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Internet.com: os desafios da rede – por Vitor Hugo do Amaral Ferreira

O homem imerso no processo de civilização, assim como todo o contexto que marcou a história da humanidade, apresenta inúmeros progressos assinaláveis, bem como retrocessos espantosos. É um incansável insatisfeito. Talvez uma de suas maiores características seja a mobilidade e o anseio de mudar o seu tempo.

Nesse contexto, já matou em nome de Deus, por um Cristo que talvez nem o próprio homem acreditasse, já avançou mares, conquistou, desapropriou, apossou-se, explorou territórios.

Na medida em que a mundialização traduz todo o tipo de mudanças: inovações, criações, destruições, aculturações e descobertas; acaba por designar a integração crescente das diferentes partes do mundo sob o efeito da aceleração das trocas, fomenta o gosto pelo saber e o desejo de intervir na construção do futuro.

Congregar interesses, oriundos desta aproximação, condiciona o surgimento de atritos, que demandam da ordem jurídica soluções. Mesmo que o espaço seja oportuno para novos debates, a proteção aos direitos humanos, por exemplo, e o universo gigante de temas oriundos da internet, trazem o alerta de que ainda existe uma ampla distância entre o espaço de discussão e a realidade concreta de transformações.

Esboçar um novo processo de pensar e de perceber a Sociedade da Informação como um todo integrado e não uma reunião de partes dissociadas é tarefa dos novos tempos. Parafraseando Boaventura de Souza Santos é necessário indagar “para onde vamos?”.

Por isso, um dos desafios é assegurar direitos, não apenas justificá-los. Se há o reconhecimento de direitos humanos de quinta geração, os quais derivam do direito da realidade virtual, da informática e da internet. Se assim é, falamos em direitos de liberdade de expressão e acesso à informação, bem como proteção à intimidade.

Disso, pensar que há lacunas no acesso digital é reconhecer que o direito ao acesso antecede o direito de informação. Assim, é pertinente concluir que a Sociedade de Informação encerra em si uma potencial contradição: valoriza o fator humano no processo produtivo e simultaneamente desqualifica os novos ‘analfabetos’ das tecnologias de informação.

Querenciando-se à ideia da mundialização virtual, é oportuno dizer que a internet e os reflexos desta, comungam da metáfora da rede, rede de constituições, rede de direitos…rede de problemas e desafios.

Questionar os desafios e (in)viabilidades de uma governança global para internet contempla os anseios da sociedade da informação globalizada.

Portanto, permite-se dizer, em arremate a estas linhas, o espaço é o mundo, o tempo é agora. Eis o espaço, que não pretende esgotar o assunto, até pela complexidade temática que requer um esforço único para atingir tamanha façanha, mas, que preocupado com a questão, sugere um pensar frente aos desafios de se efetivar uma governança global para internet.

Aqui, um dos principais, senão o maior dilema da internet a ser enfrentado em tempos atuais: governá-la.

Referência:

Governança.com: a perspectiva brasileira após o processo de mundialização virtual entre a (in)viabilidade de uma governança global para internet e os desafios da sociedade de informação globalizada. – Dissertação apresentada ao Mestrado de Integração Latino -Americana (MILA/UFSM). 2009. 

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