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Clássicos para voltar – por Bianca Zasso

“Uma nova cinefilia se revelou para mim. É hora de dividi-la com os outros”

Pandemia faz lembrar. Tenho acompanhado alguns amigos e conhecidos compartilhando fotos analógicas, anotações e até cartas em suas redes sociais. A faxina forçada pelo longo tempo dentro de casa nos fez abrir gavetas que, em outras circunstâncias, ficariam fechadas por mais alguns anos.

Quem acompanhava minhas incursões críticas neste espaço às quintas-feiras, carinhosamente cedido pelo dono deste sítio, sabe que, mesmo que novidades fossem sempre bem-vindas, filmes imortais de outros tempos também se faziam presentes nas indicações.

Nas madrugadas insones que esta que vos escreve vivencia há mais de um ano, devido à árdua e encantadora tarefa de criar um ser humano chamado Joaquim, busquei muitas dessas produções para tornar este trabalho um pouco menos exaustivo. As interrupções foram muitas, mas aprendi a lidar com elas pelo bem da minha saúde mental. Uma nova cinefilia se revelou para mim. E é hora de dividi-la com outras pessoas.

Vem aí o Bia na Toca Clássicos. Explico: desde 2017, quando recebi o super convite da produtora Toca Audiovisual para comentar filmes em formato de vídeo, encontrei mais um caminho para levar a Sétima Arte adiante. É essa a minha missão nesse mundo, eis aí outra descoberta destes tempos pandêmicos.  

Mostrar a cara não é tarefa fácil, ainda mais para uma mulher que sempre se mostrou ao mundo com palavras escritas. Mas não posso esconder o carinho e o aprendizado que nutro por este projeto. Então, após a pausa maternal e revolucionária, cá estou para convidar vocês para curtirem, compartilharem e se divertirem (se possível!) com o Bia na Toca Clássicos, que vai rolar no Instagram da Toca Audiovisual ainda este mês.

Preparei uma lista com a fina flor do cinema de vários cantos do mundo. Cada um com a sua beleza para que este agridoce momento do mundo seja um pouco mais leve para todos nós. Pois arte salva.

(*) Bianca Zasso, nascida em 1987, em Santa Maria, é jornalista e especialista em cinema pelo Centro Universitário Franciscano (UNIFRA). Cinéfila desde a infância, começou a atuar na pesquisa em 2009. Suas opiniões e críticas exclusivas estão disponíveis às quintas-feiras.

Observação do Editor: a foto que ilustra este texto é de Arquivo Pessoal/Divulgação.

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Um Comentário

  1. Foram eles que fizeram o comercial daquele plano de saúde? O da ‘médica’? Audio ficou parecendo filme de artes marciais feito na Asia na década de 70.
    Do saco para a mala, assisti ‘Marighella’ noutra semana. Para variar, preocupam-se tanto com a ideologia (e causar/provocar) que esquecem do roteiro. Começo do filme tem a ver com racismo. Spoilers. Protagonista tem mãe descendente de africanos. Pai italiano não importa. La pelas tantas vilão mata dois negros que não se sabe bem quem são. Pelo meio do filme mostra o assassinato do Capitão Charles Chandler do exercito americano na versão vermelhinha. Veterano do Vietnã estava estudando sociologia em São Paulo para melhorar o portugues. Foi enterrado no cemiterio da Academia Militar de West Point (que é diferente daqui, é uma universidade) onde iria lecionar. Numa cena ocorre uma ‘reunião’ do militar e outro americano com militares tupiniquins em uma cavalariça. A criatura que puxa um cavalo pela rédea veste uniforme de passeio. Nas cenas de ação ninguém recarrega arma, revolver tem trocentos tiros. No terço final do filme tentam vender a ideia de que os dois lados são compostos por ‘patriotas’ (Marighella morou dois anos na China). Um dos guerrilheiros, o mais ‘sanguinario’, tinha que morrer (é um cliche) e caiu do céu uma delatora para viabilizar o fato. Cena de tortura com choque é uma piada, prisioneiro desamarrado e é jogada agua no chão onde todos pisam, tortura suicida. Não falta a guerrilheira jovem e bonita, futuro da ideologia, ‘empoderada’, que acerta tiros impossiveis. Atriz escolhida tem um nevus no rosto, uma marca de nascença, no mundo real seria presa em uma semana. Cena de morte do protagonista é uma piada, os agentes cercam o fusca e atiram com o perigo de uns atirarem nos outros. Quiseram retratar um fuzilamentoe e mostraram uma legitima defesa putativa. No final atores se abraçam e cantam um hino juntos, é o ‘patriotismo’ de novo.
    Genios lançaram o filme em streaming nos EUA (acho). Obvio que cinco minutos depois estava pirateado. Resumo da ópera, é assistivel, mas com três milhões e meio dava para fazer bem melhor. ‘Queimaram’ uma historia boa numa peça de propaganda mal enjambrada.

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