
É possível que ocorra uma defecção ou outra. Ou até mais. Afinal, toda essa movimentação antecede o anúncio, feito nesta segunda-feira, de uma série de medidas de ajuste, por parte do Governo Federal, e que, até evidências em contrário, pode afastar uns e outros.
De todo modo, está em curso no País a formação de um grupo político, com partidos e organizações as mais diversas, no campo democrático-popular, capaz de defender ideias de esquerda, muitas delas deixadas de lado inclusive por quem se elegeu se utilizando delas.
Uma das lideranças do grupo, batizado Frente Brasil Popular, é o presidente da CUT no Rio Grande do Sul, Claudir Nespolo. E uma entrevista com ele é a base do material publicado no jornal eletrônico Sul21 e que, creia, vale a pena conferir. A reportagem é de Marco Weissheimer, com foto de Reprodução. A seguir:
““Frente Brasil Popular quer conformar um novo bloco de poder no país”
No último dia 5 de setembro, representantes de sindicatos, movimentos sociais, partidos políticos, intelectuais e entidades estudantis reuniram-se em Belo Horizonte para o lançamento da Frente Brasil Popular, uma coalizão que pretende configurar um novo bloco político e social no campo da esquerda brasileira. Participaram do encontro, representantes, entre outras organizações, da CUT, do MST, da UNE, do PT e do PCdoB, e lideranças políticas de outros partidos como Roberto Requião (PMDB) e Roberto Amaral, ex-dirigente nacional do PSB. Nos próximos dias uma carta-convite será enviada a diversas entidades no Rio Grande do Sul com o objetivo de organizar o primeiro encontro da frente no Estado.
Em entrevista ao Sul21, o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, fala sobre o diagnóstico que anima a construção dessa frente que tem como objetivo estratégico principal a formação de um novo bloco de poder no país. “A formação de um bloco de poder é uma necessidade ditada pela atual conjuntura onde vemos uma grande ofensiva do grande capital e dos setores conservadores sobre direitos e conquistas construídas nos últimos anos no Brasil e na América Latina. O Congresso Nacional reflete hoje a correlação de forças que emergiu das urnas, obrigando o governo a fazer alianças cada vez mais largas, onde se perde significativamente o programa”, assinala Nespolo.
O dirigente da CUT também fala sobre a política estadual, sobre a política de ajuste fiscal em nível nacional e sobre a ameaça do desemprego que ameaça os trabalhadores, especialmente os do setor metal-mecânico. “Toda a cadeia produtiva do setor automotivo brasileiro, que emprega 600 mil pessoas diretamente, trancou. E quando tranca há poucos mecanismos para administrar essa situação”.
Sul21: Na semana passada, foi lançada em Belo Horizonte, com a participação da CUT, a Frente Brasil Popular, uma articulação de movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos que estão discutindo a necessidade de configurar um novo bloco político entre as forças de esquerda no país? Como vê essa iniciativa e qual deve ser o papel da CUT neste processo?
Claudir Nespolo: O encontro de Belo Horizonte foi um momento de encontro e debate sobre a necessidade de criar um novo bloco de poder no Brasil. Essa iniciativa não parte exatamente de um diagnóstico sobre o esgotamento do que existe hoje. O que existe tem função na sociedade, mas está sob um ataque feroz do sistema político-midiático conservador que tenta destruir os avanços conquistados nos últimos anos no Brasil e em toda a América Latina. A necessidade de proteger essas conquistas nos obriga a…”
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UNE então deve ser tratada como parte de um bloco de esquerda, não como representante de todos os estudantes e muito menos como a instituição que foi noutros tempos.
Setor automotivo trancou porque, além de perder subsídios e da demanda cair, estava amarrado com os portenhos. Parte das peças era produzida na Argentina (o reverso também acontecia, peças daqui eram usadas para produzir carros por lá). Argentina trancou as importações também e a demanda por lá também diminuiu.
E as exportações para outros países? Mercosul trava. Fecharam cotas para o México, só que tem que haver contrapartida. Aí precisa de aprovação.
Mas o que espanta é a UNE na esquerda.
http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,a-moderna-torre-da-une-no-rio-de-janeiro,1688848