A unidade dos santa-marienses pela vinda da ESA – por Michael Almeida Di Giacomo
Trata-se, a união dos locais, do maior legado da luta pela Escola de Sargentos
Chimangos x Maragatos; gremistas x colorados; tradicionalistas x progressistas; gaúcho do campo x gaúcho de apartamento… Esses são alguns poucos exemplos do quanto o povo gaúcho é binário na forma de expressar suas vontades, seus ideais, suas características.
E não foram poucas as vezes que a implantação de uma política pública, a realização de obra importante, somente foi possível após muita “peleia”.
Por vezes, como no caso da revitalização do Cais Mauá, ao longo da Avenida Mauá, em Porto Alegre – que teve sua primeira proposta de revitalização pelo Governo do Estado ainda no ano de 1995 – somente no mês de janeiro de 2021 é que foi realizada a assinatura da concessão à iniciativa privada da bela estrutura à beira do Guaíba.
Agora, desde abril, com implantação do Cais Embarcadero – complexo de restaurantes, bares e espaço de lazer – é possível aos porto-alegrenses, e aos turistas, desfrutar de um ambiente com vista privilegiada e que por anos, décadas, esteve absorta no obscurantismo e distante do dia a dia das pessoas.
Devido a essa cultura – muito bem enraizada em nosso “pago” – é que a unidade dos agentes políticos, das forças empresariais, da sociedade civil organizada, e, certamente, de cada santa-mariense, para a vinda da Escola de Sargentos das Armas – ESA, deve ser saudada e sempre lembrada.
O legado material, por meio de aporte financeiro, é tido como extraordinário para um município como Santa Maria que teve no seu passado – distante – grandes investimentos por meio da Ferrovia e da Universidade Federal, cada qual a elevar a cidade à condição de polo regional e referência nacional.
Eu, neto de ferroviário e filho de servidor da UFSM, sei a importância dessas instituições às famílias, à nossa formação e à vida da cidade. É realmente singular.
Conforme matéria veiculada no Jornal Diário de Santa Maria – assinada pelos jornalistas Marcelo Martins e Maurício Araújo – no que tange aos recursos financeiros a serem investidos e a projeção de recursos futuros por meio dos soldos dos alunos e demais militares da escola – poderá representar um aporte de 1,2 bilhão na economia da cidade.
Não é de se olvidar que esse será um grande legado.
Mesmo sendo possível asseverar que nem todo o soldo militar será gasto no comércio de Santa Maria – visto que o comércio on-line é uma realidade cada vez mais presente em nossas vidas; que muitos militares – ou a maioria – não deixam de ter relações com suas cidades natal. Também que será construída uma Vila Militar, a dar pouca margem ao sistema imobiliário de receber novos inquilinos – o fato é que a robustez do investimento realmente beneficiará a cidade.
Agora, na minha modesta opinião, o maior legado que estamos a vivenciar até o momento é algo já tangível a todos e todas – e que não depende da vinda da ESA – eu me refiro da capacidade de unidade das forças da cidade na atração de investimentos que terão reflexos diretos na implantação de políticas públicas e melhorias para o município.
Sob a liderança do Prefeito Jorge Pozzobom, Santa Maria é exemplo de uma ação que une a turma do coloradinho e do rio-grandense, que já faz parte de nossa história.
Que tenhamos nessa caminhada o exemplo para inúmeras outras conquistas para os santa-marienses. E nunca esqueçamos nosso maior legado, a unidade.
(*) Michael Almeida Di Giacomo é advogado, especialista em Direito Constitucional e Mestre em Direito na Fundação Escola Superior do Ministério Público. O autor também está no twitter: @giacomo15.
Nota do Editor: a foto (sem autoria determinada) do “Cais Embarcadero” foi reproduzida do site “Detalhes Mágicos”, de Porto Alegre (AQUI)
‘Sob a liderança do Prefeito Jorge Pozzobom’, kuakuakuakuakua! Pergunta que não quer calar, Indigesto virou vermelhinho ou os vermelhinhos tucanaram?
No mais cada um se engana como bem lhe aprouver.