KISS. Associação dos Familiares elogia atuação do Ministério Público no começo dos debates decisivos
Para Flávio Silva, Promotora conseguiu “derrubar” as alegações das defesas
Por Tatiana Py Dutra / Da Padrinho Agência de Conteúdo
O nono dia de julgamento dos quatro réus pela tragédia da boate Kiss abarcou o final dos depoimentos dos acusados e o início dos debates entre Ministério Público (MP) e defesas.
O presidente da Associação das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Flavio Silva, comentou que não se surpreendeu com as alegações de Elissandro Spohr (sócio da boate), Mauro Londero Hoffmann (sócio da boate), Marcelo de Jesus dos Santos (músico) e Luciano Augusto Bonilha Leão (produtor musical).
“Houve momentos que nos causaram certa revolta pelo que falavam. Mas eles não têm compromisso com a verdade, então cada um veio defender sua tese”, resumiu.
Entretanto, Flavio elogiou a atuação do MP, que abriu os debates apresentando a causa da responsabilização de cada acusado na morte de 242 pessoas e nos ferimentos infligidos a outras 636 pessoas que estavam na Kiss em 27 de janeiro de 2013.
“A atuação do MP foi muito interessante, muito forte, e da assistência da acusação também. Mas o que marcou mesmo foi a atuação da promotora Lúcia Helena [Callegari]. Com um tempo maior, ela teve uma hora e meia para derrubar todas as teses das defesas, ela provou que o Mauro era sócio meio a meio das cotas da Kiss e não participava apenas, como ele diz, da parte financeira. Ficou provado que ele tomava decisões lá dentro”, comentou.
“Sobre o Kiko [Spohr], que ele realmente colou aquele a espuma tóxica na boate, com os funcionários, sem que o MP soubesse ou mesmo comunicasse às autoridades. Fica bem explícita a responsabilidade deles”, afirmou Flavio.
O presidente da AVTSM – pai de Andrielle Righi, morta na tragédia – ainda elogiou a capacidade da promotora em comprovar o envolvimento de Luciano e Marcelo em ações e responsabilidades que concorreram para o incêndio, as mortes das vítimas e as sequelas nos sobreviventes.
“O Marcelo foi o cara que levantou o braço pra cima naquela coreografia e aquele artefato pirotécnico qie acabou alcançando o revestimento de espuma, iniciando o incêndio. Sobre o Luciano, foi mostrada a reportagem com o vendedor da Kaboom falando que propôs que ele levasse o artefato adequado, que custava R$ 75, e que ainda daria uma diferença de R$ 50 a caixa. Mas o Luciano, achando que era dinheiro demais, comprou um artefato que valia R$ 9. Foi o artefato que causou toda a tragédia, na qual morreram 242 filhos nossos, fez 636 feridos, muitos com sequelas gravíssimas que vão levar pelo resto da vida”.
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