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“Históricos” do PMDB divulgam manifesto no dia da vinda de Simon e companhia

Deve estar acontecendo neste momento jantar de confraternização promovido pelo PMDB, com a presença de seu presidente estadual, Pedro Simon. Este, mais o vice-governador, Antonio Holfeldt (recém chegado do ninho tucano), o deputado e secretário de Estado, Alceu Moreira, e uma grande “entourage” participaram de uma série de atividades na cidade, inclusive a inauguração das instalações do Conselho Regional de Desenvolvimento, no campus da UFSM.

Esta página tem, no entanto, entre outras, uma grande curiosidade: será que Simon e companhia já sabem, e mais, já leram o Manifesto entregue curiosamente nesta sexta-feira (embora sua data seja de três dias atrás) por setores históricos do PMDB local, ao presidente do partido na cidade, Haroldo Pouey. com seríssimas críticas à condução do processo que redundou na vitória, “do goleiro ao ponta esquerda”, do grupo de Tubias Calil, afilhado político do deputado Cezar Schirmer, na convenção municipal do último domingo?:

Se isso aconteceu, isto é, se o presidente estadual leu, ou tomou conhecimento do conteúdo, não é improvável que tenha se sentido chateado. No mínimo. Afinal, nomes importantes da agremiação, a começar por seu presidente de honra, João PTB,/B>, a líder do partido na Câmara, Magali Adriano, o próprio presidente do Coredes, Antonio Carlos Jordão e o ex-presidente Abdo Mottecy, entre outros, não poupam adjetivos para qualificar o que, no ponto de vista deles, aconteceu antes e durante a convenção municipal. No total, são 17 assinaturas, pouco menos de um terço numericamente, mas certamente muito representativas de uma parcela importante da agremiação.

Resumindo: se os dirigentes estaduais leram o que foi escrito, é improvável que tenham ficado felizes. Se não leram, poderão fazê-lo aqui – eles e todos os internautas, para os quais reproduzo o Manifesto, na íntegra:

“Manifestação

Os abaixo assinados, todos filiados ao PMDB de Santa Maria e que fazem parte do Diretório Municipal eleito no dia 06 de novembro p.p., vem manifestar publicamente o descontentamento e a indignação pela maneira como foi conduzido o processo de escolha da Executiva Municipal.
Queremos deixar bem claro aos companheiros de Partido e à comunidade de Santa Maria, que desde o início das tratativas do processo eleitoral para a escolha do Diretório Municipal, procuramos incansavelmente de todas as formas, construir uma unidade partidária, uma harmonia, um consenso, entendendo ser isto o melhor para o Partido, evitando sempre qualquer tipo de disputa ou confronto.
Infelizmente, devido à intransigência de alguns companheiros, que pensando tão somente nos seus projetos ou interesses pessoais, de uma forma desrespeitosa, não aceitaram qualquer forma de entendimento. Desrespeitaram a comissão formada por integrantes que fizeram e fazem a história do partido, não comparecendo às reuniões que foram chamados, protelando propositalmente para a ultima hora qualquer decisão, comissão esta comprometida tão somente com a unidade e com o futuro do partido, nunca pensando em qualquer benefício pessoal ou do grupo.
Ainda assim, algumas lideranças expressivas do PMDB, também preocupadas somente com a unidade do Partido, procuraram fazer um acordo na tentativa de amenizar o conflito que estava estabelecido, evitando uma disputa que com certeza traria enormes prejuízos e que provocaria uma divisão interna com resultados imprevisíveis.
Depois de muita negociação conseguimos avançar, incluindo alguns nomes no Diretório, que segundo nosso entendimento, não poderiam estar ausentes nesta composição partidária. Pensamos que, a partir daí, as relações poderiam ser mais amenas e que em nome do bom senso, da unidade e do futuro do partido, haveria também um entendimento para se fazer uma composição para a executiva municipal.
Porém, de uma forma intransigente e desagregadora, o grupo liderado pelo Vereador Tubias Calil, ao invés de buscar o entendimento que o bom senso recomendava naquele momento, preferiu o confronto, a divisão, o esfacelamento do Partido, não aceitando nenhum tipo de composição.
Esta forma de condução do processo gerou uma indignação muito grande naqueles que pensam, acima de tudo, no bem do Partido e se agíssemos da mesma forma radical e intransigente, o caminho seria a renuncia à participação no Diretório. Não o fizemos, porque aprendemos com o tempo de vida partidária, que o nosso PMDB está acima das pessoas e, assim entendendo, decidimos que mesmo tendo sido desrespeitados, continuaremos participando do Diretório, buscando a coesão, o melhor para o Partido, com a certeza que assim agindo mais uma vez demonstramos nosso interesse na harmonia e na unidade do PMDB.
Por derradeiro, vimos registrar nossa contrariedade pela maneira desrespeitosa como foi tratado o nosso Presidente de Honra, o companheiro JOÃO PTB, onde companheiros, que se julgam “DONOS” do partido, menosprezando a história deste valoroso militante, pensando tão somente em seus interesses pessoais, tiveram uma atitude que não condiz com os princípios de educação, moral e ética, valores estes que deveriam nortear a ação de homens públicos e, principalmente, de dirigentes partidários. Santa Maria, 8 de novembro de 2005.”

João Batista Lopes da Silva (João PTB)
Abdo Achutti Motteccy
Luiz Eliton Cordenuzzi
Arlindo Freitas
Jaime Guilherme Homrich
Antonio Carlos Jordão
Sérgio Roberto Severo de Medeiros
Magali Adriano
José Vilmar Viegas
Getúlio Soares Pereira
Adelar Vargas dos Santos
José Eduardo Cidade
Carmen Regina Pacheco
Clery Quinhones de Lima
Jones Clodoir Ferreira
Renato Flores
Mario Seixas


OBSERVAÇÃO CLAUDEMIRIANA: Não desmereço, nem desqualifico, muito pelo contrário, qualquer dos respeitáveis peemedebistas que assinaram a manifestação. No entanto, lendo os nomes, você entenderá porque tenho grifado, sistematicamente, a expressão “históricos” . Seguramente, ao menos dois dos 17 assinantes têm menos de cinco anos de PMDB. Logo, respeitosamente, não podem ser considerados “históricos”. Não esses. Sem que isso, repito, os desqualifique como políticos e integrantes leais ao peemedebismo.

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