

Lentidão e falta de estrutura

De fato, uma das principais queixas de quem se cadastra para entrar na fila da adoção é a demora. Para muitos, a espera é dolorida e frustrante. Em entrevista à Assessoria de Imprensa da Sedufsm, a promotora de Justiça da Infância e Juventude de Porto Alegre, Cinara Braga, pondera que um dos motivos para tal lentidão é a falta de estrutura – especialmente de recursos humanos.

“É preciso que tenhamos uma correta estruturação dos Juizados da Infância e da Juventude, com número adequado de juízes, promotores, defensores públicos, psicólogos, assistentes sociais. Os processos só poderão tramitar de forma correta se houver uma equipe adequada. Um dos grandes desafios da adoção é a falta de recursos humanos preparados para dar conta dos processos. Como vou fazer, por exemplo, o acompanhamento dos estágios de convivência se não tiver psicóloga e assistente social?”, questiona a promotora.

Para Ricardo Rocha, docente da UFSM em Cachoeira do Sul, a insuficiência de profissionais necessários para levar adiante os processos é justamente uma das principais dificuldades encontradas.

“Nós fomos acompanhados por Porto Alegre. Lá eles têm equipes compostas por assistentes sociais, psicólogos, etc. Em Cachoeira, onde fizemos o cadastro, não tem psicóloga, por exemplo, apenas uma assistente social que fica sobrecarregada de trabalho. Então depende também do lugar onde a pessoa está se cadastrando. Possivelmente numa capital ela terá o aparato de equipes maiores que acabam deixando o processo um pouco mais tranquilo. Em municípios menores as coisas às vezes ficam um pouco mais complexas”, pondera o pai de Natália…”

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