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Prognóstico. PMDB se tornará o principal parceiro da governadora Yeda, até o final do mandato

Confirmadas as demissões de Cézar Busatto, Delson Martini, Nilson Bueno e Marcelo Cavalcanti (confira aqui), na tarde de sábado, a governadora Yeda Crusius concedeu entrevista coletiva (na foto, de Jefferson Bernardes, ao lado do líder do governo na Assembléia, Márcio Biolchi, do PMDB). Afora as saídas, e da ira reafirmada em relação ao vice-governador Paulo Feijó, que gravou conversa com Busatto e incendiou politicamente o Piratini, além de muita confiança no futuro do mandato, Yeda nada disse sobre como fará para superar as dificuldades políticas óbvias que enfrenta.

 

Essa é a grande questão do momento e dos próximos meses: como fará a governadora para remontar o governo, depois da perda de seus mais importantes auxiliares. Nunca é demais lembrar que Busatto e Martini compunham o grupo mais próximo das decisões de Yeda Crusius. Eles, mais Ariosto Culau, derrubado pelo chopp tomado com o hoje notório Lair Fest, e Aod Cunha de Moraes Júnior, o secretário da Fazenda. Este, assim, é o único remanescente da turma da confiança pessoal e política da donatária do Piratini.

 

Mas, o que fará a governadora, agora? Quem nomeará para os lugares dos demitidos, e aqui o meu interesse maior é pelos secretários. Com todo o respeito, embora a importância dos cargos, não serão o “embaixador” em Brasília, cargo que era de Cavalcanti, nem o Comandante da Brigada, que sucederá Bueno, os articuladores da política de governo. Então, o que interessa, meeeesmo, é saber quem vai chefiar a Casa Civil ou sentará na cadeira de Secretário Geral de Governo, postos deixados vagos por Busatto e Martini.

 

Se alguém me perguntasse, agora, os nomes dos convidados, lamento, não os tenho. Mas uma coisa eu sei: serão políticos da confiança da governadora, e do PMDB. Sim, do PMDB. Yeda, é a minha impressão, afora uma racionalidade eventualmente exacerbada, beirando o autoritarismo no trato com aliados, é bastante intuitiva. E, mais que isso, sensível – o que não quer dizer fraqueza, muito pelo contrário.

 

Explico. Qual a reação dos partidos mais atingidos pelo petardo jogado ao público por Paulo Feijó, na conversa gravada com Busatto?  Respondo: PMDB e PP. Qual foi a reação das lideranças das duas agremiações?

 

O PP, por seu presidente, Jerônimo Goergen, subiu nas tamancas e, de pronto, já disse que não identificava mais em Busatto um interlocutor da sigla, no governo, depois dele ter dito que o PP “se financiava” com o Detran. E na noite de ontem decidiu permanecer apoiando o governo e, ao mesmo tempo, processar o ex-chefe da Casa Civil. Convenhamos, uma posição dúbia, para dizer o mínimo.

 

O PMDB, por sua vez, e ninguém me contou, eu escutei, através do deputado federal, e secretário geral da sigla, Eliseu Padilha, foi muuuito mais pragmático. Vamos ver, vamos ouvir, vamos ponderar, vamos esperar. Nessa linha, foram as manifestações do homem forte do peemedebismo gaúcho atual. A prudência própria da experiência, da lida cotidiana há muito mais tempo. E a esse comportamento a governadora será sensível, não tenho dúvida.

 

E mais. Que ninguém se engane: pode até não ter sido de caso pensado, mas provavelmente Padilha percebeu que este é o momento adequado para tornar o seu partido no principal parceiro do governo, de resto bastante fragilizado junto à opinião pública e, o que mais conta, neste momento, na Assembléia Legislativa.

 

Dito isso, me parece evidente que o PP, mesmo que não perca cargos, enfrentará uma natural retração por parte de Yeda. Em contrapartida, o PMDB, quanto mais não seja por uma questão numérica, sairá ganhando. E será extremamente fortalecido. Mais que isso: a governadora vai buscar, na fonte do peemedebismo, a aliança política para sustentar seu governo, pelo menos até iniciar-se a campanha eleitoral de 2010. Escrevam. E cobrem depois.

 

EM TEMPO: a dificuldade maior de Padilha será conter um grupo de peemedebistas que quer distância de Yeda. São os mais ligados ao ex-governador Germano Rigotto, agastado com o que considera comportamento inadequado para com o mandato dele. São, nesse instante, minoritários. Mas importantes, politicamente. E darão trabalho ao secretário geral, na tentativa de compor-se com o Palácio Piratini.

 

 

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