
Por Ellen Schwade / Da Agência de Notícias da UFSM
Promovida por professores e estudantes dos cursos de Letras da UFSM, com entrada gratuita, a 7ª Festa Literária de Santa Maria (Flism) teve seus ingressos esgotados em poucas horas. O evento ocorreu de 3 a 6 de junho, desta vez inteiramente em espaços do Centro de Artes e Letras (CAL), no campus sede da Universidade. A programação da Flism proporcionou ao público debates contemporâneos, painéis com autores renomados, apresentações musicais e até o arraiá do CAL no último dia.
“Esse ano, nós tínhamos um CAL sendo renovado, e dando um espaço e apoio maior, com o Teatro Caixa Preta reformado. Então nós achamos que seria simbólico trazer a Flism para cá, também porque temos um interesse muito grande pelo público acadêmico, tivemos uma procura muito grande para diversos painéis”, conta a organizadora da Flism, Raquel Trentin, docente do Departamento de Letras Vernáculas da UFSM.
A programação desta edição foi focada em trazer autores dedicados ao pensamento contemporâneo, abordando questões raciais, heranças coloniais, educação popular, desigualdade social e relação entre a humanidade e o meio ambiente. “A Flism procura diversidade. Desde que ela foi criada, em 2018, nós procuramos a heterogeneidade de escritores, buscando integrar diferentes públicos”, afirma Raquel
Durante os quatro dias de festival, o Teatro Caixa Preta – onde se desenvolveu grande parte da programação da Flism – esteve lotado com estudantes debatendo sobre a literatura em diversos âmbitos. Estima-se que o evento reuniu um público de aproximadamente 2 mil pessoas. O diretor do CAL, Gil Roberto Costa Negreiros, destacou a importância do festival para a literatura santa-mariense. “A Flism foi construída e pensada para ser um ponto de apoio da literatura para a cidade, buscando proporcionar nestes quatro dias de debate a ideia de trazer as crianças para ver literatura, trazer toda a comunidade para conhecer os autores, para conversar, para falar sobre livros.”
A noite de abertura da Flism, na terça-feira (3), começou com as apresentações artísticas de Gérson Werlang e do Grupo Mojubá de Danças Populares Brasileiras. A seguir, ocorreu um painel com a escritora Ana Maria Gonçalves, autora do romance “Um defeito de Cor”, obra agraciada com o prêmio Casa de Las Américas e considerada um clássico contemporâneo.
“Eu acho que a universidade deve ter esse papel de discutir, implantar e guiar a sociedade num diálogo sobre questões que nos incomodam profundamente. Então, estar dentro de um ambiente universitário, falando em uma feira do livro, e tendo contato com pessoas, é maravilhoso, é uma troca. Eu saio daqui com uma camada de aprendizado que acrescenta ao que eu já sabia. Vida longa à Flism! Que a universidade continue acolhendo esses diálogos!”, comenta a escritora sobre sua participação no evento.
A programação de quarta-feira (4) deu destaque aos 120 anos de Érico Veríssimo, bem como aos romances de Virginia Woolf e ao cinema de Santa Maria, contando ainda com oficinas de leitura e um painel com a escritora e jornalista Veronica Stigger.
Para a estudante Amanda Louise Berria, do curso de Licenciatura em Letras/Português, participar dos debates e palestras do festival foi uma experiência enriquecedora, além de ter adorado a escolha dos autores para os painéis. “É muito bom ter um evento em que a gente consiga falar sobre e consumir literatura e arte, principalmente numa época em que a literatura tem sido tão menosprezada”, compartilhou.
Na quinta-feira (5), aconteceram os seguintes painéis: “Literatura, censura e resistência”, “Trabalho e quadrinhos: configurações possíveis” e “Escritoras latino-americanas no século 19”. A programação do dia encerrou-se com uma manifestação da escritora Maria Valéria Rezende, que participou por videoconferência, abordando história, memória e resistência na literatura.
A sexta-feira (6) foi último dia do evento. A programação começou com a atividade “Agência de detetives Guanabara Real e os mistérios da escrita coletiva”, seguida pelo painel “Harry Potter e o enfeitiçamento do público”, no qual as professoras Eni Celidonio e Nikelen Witter discutiram sobre a importância de se trabalhar com obras que os jovens tenham interesse de ler, como forma de incentivo para a literatura.
Posteriormente ocorreu o painel com o autor José Falero, que expressou sua surpresa ao ver o público que o esperava. “Foi uma experiência incrível e muito surpreendente, muito gratificante ver todo mundo gostando do nosso trabalho; mas foi uma surpresa, não estava esperando tamanha recepção. Acho o debate da literatura muito legal, principalmente na juventude quando a gente está em formação.”
A 7ª Festa Literária de Santa Maria se encerrou com o Arraiá Caixa, com direito a comidas típicas e show de Paola Matos. Além do CAL, a Flism contou também, para a sua realização, com o apoio das pró-reitorias de Extensão e Graduação.
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