Por Maiquel Rosauro
Os vereadores de Itaara não dão folga ao prefeito Silvio Weber (PSB). Menos de uma semana após a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Exonerações ser encerrada (AQUI), outra investigação será aberta no Legislativo. O objetivo é apurar uma viagem do socialista.
Conforme o requerimento, a CPI tem como fato determinado a “viagem do chefe do Executivo a Brasília para tratar de interesses do Município de Itaara, sua respectiva agenda, meios de transportes utilizados, respectivas despesas e subsídios, tudo no período de 12 a 16 de fevereiro de 2021”.
Os vereadores justificam a necessidade de uma CPI devido ao fato de a viagem ter coincidido com o período de Carnaval.
“Pretende a Comissão Parlamentar de Inquérito esclarecer acerca de tal viagem e respectiva agenda, porquanto, além de ter ocorrido exatamente no período de Carnaval, nenhuma informação foi prestada pelo chefe do Executivo, muito embora tenha sido solicitado a fazê-lo”, diz trecho do documento.
O requerimento pela abertura do colegiado, encaminhado ao presidente da Casa, Roberto Tatsh – Mano Zimmermann (PSB), foi protocolado na terça-feira (20). A CPI será formada na sessão do dia 27 de julho.
O Parlamento de Itaara é formado por nove vereadores. Apenas o presidente não assina o pedido de abertura da CPI. Todos os demais, inclusive os socialistas, outorgaram a requisição: André Burin (PP), Eliezer Dias (PP), Roberto Carlos da Rosa (PP), Edson Vasconcellos – Mano da Oficina (PSB), Eduardo Claro (PSB), Cleberson Mendes Silva – Retio (MDB), Paulo Gilmar Garcia – Chupeta (PSB) e Lauderi Oliveira (PSB).
No Portal da Transparência da Prefeitura de Itaara (AQUI) não constam informações sobre pagamentos de diárias ou de passagens para o prefeito no mês fevereiro.
Confira, na íntegra, a requisição de abertura da CPI (AQUI).
Outro lado
O Site entrou em contato com o prefeito Silvio Weber e solicitou um posicionamento sobre a nova CPI. O chefe do Executivo, então, encaminhou uma cópia de um ofício que será enviado à Câmara de Vereadores sobre o assunto.
No documento, Weber assinala que a viagem realizada não foi de cunho oficial, mas sim pessoal. Ele também explica que não utilizou recurso público para a viagem e que efetuou a transferência do cargo para a vice-prefeita Tita Desconzi (PSB).
“Aliás, frise-se, tal viagem foi efetuada com RECURSOS PRÓPRIOS, portanto, sem uso de nenhum centavo de recurso público! Tanto que NÃO EXISTE EMPENHO E PAGAMENTO DE DIÁRIA EM MEU NOME PARA ESSA VIAGEM, coisa que qualquer leigo pode verificar no Portal de Transparência do Município de Itaara/RS”, diz o prefeito em trecho do ofício.
Weber também aponta que a Lei Orgânica de Itaara permite que ele se ausente por até 15 dias sem precisar de licença da Câmara.
“Ressalto que a viagem aconteceu no período do Carnaval, com a minha ausência do Município por apenas 1 dia útil”, afirma o chefe do Executivo.
O prefeito considera que todos os demais questionamentos sobre a viagem são irrelevantes, uma vez que ele não estava em viagem oficial, não usou recursos públicos e transmitiu o cargo à vice-prefeita.
Transporte escolar
A nova CPI que será constituída na próxima semana não será a única em tramitação no Parlamento de Itaara. Foi retomada uma investigação, aberta no fim de 2020, no governo do então prefeito Cleo Vieira do Carmo (MDB), que trata sobre o transporte escolar. Os trabalhos estavam paralisados desde a virada do ano por um fato inusitado: os vereadores que formavam a comissão não se reelegeram.
Nesta quarta-feira (21), foi realizada uma oitiva, transmitida pelo canal da Câmara no YouTube.
A CPI do Transporte Escolar é formada por André Burin (PP), presidente; Edson Vasconcellos – Mano da Oficina (PSB), vice-presidente; e Roberto Carlos da Rosa (PP), relator.
Que time! rsrs