Espírito olímpico – por Orlando Fonseca
Os esportes, o ufanismo do brasileiro e a realidade que teima em existir
Gostaria de que o Brasil, simbolizado pelos atletas olímpicos em trajes verde-amarelo, reverenciado pelos vencedores no momento da ultrapassagem da linha de chegada, ou na subida mais alta do pódio, o Brasil da nossa bandeira na mão dos que conseguem vencer as barreiras, superando condições físicas ou mentais, este Brasil glorioso estivesse aqui para recebê-los, em sua plenitude.
Mas temo que, ou ele não está à altura de seus esforços – por vezes sobreumano – ou não existe mais. Digo isso acomodado em minha janela privilegiada, observando o que ocorre à minha volta, com o distanciamento dos protocolos sanitários, mas não com o distanciamento da alma, que essa – teimosa – continua ufana em sua brasilidade.
Este Brasil elevado não esteve a favor de muitos, quando eles se preparavam para os jogos. Segundo se pode apurar nos veículos de imprensa, a equipe que foi a Tóquio expõe uma dura realidade: dos 309 atletas brasileiros 131 não têm patrocínio algum, 36 realizam permutas, 41 fizeram vaquinhas para arrecadar dinheiro e 33 conciliam o esporte com outros empregos.
Mesmo o Programa Bolsa Atleta não beneficia 78 competidores, com os valores que não são lá uma fortuna, vão de R$ 925 (Nacional) até R$ 5 a 15 mil (Bolsa Pódio).
Enquanto estavam em terra de além-mar, neste lado do mundo vimos um presidente dizer coisas de arrepiar, mas nenhuma palavra de alento aos que estavam lá nos representando. O desemprego tem colocado cada vez mais gente nas ruas, sem teto, sem abrigo, sem esperança.
Os números da economia não são nada alvissareiros, no entanto não vemos um plano para que possamos sair da crise. Os números da pandemia apontam para uma melhora, mas, a despeito do esforço para a imunização geral, muita ignorância, muita falta de solidariedade adiam este novo tempo.
O número da violência contra as mulheres só se fez aumentar. A corrida eleitoral do ano que vem já começou, em uma disputa nada gloriosa. Muitas notícias falsas circulam pelas redes, e o Brasil que gostaria de apresentar aos atletas que retornam não tem o brilho que eles trazem, senão em metal, ao menos nos olhos.
A frase do Barão de Coubertein, o importante não é vencer, mas competir, foi-se modalizando com a sociedade de consumo, com as leis de mercado. No Brasil, ser vice não é nada; prata ou bronze significam tão pouco diante do ouro. Mas temos que manter acesa a chama da luta.
Os tempos são estranhos, pois as Olimpíadas de 2020 foram realizadas neste ano de 2021. Apenas um número, dentre tantos a se lamentar, mas que indica uma realidade pandêmica como não vimos desde o início dos jogos olímpicos modernos.
No encerramento dos jogos, houve a tradicional passagem do bastão, de Tóquio para Paris, na qual será realizada a edição de 2024. Não deixa de ser esperança, fé na humanidade, capaz de vencer não apenas a barreira dos metros, dos pesos e das dimensões. Está vencendo, com o diligente trabalho da ciência e dos profissionais da saúde, a sanha letal do Coronavírus.
Que o tempo favoreça não apenas os atletas brasileiros, mas também nosso ânimo tropical, nosso espírito nacional, nossa autoestima cidadã, para que possamos dar novo sentido ao lema olímpico: “Citius, Altius, Fortius – Communiter” – Mais rápido, mais alto, mais forte – juntos.
(*) Orlando Fonseca é professor titular da UFSM – aposentado, Doutor em Teoria da Literatura e Mestre em Literatura Brasileira. Foi Secretário de Cultura na Prefeitura de Santa Maria e Pró-Reitor de Graduação da UFSM. Escritor, tem vários livros publicados e prêmios literários, entre eles o Adolfo Aizen, da União Brasileira de Escritores, pela novela Da noite para o dia.
Nota do Editor: a foto (do encerramento da Olimpíada de Tóquio e a entrega do bastão para a próxima, em Paris) é uma reprodução obtida na internet.
Barão já morreu faz tempo. Olimpiada tem um aspecto business que não existia. Surf e skate entraram para atrair o publico jovem. Financiar o arco e flecha, por exemplo, que quase ninguém assiste.
‘No Brasil ser vice não é nada’, dupla generalização e duplo erro. Participar de uma olimpiada já é um feito. Brasil? Que Brasil? Nem o conceito de pais, de nação é pacifico. Perdeu-se. Como o ‘Estado democrático de Direito’, platitudes, conceitos abstratos que não dizem nada para a maioria. Conclusão: CF88 está no telhado e o pais precisa fazer uma DR. Esquizofrenia e bipolaridade levam a lugar nenhum. Teoria muito distante da pratica idem.
Assisti entrevista em podcast de atleta americano. Comite olimpico americano é todo financiado com dinheiro privado. Não dá para copiar aqui, não existe uma industria e nem carreira estruturada de atleta. Alás, Jogos Olimpicos segundo ele é competição curta. Quando chegam lá todos sabem quem tem chance e quem só está fazendo numero. Alás, onde andam e como estão os ex-medalhistas brasileiros?
Governo Dilma recebeu o governo com 6,452 milhões de desempregados. Caiu com 11,089. Fora a informalidade. Estamos em 14,8 milhões com pandemia. Fatos. Temer, gostem ou não, evitou o desastre completo, Dilma, a humilde e capaz, petista, esquerda, quebrou o pais. Não tinha ‘plano’ nenhum, era tudo na base da canetada. Diminuiu a conta da luz na marra, quis construir trocentas mil creches num passe de magica. Alas, nos jogos do RJ a meta era ficar entre os 10 melhores, jogaram um monte de dinheiro e esperavam mágica. Obvio que não iria acontecer.
Aconteceu na Olimpiada o que acontece sempre, falta incentivo (ou seja, grana), etc. Falta também na educação e na saúde e na assistencia social. Não há como resolver todo problema ao mesmo tempo. Criatura que ganha vida ongueando deu entrevista noutro dia no radio. Obvio discurso de esquerda. Asneira do ‘da quantidade sai a qualidade’ (India só tem dois ouros no atletismo, China não domina todos os esportes). Esporte não é para gerar atletas é para ‘criar cidadãos, melhorar a saúde, etc’, ou seja, objetivos etéreos. Outro falou que sentia saudade das cubanas no volei (esporte era utilizado como propaganda pelo regime, população na m.). Alás, as vezes falta desenhar porque a familia do sargento que nunca conseguiu pegar o Zorro não entende, pista de skate é que nem usina nuclear, todos a favor desde que não seja perto. Maconheiros, barulho até altas horas da noite, etc. Querem construir no Parque Itaimbé? Podem fazer tres. Nem aí.
Por partes como diria Jack; Esquerda tranca rua e empata ph#d4 era contra a realização dos Jogos. Da UFN ao Diário Vermelho (maioria sabem é quem na aldeia). Orquestrado, parecem um bando de caturritas, fazem o mesmo barulho, c4g4m por toda parte e não podem ver uma plantação de milho ou um pé de fruta que detonam. Realizados os jogos adotaram discurso feminista ufanista. Sim, porque as mulheres brasileiras estavam em competições femininas, mesmo quando perdiam outras mulheres ganhavam. Discurso que foi aproveitado no marketing, até construtura aderiu. Alás, grandes empresas adotaram parte do discurso de esquerda pelo marketing e para ‘incluir’ novos consumidores, não porque são ‘bonzinhos’.