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A Prefeitura precisa repensar os controladores de tráfego – por Giuseppe Riesgo

A critica do articulista aos equipamentos instalados em várias vias da cidade

Quem circula de carro pelas vias de Santa Maria já deve ter percebido, se indignado e, se estiver descuidado, ter sido multado pelos novos controladores de tráfego instalados em diversos pontos pela atual gestão do prefeito Jorge Pozzobom.

A desculpa? Zelar pela segurança no trânsito e pelas vidas dos santa-marienses. A realidade? Controladores de tráfego que não se justificam tecnicamente, atrasam a mobilidade urbana e, ainda por cima, arrebatam os cofres da prefeitura dia após dia.

Não é a toa que o tema tem causado perplexidade nos motoristas. Afinal, vias de fluxo rápido e que foram desenvolvidas para isso, repentinamente, tiveram seu limite de velocidade restrito a (agonizantes) 50km/h e, claro!, passaram a multar. O resultado? Uma explosão de infrações e de arrecadação.

Para que se tenha ideia, em apenas um mês (agosto), foram aplicadas 16,7 mil multas aos nossos motoristas. A arrecadação passou dos R$ 3,6 milhões. Os controladores se mostraram uma máquina de arrecadar ao invés de proteger.

Algum desavisado ainda poderia argumentar: – “mas os controladores trazem mais segurança. A prefeitura não iria instalá-los se as vias não fossem perigosas”. Bem, não é o que os dados revelam. Afinal, a cada dez motoristas multados oito trafegavam nas quatro vias com o menor número de acidentes.

Além disso, 83% das multas ocorreram em vias em que não se verificou nenhuma morte nos últimos 2 anos. Qual o efeito pedagógico de restringir a velocidade de avenidas que não se apresentam letais? Qual é a justificativa para instalar (e multar) o tráfego de vias que se mostraram, até hoje, seguras?

A grande verdade é que sobram perguntas e faltam respostas à atual administração municipal. Os controladores de tráfego não se justificam na prática e, como muito bem exposto pelos vereadores Pablo Pacheco (PP) e Tubial Callil (MDB), carecem de comprovação técnica.

A prefeitura precisa, urgentemente, apresentar estudos robustos que justifiquem os atuais controladores e, assim, atendam ao exigido pela Resolução 798/2020 do Conselho Nacional de Trânsito. Qualquer coisa distinta disso é o mais puro autoritarismo à revelia da lei.

Políticas públicas deveriam ser feitas visando a população. A mobilidade urbana é um tema sério. Modifica a qualidade de vida e o tempo que as famílias possuem para conviver ao lado daqueles que amam. Mexer com isso de forma desordenada prejudica a cidade e o bem-estar da nossa gente. Espero que a prefeitura reavalie a atual diretriz. Da velocidade às vias escolhidas, tudo precisa ser repensado com urgência. 

(*) Giuseppe Riesgo é deputado estadual e cumpre seu primeiro mandato pelo partido Novo. Ele escreve no Site todas as quintas-feiras.

Nota do Editor. A foto de uma das vias com os controladores de trânsito, no caso, a João Pozzobom, é de João Vilnei, da Assessoria de Imprensa da Prefeitura.

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3 Comentários

  1. Aspecto politico. Haddad, prefeito petista de São Paulo em 2015, reduziu o limite de velocidade em várias vias da capital paulista. Virou promessa de campanha de Doria, uma vez eleito reverteu a medida. Simples assim. Responsabilidade da coisa toda é do Indigesto, o que segundos e terceiros que não têm voto acham ou deixam de achar não interessa. Não pode ser deixado de lado também o Diário Vermelho da Rede BullShit de segunda mão, mais chapa branca impossivel.

  2. Observando a pagina do DAER do RS existe um item denominada ‘Monitoramento’. ‘A localização exata dos pardais não é divulgada pelo Daer, com o intuito de incentivar o respeito aos limites de velocidade estabelecidos nas estradas monitoradas e, assim, preservar a segurança dos usuários ao longo de toda a via.’ Vamos combinar que a grande maioria sabe os lugares onde existe monitoramento de velocidade e multas ocorrem por bocabertismo. Questão é o desconhecimento da localização incentiva o respeito em toda a via. Contrasta com ‘A lombada eletrônica é instalada de forma que fique totalmente visível aos usuários da rodovia, reforçando sua importância educativa para um trânsito seguro’. Logo a cascata do ‘aparelho tecnicamente mais indicado’ é isto mesmo, cascata.

  3. Na aldeia fazer beicinho e cara de choro virou argumento técnico e não sintoma de insuficiencia de testosterona. Estudos cobre controle de velocidade existem muitos, inclusive da Organização Mundial da Saúde. Curvas mostrando inclusive o intervalo de confiança. Dados variam, mas o mais comum é admitir que a 50 Km/h a chance de óbito é 50% e a 60 Km/h a chance é 90%. Porém os controladores têm 8 km/h de lambuja (4 de benesse e 4 do erro do medidor), logo é possivel andar perto de 58 Km/h legalmente, atropelar alguém e causar óbito. É possivel andar a 60Km/h e não causar morte, logo existe uma pista de que a velocidade não é o unico fator. ‘Salvar vidas’, conclue-se, é uma falácia. Existem inumeras vias onde o limite é 60 Km/h sem controlador. Mais, estatisticas mostram que a 30Km/h a letalidade cai a 10%! Melhor, andar a pé! Ou pegar um busão!

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