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CPMF. Não acredite nos discursos. Prorrogação tende a ser aprovada. Até mesmo pelos tucanos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como se sabe, está na África. E foi de lá, mais exatamente de Luanda, a capital de Angola, que mandou mais um recado, sobre a votação da prorrogação da CPMF no Senado. Disse não haver possibilidade de mudança na proposta original – já votada na Câmara dos Deputados – e que prevê a cobrança de 0,38% sobre cada movimentação financeira até o final de 2011.

 

Isso significa, objetivamente, que até mesmo a proposta de desobrigar do pagamento do tributo quem tem salário de até R$ 1,7 mil – como integrantes da base aliada chegaram a sugerir – estaria descartada. Lula declarou isso com todas as letras, em território africano.

 

Quer dizer, então, que não há negociação possível? Ora, é só o que se está fazendo. Aliás, exatamente ao dizer o que disse, o Presidente negociava. Isto é, balizava o que é possível e o que não é. E mais: trata de afastar ou, como prefere escrever o jornalista Josias de Souza (confira as sugestões de leitura, mais abaixo), isolar os oposicionistas mais radicais, do DEM, que não querem nem saber de discussão. Apenas pretendem não aprovar a prorrogação, mesmo com ajustes.

 

Isto é, Lula colocou-se do lado oposto, beeeem afastado. E isso fará com que, parece ser a intenção dele, os que também não querem saber de ser taxados de radicais acabem se aproximando. E aí, bem, aí pode surgir algum tipo de acordo. Exemplo? Desonerar as contratações de funcionários, cortando outros tributos incidentes sobre as folhas de pagamento. Ou até reduzir a alíquota da CPMF, em anos vindouros. Que tal 2010?

 

A favor de Lula, não obstante os irados pronunciamentos públicos, está o PSDB. Especialmente o governador paulista José Serra, que tem sabidas e confirmadas e provavelmente realizadas ambições de candidatar-se à Presidência. Ainda mais que pesquisa recente o colocou bem na foto.

 

Imagine-se no lugar de Serra. Será que você gostaria de “perder” receita logo num eventual primeiro ano de mandato? E não é qualquer receita, mas algo gomo R$ 40 bilhões. Resumindo: está-se negociando, sim. E a CPMF será prorrogada. E sem modificações, neste momento. Pode apostar.

 

SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui a nota “Planalto quer isolar DEM e negociar CPMF com PSDB”, de Josias de Souza.

Leia também a reportagem “Lula rejeita proposta de isenção para CPMF”, publicada pela ZeroHora.Com, com informações da Agência Estado.

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